O fim da coligação e do eleito sem voto

20 de julho de 2018 às 08:21

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Estamos entrando no per&iacute;odo das conven&ccedil;&otilde;es partid&aacute;rias, que escolher&atilde;o os candidatos &agrave;s elei&ccedil;&otilde;es de 7 de outubro. Os partidos ter&atilde;o at&eacute; as 19 horas do dia 15 de agosto para apresentar o pedido de registro de seus concorrentes junto &agrave; Justi&ccedil;a Eleitoral. No dia seguinte, todos j&aacute; poder&atilde;o come&ccedil;ar a campanha que, no entanto, s&oacute; no dia 31 daquele m&ecirc;s come&ccedil;ar&aacute; no r&aacute;dio e na televis&atilde;o. A grande diferen&ccedil;a em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s anteriores &eacute; que, nesta elei&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o teremos os eleitos com vota&ccedil;&atilde;o diminuta como aqueles que nas passadas se valeram da vota&ccedil;&atilde;o dos puxadores Clodovil, Tiririca, que receberam votos para si e para arrastar outros da coliga&ccedil;&atilde;o. Agora, de acordo com a Lei n&ordm; 13.165/15, para ter confirmada a elei&ccedil;&atilde;o, o candidato ter&aacute; de reunir no m&iacute;nimo 10% do quociente eleitoral, que &eacute; a n&uacute;mero de votos v&aacute;lidos dividido pelo n&uacute;mero de vagas em disputa. Acabar&atilde;o, assim, os eleitos sem votos.<br /> <br /> Embora ainda n&atilde;o tenha efeito nas elei&ccedil;&otilde;es desse ano, os votos nela apurados v&atilde;o oferecer dados para a cl&aacute;usula de desempenho ou barreira, nas pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es. A partir de 2019, s&oacute; ter&atilde;o acesso ao fundo partid&aacute;rio e ao tempo no r&aacute;dio e TV os partidos que conseguirem, nas elei&ccedil;&otilde;es de 2018, pelo menos 1,5% dos votos para a C&acirc;mara dos Deputados, distribu&iacute;dos em 9 estados e com m&iacute;nimo de 1% dos votos em cada um deles. Esses percentuais subir&atilde;o gradativamente at&eacute; 2031, quando ser&atilde;o exigidos 3% dos votos v&aacute;lidos para a C&acirc;mara, distribu&iacute;dos em 9 estados e com 2% dos votos v&aacute;lidos em cada um deles.<br /> <br /> S&oacute; essas duas exig&ecirc;ncias &ndash; n&uacute;mero m&iacute;nimo de votos para eleger um candidato e desempenho do partido para ter acesso a verbas e hor&aacute;rios de propaganda &ndash; dever&atilde;o ter grande impacto nas pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es. Hoje possu&iacute;mos 35 partidos pol&iacute;ticos registrados e 73 em fase de registro. Esse n&uacute;mero &eacute; demasiadamente elevado e inviabiliza o processo eleitoral, al&eacute;m de oferecer oportunidade a muitos problemas se n&atilde;o houver tarefa m&iacute;nima a cumprir. Com a cl&aacute;usula de desempenho, nada impede que continuem existindo como entidades, mas n&atilde;o recebendo verbas e servi&ccedil;os destinados &agrave; realiza&ccedil;&atilde;o das elei&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> &nbsp;A partir de 2020, quando ocorrer&atilde;o as pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es municipais, estar&atilde;o proibidas as coliga&ccedil;&otilde;es para vereador. Para ter sucesso, partidos e candidatos ter&atilde;o de somar votos e n&atilde;o agremia&ccedil;&otilde;es,como ocorreu at&eacute; agora. Isso no futuro tamb&eacute;m valer&aacute; para deputados (federais e estaduais) e, assim, o processo eleitoral come&ccedil;ar&aacute; a ganhar mais seriedade e os eleitos se tornar&atilde;o mais representativos. Essas s&atilde;o medidas que poder&atilde;o salvar a democracia, hoje sofrida pelos desmandos que, de quest&otilde;es pol&iacute;ticas, acabaram se tornando casos de pol&iacute;cia...<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp; <br />