Conscientização hoje...

17 de março de 2018 às 10:12

José de Paiva Netto
<span style="color: rgb(255, 0, 0);"><b>... antes que seja tarde para os inquilinos da Terra.</b></span><br /> <br /> Durante a 21a Confer&ecirc;ncia das Partes (COP 21), realizada de 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015, em Paris, na Fran&ccedil;a, apresentei contributo modesto aos debates que a agenda do clima urgentemente reclama. Por ser um tema sempre atual, compartilho com voc&ecirc;s, prezados(as) leitores(as), alguns extratos do documento que enviamos ao evento:<br /> <br /> H&aacute; d&eacute;cadas, venho insistindo que a destrui&ccedil;&atilde;o da Natureza &eacute; a extin&ccedil;&atilde;o da ra&ccedil;a humana. Fica evidente que essa n&atilde;o &eacute; uma simples frase de efeito para chamar a aten&ccedil;&atilde;o desta Humanidade, sempre apressada, muitas vezes rumo ao pr&oacute;prio exterm&iacute;nio.<br /> <br /> Em geral, as criaturas se movem como se o amanh&atilde; n&atilde;o existisse. Desse modo, deixam de avaliar o resultado futuro de seus atos no presente. &Eacute; preocupante, porque, quando os efeitos devastadores da m&aacute; semeadura chegam, o quadro pode ser irrevers&iacute;vel ou acompanhado de imensos preju&iacute;zos.<br /> <br /> Sustentabilidade &eacute; palavra da moda. Contudo, agimos em conson&acirc;ncia com seu significado? Os problemas relacionados aos recursos naturais aumentam a cada dia. Vejam a diminui&ccedil;&atilde;o dos reservat&oacute;rios de &aacute;gua em diversas cidades brasileiras e do mundo! <br /> <br /> Vez por outra, v&ecirc;m &agrave; tona estudos demonstrando que qualquer a&ccedil;&atilde;o desenfreada contra o meio ambiente traz algum tipo de desequil&iacute;brio local ou &agrave; dist&acirc;ncia. Mesmo assim, as &aacute;rvores continuam sendo &ldquo;estorvo&rdquo; ou objeto de gan&acirc;ncia sem fim na Amaz&ocirc;nia, na Mata Atl&acirc;ntica ou em qualquer lugar. At&eacute; quando?<br /> <br /> <b>Atitudes decididas de preserva&ccedil;&atilde;o</b><br /> <br /> Na d&eacute;cada de 1980, pesquisadores j&aacute; alertavam para o risco de a capital bandeirante vivenciar clima semelhante ao do Nordeste do Brasil. Com seguidas massas de ar seco sobre a regi&atilde;o, falta de chuva recorrente, polui&ccedil;&atilde;o sem controle, sua famosa marca de &ldquo;terra da garoa&rdquo; vai ficando no passado. Ainda que o comportamento clim&aacute;tico tamb&eacute;m seja c&iacute;clico, tal fato n&atilde;o sugere que devamos baixar a guarda.<br /> <br /> A esperan&ccedil;a &eacute; que o povo &mdash; e isso em todo o orbe, desde as pessoas mais simples &agrave;s que dirigem as na&ccedil;&otilde;es &mdash; tome atitudes decididas de preserva&ccedil;&atilde;o de nossa esp&eacute;cie. Se as coisas persistirem como andam, l&aacute; na frente poderemos ler an&uacute;ncios assim: &ldquo;Restam poucos exemplares humanos em tal localidade. A regi&atilde;o, antes repleta de vida, tornou-se hostil, sendo totalmente prejudicada pela aridez e pela falta de vis&atilde;o de seus moradores&rdquo;. Pode ser chocante, mas os filhos da atual gera&ccedil;&atilde;o e, posteriormente, netos dela pr&oacute;pria pedem socorro aos que hoje gastam, de maneira conden&aacute;vel, o que o planeta lhes oferece.<br /> <br /> <b>Hawking: colonizar o espa&ccedil;o para sobreviver</b><br /> <br /> O conceituado astrof&iacute;sico ingl&ecirc;s Stephen Hawking chegou mesmo &agrave;s raias de afirmar ao site Big Think que &ldquo;nossa &uacute;nica chance de sobreviv&ecirc;ncia em longo prazo n&atilde;o &eacute; permanecer na Terra, mas se espalhar pelo espa&ccedil;o&rdquo;. E prossegue: &ldquo;Eu vejo um grande perigo para a ra&ccedil;a humana. Houve vezes, no passado, em que a sobreviv&ecirc;ncia [do ser humano] foi incerta. (...) Nossa popula&ccedil;&atilde;o e o uso de recursos finitos do planeta Terra est&atilde;o crescendo exponencialmente, assim como nossa capacidade t&eacute;cnica de mudar o ambiente para o bem e para o mal&rdquo;, disse Hawking. Vejam que n&atilde;o se trata de nenhum alarmista.