O rebaixamento da nota do Brasil

12 de janeiro de 2018 às 16:31

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
O rebaixamento da nota de cr&eacute;dito do Brasil pela ag&ecirc;ncia Standard &amp; Poor&rsquo;s &eacute; a luz vermelha que se acende. Tanto que o seu an&uacute;ncio gerou rusga entre o governo e o Congresso Nacional (Senado e C&acirc;mara) que se acusaram mutuamente como culpados do ocorrido. Por conta dessa classifica&ccedil;&atilde;o, teremos juros mais elevados e isso dificultar&aacute; a recupera&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica, pois precisamos de investimentos tanto para comprar quanto para vender mercadorias e servi&ccedil;os. O presidente Michel Temer, sabedor da necessidade das reformas, tem pago o pre&ccedil;o da impopularidade para implement&aacute;-las.<br /> <br /> Atente-se que o rebaixamento decorre da falta de aprova&ccedil;&atilde;o de medidas que reequilibrem e deem sustentabilidade &agrave; administra&ccedil;&atilde;o e &agrave;s finan&ccedil;as p&uacute;blicas. Al&eacute;m das reformas trabalhista e da Previd&ecirc;ncia, pela qual Temer e sua equipe t&ecirc;m se batido, existem outras necessidades que tamb&eacute;m poderiam nos conduzir a bons patamares de avalia&ccedil;&atilde;o e&nbsp; melhores condi&ccedil;&otilde;es de desenvolvimento. Depois do impeachment, o governo deveria ter diminu&iacute;do o n&uacute;mero de minist&eacute;rios e eliminado os milhares de cargos de livre nomea&ccedil;&atilde;o que pouco ou nada representam &agrave; administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, pois se destinam &agrave; acomoda&ccedil;&atilde;o de cabos eleitorais. Poderia ter enfrentado os aliados e feito essa reforma fundamental. Al&eacute;m disso, deveria ter investido firmemente num programa de desestatiza&ccedil;&atilde;o para desmontar o estado-empres&aacute;rio, que s&oacute; se justificou existir nos tempos de montagem da infraestrutura, mas hoje &eacute; pesado e ineficiente. Prova disso &eacute; o preju&iacute;zo de R$ 19,1&nbsp; bilh&otilde;es que o Tesouro Nacional contabilizou no ano de 2016 (ultimo dado dispon&iacute;vel) para manter em funcionamento as 151 empresas estatais federais. Esse rombo representa um imposto de R$ 92 ao ano para cada cidad&atilde;o brasileiro.<br /> <br /> &Eacute; verdade que os governos petistas realizaram administra&ccedil;&atilde;o temer&aacute;ria ao longo dos 13 anos em que estiveram no poder. Tomaram muitas medidas que constituem crimes e parte delas s&atilde;o hoje j&aacute; apuradas na Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato e similares e outras ainda dever&atilde;o surgir e passar pelo crivo da pol&iacute;cia e do Judici&aacute;rio. Uma vez conclu&iacute;do o &ldquo;impeachment&rdquo;, isso tudo &eacute; passado e aquilo que restar capitulado como crime ser&aacute; problema para a Justi&ccedil;a, que tem o dever de identificar, punir os envolvidos e promover as repara&ccedil;&otilde;es poss&iacute;veis. Ao governo p&oacute;s-impeachment cabe a tarefa de corrigir o curso da administra&ccedil;&atilde;o, o que tem ocorrido timidamente, j&aacute; que os aliados cobram contrapartida.<br /> <br /> Michel Temer partiu para o sacrif&iacute;cio. Seria para ele f&aacute;cil escolher o terreno demag&oacute;gico e deixar o pa&iacute;s correr como um barco &agrave; deriva, sem as reformas que o equil&iacute;brio econ&ocirc;mico exige. Espera-se que os congressistas tamb&eacute;m tenham esse desprendimento e, mais do que as pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es, tenham o interesse nacional em sua pauta de trabalho. &Eacute; dever de deputado e senador apreciar as mat&eacute;rias colocadas sob seu crivo e assumir os riscos inerentes &agrave; atividade. E para esse cumprimento n&atilde;o precisa (nem deve) exigir ou receber benesses, at&eacute; porque, esse procedimento &eacute; crime de concuss&atilde;o, capitulado no artigo 316 do C&oacute;digo Penal (Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun&ccedil;&atilde;o ou antes de assumi-la, mas em raz&atilde;o dela, vantagem indevida: Pena - reclus&atilde;o, de dois a oito anos, e multa).<br /> <br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" align="left" width="60" hspace="3" height="81" alt="" /><br /> <br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp; <br />