A classe média não terá nem planos de saúde e nem SUS
20 de julho de 2018 às 08:02
Genaldo de Melo
Diz ditado popular que quem tem telhado de vidro não pode atirar pedra em ninguém, e foi exatamente isso que classe média brasileira fez ao ocupar as ruas do Brasil em 2016, exigindo a saída da petista Dilma Rousseff do governo. Não tem com negar que o Golpe de abril de 2016 foi, necessariamente, contra a população mais pobre e, principalmente contra a classe média brasileira.<br />
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Desinformados politicamente, cidadãos foram às ruas do país de forma fervorosa, apoiando um processo de impeachment antidemocrático (já que a mulher tinha sido eleita nas urnas e não cometera nenhum crime), e agora recebem as punhaladas que provavelmente não mereciam de quem deveria fervorosamente defender seus interesses na posição de governo.<br />
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De tudo o que aconteceu até agora, a atual Resolução Normativa nº 433, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulamentação do setor de planos de saúde, simboliza o maior baque para a classe média. A contar também pela sabotagem contra o SUS, com as Desvinculações das Receitas da União (DRU), desonerações, renúncia fiscal do Imposto de Renda, ressarcimento e Emenda Constitucional nº 95, que retira bilhões do sistema público, a saúde do brasileiro, especialmente a da classe média, se encontrará, numa verdadeira encruzilhada.<br />
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Da forma desonesta como o governo de Michel Temer vem tratando quem lhe ajudou a ocupar o cargo em que se encontra, a classe média poderá não ter os planos de saúde da forma que funcionaram até então (e também provavelmente não terá o SUS). Com o impacto dos novos Mecanismos Financeiros de Regulação da Resolução Nº 433, dos 3.329 procedimentos previstos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde de 2018 do setor suplementar, apenas 250 procedimentos ficaram isentos de coparticipação de 40%.<br />
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O negócio ficou tão complicado para quem tem planos de saúde, que até mesmo em consultas e exames básicos (de alta prevalência) pouco ou nada foi considerado na Tabela de Procedimentos Isentos dos Mecanismos Financeiros de Regulação. E mesmo com decisão contrária do Supremo Tribunal Federal às novas mudanças, a própria Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) resolveu peitar, e não vai cumprir nenhuma decisão judicial, pois nesse governo fraco de Temer qualquer um pode muito bem contrariar a autoridade suprema do país em nome dos interesses dos capatazes do sistema de planos de saúde do país.<br />
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Pois é...! Quem tem telhado de vidro não pode atirar pedra nos outros! A esperança é que os cidadãos que colocaram camisas amarelas e ocuparam as ruas do país em 2016, como se fossem um rebanho de analfabetos políticos teleguiados pela Rede Globo de Televisão, para exigir a saída da “organização criminosa” (como chamaram os petistas), agora tomem vergonha na cara e coloquem de novo as mesmas camisas e ocupem as ruas contra esses disparates, porque senão nem as filas dos SUS vão ter.<br />
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Por<b><i> Genaldo de Melo</i></b><br />
Fonte: genaldo40.blogspot.com