A hora da verdade e a segurança jurídica

12 de abril de 2018 às 10:07

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Preso o ex-presidente Lula, tem in&iacute;cio, na pr&aacute;tica, a cobran&ccedil;a aos pol&iacute;ticos de diferentes partidos pelos malfeitos que possam ter cometido. Os amigos do presidente Temer j&aacute; se tornaram r&eacute;us, o rumoroso caso do senador A&eacute;cio Neves ser&aacute; analisado pelo Supremo Tribunal Federal no pr&oacute;ximo dia 17 e muitos outros vir&atilde;o. Por uma quest&atilde;o de sobreviv&ecirc;ncia, os 24 detentores de foro privilegiado j&aacute; denunciados e os 230 investigados devem estar colocando as barbas de molho. At&eacute; C&acirc;mara j&aacute; d&aacute; andamento ao processo de cassa&ccedil;&atilde;o de Paulo Maluf e dos outros parlamentares recolhidos ao pres&iacute;dio da Papuda. Se Lula, com sua estrutura partid&aacute;ria e propalada lideran&ccedil;a, foi para o c&aacute;rcere, &eacute; f&aacute;cil prever o que poder&aacute; ocorrer aos demais.<br /> <br /> O andamento regular e a chegada a consequ&ecirc;ncias nos processos em que t&ecirc;m envolvidos pol&iacute;ticos, empres&aacute;rios e altas figuras deve ser encarado como prova de vitalidade das institui&ccedil;&otilde;es. Tende a reverter pelo menos um pouco a descren&ccedil;a do povo em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; puni&ccedil;&atilde;o dos crimes cometidos por portadores de colarinho branco. Para se manter os princ&iacute;pios de rep&uacute;blica &eacute; preciso que as leis sejam cumpridas rigorosamente para todos os cidad&atilde;os, independente do dinheiro que tenham no bolso, no banco ou no para&iacute;so fiscal.<br /> <br /> Para a preserva&ccedil;&atilde;o e manuten&ccedil;&atilde;o da democracia, que muitos festejam at&eacute; sem ter a consci&ecirc;ncia do que representa, h&aacute; que se garantir a seguran&ccedil;a jur&iacute;dica. As leis, uma vez votadas e sancionadas, t&ecirc;m de ser respeitadas e, quando isso n&atilde;o ocorre, o Judici&aacute;rio tem o dever de cobrar e reparar. Existe toda uma estrutura jur&iacute;dica e jurisprudencial norteadores dos&nbsp; julgadores , que devem ser imunes a clamores para, com isso, serem o mais justo poss&iacute;vel. Ju&iacute;zes, desembargadores e ministros n&atilde;o podem nem devem atuar sob press&atilde;o ou influ&ecirc;ncia de movimentos pois, se assim o for, suas fun&ccedil;&otilde;es perdem a raz&atilde;o de existir.<br /> <br /> Lula, A&eacute;cio e todos os que j&aacute; foram ou ainda vierem a ser alcan&ccedil;ados pela Justi&ccedil;a, t&ecirc;m de responder pelos atos questionados e desfrutar de ampla oportunidade de defesa para que desse contradit&oacute;rio se retire a decis&atilde;o. Para poderem cumprir as finalidades de seus cargos, a independ&ecirc;ncia dos julgadores tem de ser garantida, sendo sua &uacute;nica subordina&ccedil;&atilde;o ao ordenamento jur&iacute;dico e &agrave;s pr&aacute;ticas processuais. Jamais dever&atilde;o ser pressionados e muito menos ceder para a mudan&ccedil;a de procedimentos ao sabor do interesse moment&acirc;neo de uns e outros. Por mais importantes e poderosos que sejam alguns r&eacute;us, &eacute; necess&aacute;rio ter-se em mente que a Na&ccedil;&atilde;o &eacute; maior do que todos eles. E, para a preserva&ccedil;&atilde;o do Brasil, da Rep&uacute;blica e at&eacute; da democracia, carecemos de um Judici&aacute;rio independente e altivo, um verdadeiro Poder, na acep&ccedil;&atilde;o do termo escrito na Constitui&ccedil;&atilde;o...<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; <br /> &nbsp;