Aumento real e ultratividade

10 de abril de 2017 às 09:50

Sergio Luiz Leite
&Eacute; poss&iacute;vel vencer a crise. No mesmo dia em que o Dieese mostrou que apenas 19% de 714 negocia&ccedil;&otilde;es salariais realizadas no ano passado superaram a infla&ccedil;&atilde;o, os trabalhadores e trabalhadoras nas ind&uacute;strias farmac&ecirc;uticas conseguiam aumento real e eleva&ccedil;&atilde;o de 5% no Piso salarial e demais sal&aacute;rios sobre infla&ccedil;&atilde;o de 4,65%; participa&ccedil;&atilde;o em lucros e resultados; e, especialmente, a manuten&ccedil;&atilde;o das cl&aacute;usulas do &uacute;ltimo contrato coletivo pelos pr&oacute;ximos dois anos.<br /> <br /> Trata-se, em rela&ccedil;&atilde;o ao &uacute;ltimo ponto, da ultratividade &ndash; o preceito que garante aos trabalhadores a vig&ecirc;ncia do contrato coletivo, nos per&iacute;odos presente e futuro, negociado anteriormente. N&atilde;o &eacute; uma pequena conquista, ao contr&aacute;rio. Ela rebate &agrave; altura a recente decis&atilde;o tomada contra os interesses dos trabalhadores, no Supremo Tribunal Federal, de negar o princ&iacute;pio da ultratividade a toda e qualquer categoria. Na pr&aacute;tica, ao contr&aacute;rio do que gostariam os ju&iacute;zes, a hist&oacute;ria foi bem outra.<br /> <br /> A obten&ccedil;&atilde;o do aumento real frente &agrave; crise e a peitada, por assim dizer, na desconstru&ccedil;&atilde;o promovida pelo Supremo, deixam claro que a mobiliza&ccedil;&atilde;o dos trabalhadores, o preparo dos dirigentes e a condu&ccedil;&atilde;o correta de negocia&ccedil;&otilde;es coletivas seguem sendo uma f&oacute;rmula vitoriosa para a pr&aacute;tica sindical. H&aacute; outras, que incluem, naturalmente, a greve, mas esta &eacute; basal, primeira e insubstitu&iacute;vel.<br /> <br /> Para chegar ao resultado que, na Federa&ccedil;&atilde;o dos Trabalhadores nas Ind&uacute;strias Qu&iacute;micas e Farmac&ecirc;uticas do Estado de S&atilde;o Paulo (Fequimfar) nos orgulha a todos, come&ccedil;amos a campanha salarial ainda no m&ecirc;s de fevereiro. Nossos aguerridos diretores, cerca de 25 delegados e cerca de 300 dirigentes, no universo de uma categoria de 20 mil trabalhadores, percorreram, informaram e tomaram ci&ecirc;ncia do momento real dos farmac&ecirc;uticos. A constante ida e vinda de pessoas e not&iacute;cias, entre as bases e os 25 Sindicatos do setor, gerou estrat&eacute;gias e mobiliza&ccedil;&otilde;es as mais diversas. Mostrou ao patronato, sobretudo, uma categoria viva, atuante e vibrante.<br /> <br /> Essa &eacute; grande li&ccedil;&atilde;o que fica desta campanha salarial: &eacute; poss&iacute;vel avan&ccedil;ar mesmo em meio &agrave; mais dif&iacute;cil conjuntura, desde que haja trabalho sindical duro e consequente no dia a dia, o que gera confian&ccedil;a e &acirc;nimo em nossas bases. Por isso, defendemos sempre o fortalecimento e autonomia da negocia&ccedil;&atilde;o coletiva. &Eacute; o caminho para continuarmos avan&ccedil;ando e conquistando melhorias para a classe trabalhadora.<br /> <br /> <img src="/uploads/image/artigos_sergio-luiz-leite_presidente-federacao-quimicos_sp.jpg" hspace="3" align="left" alt="" /><br /> <br /> <i><b><br /> Sergio Luiz Leite</b></i> (Serginho) &eacute; 1&ordm; secret&aacute;rio da For&ccedil;a Sindical e presidente da Fequimfar.<br /> E-mail: fequimfar@fequimfar.org.br<br /> <br />