A grande família Humanidade
16 de dezembro de 2017 às 10:06
José de Paiva Netto
Embora a realidade contemporânea ofereça-nos panorama de violência doméstica; de número cada vez maior de jovens envolvendo-se com drogas; da própria descoberta da sexualidade, pelas crianças, pulando etapas importantes na sua formação psicológica; na contramão desses tristes fatos, pesquisas também relatam que até mesmo "os mais modernos", na hora em que a porca torce o rabo, vão procurar apoio na casa da mamãe ou da vovó..<br />
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Respeito a opinião dos que apontam como certa a falência da família. Todavia, questiono o raciocínio de afirmarem que o seu valor, no fortalecimento da sociedade, chegou ao fim. Ora, ela não existe sem a família. E nenhuma transformação na Terra tem sido pacífica.<br />
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No 9o Congresso da Mocidade Legionária da LBV, 1984, declarei que é num mundo constantemente ameaçado pela selvageria, convém lembrar que, pela queda das barreiras de espaço e tempo, quanto mais anunciam seu fim, a família cresce e passa a chamar-se Humanidade. Não estamos, no século da bomba de hidrogênio, a coberto de coisa alguma, mesmo que aconteça aos antípodas... Num período de profundas mutações, todos precisam de auxílio. O "bloco do eu sozinho" deixará de ter vez, apesar da globalização e das muitas análises contraditórias feitas sobre ela. Não são apenas os videntes de fim de ano que erram... Os analistas dos fatos sociais, políticos e econômicos também. A carência crescente de bom senso no mundo forçará o ser humano, por intensa necessidade, a recompor a família, família universal, a Humanidade, ainda que tendo algumas ovelhas transviadas...<br />
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<b>E a família? Sobrevive!</b><br />
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A família está acabando? Não. Está evoluindo, como é natural. E dentro de toda a confusão desta passagem de milênio, por mais incrível que pareça aos apressados, ela está, embora aos trancos e barrancos, à procura de Algo, que um dia descobrirá ser Deus - com um nome ou nome algum -, que é Amor, sem o qual o indivíduo não pode subsistir dignamente, porquanto, querendo ou não, faz parte Dele. Anotou Paulo Apóstolo, na Segunda Epístola aos Corintios, 6:16: "Vós sois o Templo do Deus vivo".<br />
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<b>Sem traulitada no crânio</b><br />
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E continuei: Nada sobrevive sem Amor. Um dia, chegaremos a essa feliz compreensão. A mudança dos costumes é um procedimento mais antigo do que muita gente pensa... Está causando espécie, porque a sua rapidez aumentou bastante e a mídia aí está em plena ação. Vejam bem como o processo é remoto: quando um primata qualquer resolveu não mais usar traulitada no crânio para seduzir a sua escolhida, certamente alguns daquele tempo temeram "tamanho absurdo": "Isto é um perigo, onde é que está o respeito? Dessa maneira a família está fadada ao mais triste fim".<br />
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E não foi nada disso... O que ocorria era efeito da evolução. Afinal, mulher não é caça. A família só acabaria caso não houvesse Amor. E este não termina jamais, visto que está para o Espírito como o oxigênio para o corpo.<br />
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<b>A consideração de Fernanda</b><br />
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Gosto de citar o exemplo da grande atriz Fernanda Montenegro, quando, num programa de TV, perguntaram-lhe: "Você acha que o teatro está acabando?" Com finura respondeu: "O teatro é como a família; desde pequena ouço falar que ela vai acabar, e ela continua a".<br />
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Certíssima, a querida Fernanda: a família evolui, porém não morrerá nunca. O Amor, se autêntico, sempre vence! Pode demorar, mas triunfa, mesmo porque temos várias existências que se vão complementando até a nossa integração total em Deus, que é- como com insistência repetimos - justamente Amor (Primeira Epístola de João, 4:8). Numa época de tanta azedia, é vital que mais se acredite nele. Em períodos de intensas reformas, geralmente se peca pelo exagero. Aí então é que o Amor se torna imprescindível. Quando há seca, suplicamos chuva.<br />
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Ora, a violência alcançou planos absurdos. Contudo, virá a época de equilíbrio. Todo excesso cansa, enfara e é lançado fora. Quanto mais se estende um elástico, mais ele volta sob o impacto da esticada que se lhe deu. E pode atingir a face de quem o puxou com ímpeto. É conclusão da Física. A Terceira Lei de Newton, plenamente em vigor.<br />
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<b><i>José de Paiva Netto </i></b>- Jornalista, radialista e escritor.<br />
paivanetto@lbv.org.br - www.boavontade.com <br />