A febre amarela e a (falta de) informação

02 de fevereiro de 2018 às 10:59

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
A febre amarela, mol&eacute;stia t&atilde;o antiga, &eacute; o novo fantasma a preocupar os brasileiros. Erradicado na &aacute;rea urbana em 1942, o mal sempre existiu no meio rural e, segundo n&uacute;meros oficiais, todos os anos morrem pelo menos 50 pessoas acometidas. Agora, o seu surgimento no entorno de S&atilde;o Paulo, Belo Horizonte e outras &aacute;reas densamente habitadas, mobiliza as autoridades sanit&aacute;rias e preocupa a popula&ccedil;&atilde;o quanto a uma poss&iacute;vel pandemia. Justificou, inclusive, a corrida e a invas&atilde;o em postos de vacina&ccedil;&atilde;o. De outro lado, pontuam nas redes sociais e at&eacute; nos meios tradicionais de comunica&ccedil;&atilde;o informes que colocam em d&uacute;vida a vacina e a conveni&ecirc;ncia de tom&aacute;-la. Fala-se que, em certos casos, o imunizante, em vez de proteger o paciente, pode lev&aacute;-lo &agrave; morte.<br /> <br /> Temos visto, nas ultimas semanas, autoridades de sa&uacute;de das tr&ecirc;s esferas de poder &ndash; federal, estadual e municipal &ndash; divergirem sobre a necessidade de vacina&ccedil;&atilde;o e at&eacute; quanto &agrave; efici&ecirc;ncia da vacina. A contenda sugere que, dependendo das vari&aacute;veis, algu&eacute;m pode morrer porque n&atilde;o tomou a vacina ou, ao contr&aacute;rio, morrer porque foi vacinado. Trata-se de uma equa&ccedil;&atilde;o alarmista que as autoridades da &aacute;rea t&ecirc;m o dever de resolver para bem orientar a popula&ccedil;&atilde;o, que poder&aacute; marchar para o p&acirc;nico sem saber o como agir para preservar a vida.<br /> <br /> Considerando a necessidade de vacinar grande n&uacute;mero de pessoas &ndash; S&atilde;o Paulo, por exemplo, quer imunizar toda a popula&ccedil;&atilde;o do Estado &ndash; adotou-se a vacina fracionada, um procedimento que j&aacute; deu certo na &Aacute;frica. Em vez de receber a dose inteira, destinada a proteg&ecirc;-lo pelo resto da vida, o vacinado ficar&aacute; imune por nove anos e no futuro receber&aacute; uma dose de refor&ccedil;o. A fra&ccedil;&atilde;o &eacute; um d&eacute;cimo da dose tradicional e, para medi-la foi criada uma seringa especial, que n&atilde;o recolhe mais l&iacute;quido do que o estabelecido para a fra&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Fala-se que quem n&atilde;o vai &agrave;s regi&otilde;es de risco n&atilde;o precisa se vacinar. Mas, de outro lado, autoridades armam esquemas para vacinar toda a popula&ccedil;&atilde;o. Especialistas e n&atilde;o especialistas produzem materiais para as redes sociais alertando para riscos e problemas inerentes &agrave; vacina que, segundo dizem, n&atilde;o tem a mesma qualidade e os baixos riscos das da poliomielite e da gripe, j&aacute; conhecidas da popula&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> O Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, as secretarias estaduais e as municipais da &aacute;rea precisam&nbsp; orientar devidamente a popula&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o permitir que informa&ccedil;&otilde;es isoladas e muitas vezes de fontes ap&oacute;crifas e descontextualizadas disseminem o p&acirc;nico. O povo tem o direito de saber o que realmente ocorre para, com essa informa&ccedil;&atilde;o, ir ou n&atilde;o ir ao posto de vacina&ccedil;&atilde;o. A orienta&ccedil;&atilde;o, dever de Estado, &eacute; fundamental...<br /> &nbsp;<br /> <b><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" align="left" width="60" hspace="3" height="81" alt="" /><br /> <br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves </b>- dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br<br />