Ano-Novo e ação humana

29 de dezembro de 2017 às 17:03

José de Paiva Netto
Com a proximidade de um novo ano, repete-se o salutar costume dos votos de esperan&ccedil;a por tempos mais felizes. Na palestra que proferi em 20 de dezembro de 2008, transmitida pela Boa Vontade TV, pela Super RBV de r&aacute;dio e internet (<a href="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_paiva-neto_lbv.jpg" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>www.boavontade.com</i></u></span></a>), procurei analisar esse anseio de renova&ccedil;&atilde;o, fundamentando minhas palavras nos vers&iacute;culos iniciais do cap&iacute;tulo 21 do Apocalipse de Jesus, segundo S&atilde;o Jo&atilde;o, e nos derradeiros do cap&iacute;tulo 22.<br /> <br /> Visei com a mensagem demonstrar que o Livro das Profecias Finais apenas relata as consequ&ecirc;ncias dos feitos humanos. Em nossa intimidade, escrevemos as p&aacute;ginas do nosso destino. Logo, quanto mais espiritualizado o povo, educado e instru&iacute;do, melhor o rumo das na&ccedil;&otilde;es. Como sempre ressalto: Ano-novo! Ano-bom? Depende de n&oacute;s!<br /> <br /> 21:1 &ndash; &ldquo;E vi novo c&eacute;u e nova terra, porque o primeiro c&eacute;u e a primeira terra passaram, e o mar n&atilde;o mais existe&rdquo;.<br /> <br /> A profecia de Jesus, o Cristo Ecum&ecirc;nico, o Divino Estadista, anuncia profunda transforma&ccedil;&atilde;o batendo &agrave;s portas. E se &eacute; &ldquo;um novo c&eacute;u e uma nova terra&rdquo;, vislumbra-se Humanidade renovada! Contudo, aquilo que o Amor n&atilde;o consegue concretizar a Mestra Dor comparece e apresenta a li&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> 21:2 &ndash; &ldquo;Eu, Jo&atilde;o, vi tamb&eacute;m a cidade santa, a nova Jerusal&eacute;m, que da parte de Deus descia do c&eacute;u, vestida como noiva adornada para o seu esposo&rdquo;.<br /> <br /> Jerusal&eacute;m &eacute; um grande s&iacute;mbolo religioso, pol&iacute;tico e social no mundo, principalmente para judeus, crist&atilde;os e isl&acirc;micos, de v&aacute;rias etnias. Todos filhos de um mesmo Pai, pois assim devemos ver-nos, para, aliados, auxiliar na preven&ccedil;&atilde;o de tanto assunto que pode ser diplomaticamente afastado ou resolvido, at&eacute; mesmo com anteced&ecirc;ncia.<br /> <br /> <b>A Esperan&ccedil;a n&atilde;o morre nunca</b><br /> <br /> Notem que Jo&atilde;o Evangelista narra Jerusal&eacute;m descendo do C&eacute;u. Por que esse e n&atilde;o outro burgo? Vamos por partes: Ele era judeu. A ideia que tinha de cidade maior, para o seu cora&ccedil;&atilde;o crente, era Jerusal&eacute;m. Tamb&eacute;m conhecia Roma. Entretanto, dificilmente diria: &ldquo;Desce do c&eacute;u a nova Roma&rdquo;. Esta era metr&oacute;pole culta, cosmopolita, por&eacute;m altamente b&eacute;lica. Cartago que o diga. Jerusal&eacute;m possu&iacute;a algumas dessas caracter&iacute;sticas. N&atilde;o obstante, o seu povo acreditava num Deus &uacute;nico, assim como o Evangelista-Profeta.<br /> <br /> Jerusal&eacute;m &eacute; um encanto m&iacute;stico. Comove o cora&ccedil;&atilde;o da gente. Mas tem sido pelos mil&ecirc;nios pretexto para tristes acontecimentos. Todavia, a Esperan&ccedil;a n&atilde;o morre nunca, racioc&iacute;nio que concebi, h&aacute; muitas d&eacute;cadas, ao ver, na televis&atilde;o, um mo&ccedil;o lamentar haver perdido a f&eacute; no futuro. Alguns, at&eacute; com motivo envinagrados, retrucam: &ldquo;Eu n&atilde;o creio nessa coisa de Esperan&ccedil;a&rdquo;. Ent&atilde;o, o que prop&otilde;em? O des&acirc;nimo? O desprezo da criatura por si pr&oacute;pria e por seus pares? Tem de haver Esperan&ccedil;a! E, acima de tudo, vontade de realizar. Do contr&aacute;rio, o que lhes resta? Deitar e morrer? A Alma carece de bom est&iacute;mulo. (...) Como dizer aos jovens que n&atilde;o alimentem a Esperan&ccedil;a? Se o idealismo n&atilde;o sobreviver, que lhes sobrar&aacute;? Um campo aberto para o esmorecimento. Todos percebem que, num mundo globalizado, o mal que acontece l&aacute; (qualquer l&aacute;) poder&aacute; nos abranger. Vejam a quest&atilde;o da economia, em 2008, de que poucos suspeitavam. Inacredit&aacute;vel, n&atilde;o &eacute;? (...) Outrossim, necess&aacute;rio se faz algo al&eacute;m do presente est&aacute;gio do conhecimento terrestre: ligarmo-nos ao governo ideal que come&ccedil;a no C&eacute;u. Trata-se de tema que, um dia, a cautelosa Ci&ecirc;ncia abordar&aacute; sem preconceitos. A intui&ccedil;&atilde;o &eacute; a intelig&ecirc;ncia de Deus em n&oacute;s. Muita vez, o que a raz&atilde;o demora a captar ela mais r&aacute;pido alcan&ccedil;a.<br /> <br /> Que no novo ano busquemos na Espiritualidade Superior a b&uacute;ssola de nossa exist&ecirc;ncia. E que haja Esperan&ccedil;a, sim, e trabalho, de modo que ergamos para os mo&ccedil;os condi&ccedil;&otilde;es de usufru&iacute;rem um mundo mais digno, sem nunca esquecer os mais vividos, idade a que a maioria, com o avan&ccedil;o da medicina, certamente atingir&aacute;.<br /> <br /> <b><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_paiva-neto_lbv.jpg" alt="" align="left" width="60" hspace="3" height="80" /><br /> <br /> <br /> Jos&eacute; de Paiva Netto</b> &#8213; Jornalista, radialista e escritor.<br /> paivanetto@lbv.org.br &mdash; www.boavontade.com&nbsp;