Afinidades eletivas
17 de maio de 2018 às 10:27
Kennedy Alencar
<div style="text-align: center;"><img src="/uploads/image/img_brasil-247_kennedy_moro-mostrou-mais-uma-de-suas-afinidades-eletivas_moro-doria.jpg" width="450" height="265" align="middle" alt="" /></div>
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<div style="text-align: center;"><span style="background-color: rgb(255, 255, 153);"><span style="font-size: medium;"><b><i>"Person of the Year", Moro tira foto com Doria em NY</i></b></span></span></div>
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A foto de Doria com Moro é uma excelente peça de campanha para um candidato a governador do PSDB que disse que visitaria Lula em Curitiba. Para o juiz que colocou o petista na cadeia, é mais um exemplo de suas afinidades eletivas. Nem foi a primeira pose ao lado de um tucano. Sem surpresa. Doria estava na dele e no ambiente dele. O magistrado só foi imprudente, dirão, porque, afinal, ele pode tudo.<br />
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Pior mesmo foi o discurso de Moro, uma análise política rasa sobre corrupção e democracia, uma mistura de lição de moral com falsa modéstia, um chamado aos empresários para que não caiam nas garras desses políticos malvados e corruptos.<br />
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O juiz disse que hesitou a respeito da possibilidade de receber o prêmio “Person of the Year”, da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, porque não sabia se um magistrado, nas palavras dele, “deve chamar esse tipo de atenção”. Segundo Moro, “Judiciário e juízes devem atuar com modéstia, de maneira cuidadosa e humilde”.<br />
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Sem dúvida, é uma ponderação correta e totalmente em sintonia com o traje a rigor da noite de gala, anual e nova-iorquina, que já virou símbolo da cafonice e do complexo de vira-latas da elite brasileira.<br />
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Para um juiz que interveio ilegalmente no processo político em 2016, divulgando uma gravação de Dilma e Lula ao arrepio da lei, traz enorme conforto o ensinamento de que, “apesar de dois impeachments presidenciais e um ex-presidente preso, não houve e não há sinais de ruptura democrática”.<br />
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Realmente, não merece crédito nenhuma teoria conspiratória sobre o interesse dos Estados Unidos nas consequências da Lava Jato em relação às grandes empresas brasileiras que eram competidoras das americanas na América Latina e na África. É detalhe o Departamento de Justiça dos EUA considerar normais e produtivos os contatos informais com procuradores e magistrados brasileiros. Softpower pouco é bobagem. Que se dane a mulher de César.<br />
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A servidão voluntária de uma elite deslumbrada, apegada ao auxílio-moradia e outros privilégios de casta, faz o serviço completo e ainda agradece a homenagem _porque abaixo do Equador o Supremo segura a barra, legaliza e avaliza a coisa toda.<br />
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<i><b><b><img src="/uploads/image/artigos_kennedy-alencar_jornalista-analista-politico.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /></b><br />
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Kennedy Alencar</b></i>. Jornalista e analista político<br />
Fonte:<a href="http://www.blogdokennedy.com.br/afinidades-eletivas/" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><i><u> http://www.blogdokennedy.com.br/</u></i></span></a>