E essa tal esperança?
16 de maio de 2018 às 17:30
Elaine Ribeiro
Vivemos em tempos de correria, prazos, pressão, ansiedade e movimentos acelerados, com a sensação de que nunca teremos pausas para pensar. Em meio a tudo isto, onde fica a esperança? <br />
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A psicologia positiva diz que esperança é a habilidade de gerar e acreditar em caminhos ou rotas para conseguir alcançar seus objetivos. (Snyder, CR). A vivência desta esperança pode nos levar a uma vida mais suave e leve, ajudando expressivamente no tratamento da depressão, por exemplo. <br />
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Desde 1950, estudiosos têm manifestado seu interesse no estudo da esperança. Em 1990, Snyder, autor expoente na psicologia positiva, passou a compreender a esperança como uma ideia motivacional que possibilita à pessoa acreditar em resultados positivos, colocando em prática sua motivação. <br />
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A prática da esperança também tem relação com padrões aprendidos na família e até mesmo padrões genéticos, porém, nosso cérebro possui a capacidade de fazer novas conexões para sair de estados originalmente desprovidos da esperança.<br />
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Uma frase interessante de Snyder diz que “se você não aprendeu a rir de si mesmo, perdeu a melhor das piadas”, ou seja, diz da nossa habilidade de errar e aprender, rever e retomar. A esperança se dá assim, como aquele impulso motivacional que nos faz seguir em frente.<br />
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Viktor Frankl, psiquiatra austríaco que viveu como prisioneiro em campo de concentração nazista, dizia que quando não podemos mudar uma situação, somos desafiados a mudar nós mesmos, ou seja, mudar o como vemos a situação, como lidamos com ela e observar que aspectos, mesmo que trágicos da vida, podem ser enfrentados para que a pessoa possa enxergar sentido. <br />
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Sentido tem a ver com esperança, que tem também ligação com a espiritualidade que cada um possui. A ciência cada vez mais comprova que o enfrentamento das situações de vida, aliado à espiritualidade, possibilita mais preparo para se lidar com desafios.<br />
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Mas, se você lendo este texto está se perguntando: o que posso fazer para cultivar essa tal esperança, já que estou passando por tantas coisas? Pesquisadores também detectaram aspectos que podem ajudar a aumentar o nível de esperança em uma pessoa, tais como: ter metas e objetivos de vida; sentimento de suporte vindo de Deus, de uma força maior, ou uma instituição que lhe dê tal apoio; estar aberto a si e aos outros; criar a capacidade de não se prender ao medo e ao mal que ele nos traz; a crença num futuro positivo; ter suporte e abertura espiritual e mística (o sentido da transcendência e de algo superior a nós é bastante importante no cultivo da esperança); acreditar que o universo é bom e ter fé na humanidade. Soma-se ainda a habilidade para lidar com situações difíceis na sociedade e buscar apoio nas pessoas.<br />
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Ampliando nossa esperança, também nos tornamos mais agradáveis e capazes de experimentar a alegria. Os vínculos com os outros vão se dando também através do otimismo, da cooperação, paciência, gratidão, caridade e de outras virtudes similares a estas. Pesquisas mostram ainda que até mesmo as atividades fisiológicas podem ser melhoradas quando cultivamos a esperança.<br />
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Portanto, que, com a esperança reavivada em nós, mesmo nos momentos difíceis, possamos olhar além das dificuldades, dos tropeços e do desânimo.<br />
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Elaine Ribeiro</i></b> é psicóloga clínica e organizacional e colaboradora da Fundação João Paulo II/Canção Nova.