<br /> <br /> &Eacute; de se destacar tamb&eacute;m que muita gente idealista e pragm&aacute;tica &mdash; a exemplo do pr&oacute;prio ex-professor lucasiano em&eacute;rito da Universidade de Cambridge &mdash; vem dando voz ativa &agrave; fauna e &agrave; flora que nos cercam. Entretanto, &eacute; preciso que essa consci&ecirc;ncia se multiplique por toda parte, come&ccedil;ando pelas crian&ccedil;as, em casa e nas escolas.<br /> <br /> <b>Aplacar as tempestades</b><br /> <br /> Confiantes, rogamos a Deus que aplaque as intemp&eacute;ries meteorol&oacute;gicas que levam, todos os anos, sofrimento a multid&otilde;es no mundo. E sejamos cidad&atilde;os conscientes de que, se merecedores, Jesus, o Cristo Ecum&ecirc;nico, o Divino Estadista, em pessoa novamente, far&aacute; os prod&iacute;gios relatados no Evangelho, segundo Lucas, 8:24, quando o Celeste Timoneiro acalma uma tempestade.<br /> <br /> O Mestre dos Mil&ecirc;nios vir&aacute; e repreender&aacute; o vento e a f&uacute;ria da &aacute;gua, hoje simbolizada igualmente pela sua escassez. Usufruir de bonan&ccedil;a na atualidade depende do conv&iacute;vio harm&ocirc;nico com a Natureza.<br /> <br /> E finalizo este texto com trechos da mensagem &ldquo;LBV, Rio-92 e os desafios da Rio+20&rdquo;, que humildemente enderecei aos chefes de Estado do mundo inteiro e a suas comitivas, al&eacute;m de aos representantes da sociedade civil, presentes &agrave; Confer&ecirc;ncia das Na&ccedil;&otilde;es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent&aacute;vel (CNUDS), a Rio+20, realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, na capital fluminense. Especialmente para o evento, remetemos a revista especial BOA VONTADE Meio Ambiente nos idiomas portugu&ecirc;s, ingl&ecirc;s, espanhol e franc&ecirc;s:<br /> <b><br /> Gente que luta</b><br /> <br /> Para que nosso planeta sobreviva aos efeitos de tanta gan&acirc;ncia pelos s&eacute;culos, verdade seja dita, temos visto not&aacute;veis esfor&ccedil;os de pesquisadores e de cidad&atilde;os engajados na melhora da qualidade de vida por todo o globo. Aliados &agrave;s iniciativas que buscam a alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel, por interm&eacute;dio da agricultura org&acirc;nica, meios de transporte alternativos e a prote&ccedil;&atilde;o do meio ambiente, pela reciclagem e pelo tratamento racional do lixo e aproveitamento das &aacute;guas da chuva, excelentes trabalhos de cientistas e outros estudiosos prometem bons resultados no curto e no longo prazo. Por exemplo, &eacute; intensa a pesquisa na &aacute;rea energ&eacute;tica, sobretudo em rela&ccedil;&atilde;o a fontes renov&aacute;veis e limpas: biocombust&iacute;vel, biomassa, energia azul, energia geot&eacute;rmica, energia hidr&aacute;ulica, hidreletricidade, energia solar, energia maremotriz, energia das ondas e energia e&oacute;lica, al&eacute;m de outros objetos de estudo pouco conhecidos e aqueles que nem mesmo sabemos ainda que ser&atilde;o descobertos. A F&eacute; &eacute; o combust&iacute;vel das Boas Obras.<br /> <br /> <b>&ldquo;N&atilde;o jogam a toalha&rdquo;</b><br /> <br /> Destaco, por devido, o esfor&ccedil;o militante, pela causa do meio ambiente, de entidades governamentais e do Terceiro Setor, s&eacute;rias e ativas, no Brasil e no mundo; de multid&otilde;es de idealistas que &ldquo;n&atilde;o jogam a toalha&rdquo; e continuam na linha de frente pelejando por um planeta realmente melhor.<br /> <br /> Nosso brado &eacute; este: <b><i>Educar. Preservar. Sobreviver. Humanamente tamb&eacute;m somos Natureza.</i></b><br /> <br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_paiva-neto_lbv.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Jos&eacute; de Paiva Netto</i></b>, jornalista, radialista e escritor. paivanetto@lbv.org.br &mdash; www.boavontade.com