AFRONTA À CULTURA

24 de janeiro de 2018 às 10:03

Luiz Carlos Amorim
Chegando um novo Big Brother Brasil. S&oacute; o fato de haver uma nova edi&ccedil;&atilde;o dessa coisa sofr&iacute;vel que chamam de reality show, j&aacute; &eacute; um retrocesso. S&atilde;o mais de dez edi&ccedil;&otilde;es, atestando que, realmente, uma boa parte dos brasileiros faz quest&atilde;o de se revelar um povo subdesenvolvido, praticamente sem cultura nenhuma, ao absorver um programa de t&atilde;o baixa qualidade. Felizmente h&aacute; quem saiba escolher e opte por um programa n&atilde;o t&atilde;o ruim da televis&atilde;o, ou pela leitura de um livro, ou por ver um bom filme, ouvir boa m&uacute;sica, assistir uma boa pe&ccedil;a de teatro.<br /> <br /> Em alguns pa&iacute;ses, a moda &ndash; ou a praga desse tipo de programa - at&eacute; passou, mas no Brasil, n&atilde;o. H&aacute; at&eacute; quem assine um canal de TV paga que mostra a &ldquo;atividade&rdquo; na casa vinte e quatro horas por dia. E s&atilde;o milhares de assinantes. <br /> <br /> O tal Big Brother n&atilde;o tem nenhum ponto positivo e a cada edi&ccedil;&atilde;o fica pior. As piores qualidades dos participantes do &ldquo;show&rdquo; s&atilde;o valorizadas, para dar mais &ldquo;ibope&rdquo;. Vale tudo: baixaria, mau car&aacute;ter de uns e outros, viol&ecirc;ncia e sexo. At&eacute; estupro&nbsp; embaixo do edredom j&aacute; houve. Virou esc&acirc;ndalo nacional e acabou exacerbando a curiosidade e at&eacute; aqueles que n&atilde;o viam o malfadado programa, acabaram dando uma &ldquo;espiada&rdquo;.<br /> <br /> O brasileiro precisa avaliar melhor o que anda consumindo. H&aacute; que saber escolher o que ver na TV, h&aacute; que se ler um bom livro, de vez em quando, estudar mais, fazer cursos para se encaixar melhor no mercado de trabalho e melhorar a renda. Precisamos gerenciar melhor o nosso tempo. Precisamos elevar o nosso n&iacute;vel de cultura. E n&atilde;o venham, por favor, me dizer que &ldquo;n&atilde;o podemos fazer tudo isso porque somos pobres&rdquo;. Sempre podemos aprender mais.<br /> <br /> Felizmente h&aacute; quem abomine o tal BBB e sempre temos esperan&ccedil;a de que esta seja a &uacute;ltima edi&ccedil;&atilde;o. Mas o atestado da nossa falta de cultura s&oacute; acabar&aacute;, s&oacute; deixar&aacute; de invadir a telinha se n&oacute;s, consumidores, espectadores, n&atilde;o prestigiarmos mais esse tipo de &ldquo;programa&rdquo;, essa alternativa altamente perniciosa para todos n&oacute;s. <br /> <br /> Compete a n&oacute;s, cidad&atilde;os, seleccionarmos o que permanece na programa&ccedil;&atilde;o, pois uma produ&ccedil;&atilde;o n&atilde;o continuar&aacute; no ar se a audi&ecirc;ncia n&atilde;o for boa. Se n&atilde;o assistirmos o que &eacute; ruim, se tivermos um pouco de crit&eacute;rio na hora de assistirmos o que a televis&atilde;o nos oferece, podemos melhorar o que nos &eacute; oferecido.<br /> <br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_luiz-carlos-amorim.jpg" align="left" width="60" hspace="3" height="80" alt="" /><br /> <br /> <b><i>Luiz Carlos Amorim</i></b> - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Liter&aacute;rio A ILHA, com 37 anos de trajet&oacute;ria, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://lcamorim.blogspot.com &ndash;&nbsp; http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br<br />