A política (e os políticos) de pernas para o ar

20 de dezembro de 2017 às 17:08

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
O ano de 2017 est&aacute; terminando t&atilde;o ou mais turbulento do que come&ccedil;ou. Depois das duas tentativas de afastamento do presidente Michel Temer, a pris&atilde;o de ex-ministros e ex-parlamentares, ocorre agora a deten&ccedil;&atilde;o do deputado (ex-governador, ex-prefeito e ex-candidato &agrave; presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica) Paulo Maluf, ao final do rumoroso e alongado processo de corrup&ccedil;&atilde;o decorrente da constru&ccedil;&atilde;o da Avenida &Aacute;gua Espraiada (hoje Jornalista Roberto Marinho), nos anos 90, em S&atilde;o Paulo. De outro lado, a construtora Odebrecht, que agora tem seu ex-presidente retirado da cela e colocado em pris&atilde;o domiciliar, acusa a forma&ccedil;&atilde;o de cartel de empreiteiras que teria encarecido as obras do Rodoanel de S&atilde;o Paulo, realizadas a partir de 2004, sob os governos dos tucanos Geraldo Alckmin, Jos&eacute; Serra e Alberto Goldman e do liberal Claudio Lembo.<br /> <br /> Diante da revela&ccedil;&atilde;o, o governador Geraldo Alckmin, adianta que acionar&aacute; a Procuradoria Geraldo do Estado para abrir processo onde pedir&aacute; a apura&ccedil;&atilde;o do ocorrido e o ressarcimento de danos causado pelas empreiteiras ao Estado. Anuncia que tamb&eacute;m mobilizar&aacute; as corregedorias para a apura&ccedil;&atilde;o de servidores ou agentes pol&iacute;ticos ou p&uacute;blicos que possam ter participado ou facilitado a a&ccedil;&atilde;o do cartel. Usa a mesma estrat&eacute;gia de 2013, quando processou a Siemens ao ter a empresa alem&atilde; informado a exist&ecirc;ncia de &ldquo;acertos&rdquo; nas concorr&ecirc;ncias do Metr&ocirc; e da CPTM. A tese &eacute; de prote&ccedil;&atilde;o ao Estado e recomposi&ccedil;&atilde;o do seu patrim&ocirc;nio esbulhado pelas irregularidades.<br /> <br /> Hoje, no entanto, Alckmin tem muito mais a perder do que quatro anos atr&aacute;s, pois &eacute; pr&eacute;-candidato &agrave; presid&ecirc;ncia d Rep&uacute;blica e seus advers&aacute;rios est&atilde;o prontos a usar o cartel como arma para desestabiliz&aacute;-lo. Al&eacute;m de mandar apurar, ter&aacute; ele de fazer algo mais para demonstrar transpar&ecirc;ncia e m&atilde;os limpas do seu governo no epis&oacute;dio.<br /> <br /> Desde que surgiram as primeiras informa&ccedil;&otilde;es sobre o mensal&atilde;o &ndash; tanto na vers&atilde;o nacional quanto na mineira &ndash; a classe pol&iacute;tica brasileira tem sido colocada na linha de tiro. Parlamentares perderam o respeito do eleitor quando o povo ficou sabendo que, al&eacute;m dos seus compensadores proventos, recebem dinheiro sujo para exercer as obriga&ccedil;&otilde;es do mandato. Os governos tamb&eacute;m perderam a reputa&ccedil;&atilde;o quando fomos informados que sacava dinheiro p&uacute;blico para comprar os pol&iacute;ticos e &ndash; pior ainda &ndash; criava leis e desonera&ccedil;&otilde;es de setores da economia em troca de propinas. Por conta disso caiu um governo, o atual balan&ccedil;ou por duas vezes e a ferida ainda continua aberta.<br /> <br /> Vivemos hoje um perigoso momento em que praticamente todos os pol&iacute;ticos s&atilde;o processados, denunciados ou pelo menos suspeitos. Os que forem candidatos aos diversos cargos eletivos em 2018 precisam encontrar o meio de provar, ou pelo menos dizer, ao eleitorado que s&atilde;o diferentes daqueles que trouxeram o pa&iacute;s &agrave; bancarrota... &nbsp;<br /> &nbsp;<br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" align="left" width="60" hspace="3" height="81" alt="" /><br /> <br /> <b><i>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> <br /> &nbsp;