A Copa do Mundo e as eleições
20 de julho de 2018 às 08:30
Celso Luiz Tracco
Mais uma vez, a seleção brasileira foi eliminada em uma Copa do Mundo. Caímos nas quartas de final. Nesses tempos de uso intensivo das redes sociais, muito se vê e ouve que o resultado do torneio pode ou irá influenciar o resultado das eleições. Mas, a história não diz isso.<br />
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Desde 1994, quando começou a coincidência de eleições diretas para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, com a realização da Copa do Mundo os resultados não justificam que o brasileiro carrega para as urnas a emoção da vitória ou da derrota da seleção.<br />
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<div style="margin-left: 40px;">- <b>1994</b>, o Brasil conquistou sua 4ª. Copa, vencendo a Itália nos pênaltis, após agoniantes 0x0 nos 120 minutos de jogo. A situação, FHC, obteve 54% dos votos contra 27% dados a Lula. A eleição foi resolvida no 1º turno. Influência do sucesso do plano real e não do futebol.<br />
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- <b>1998</b>, perdemos da França, na final, por incontestáveis 3x0. "Vergonha nacional". FHC, que havia proposto a emenda da reeleição, venceu no 1º turno novamente contra Lula, 53% a 31%. Após a reeleição, houve uma maxidesvalorização do real.<br />
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-<b> 2002</b>, Brasil campeão, venceu a Alemanha na final por 2x0. A oposição, Lula, venceu o candidato da situação, José Serra, no 2º. turno obtendo 61% dos votos contra 39%.<br />
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- <b>2006</b>, Brasil eliminado pela França nas quartas de final, outra "vergonha nacional". Lula é reeleito no 2º turno com 61% dos votos contra 39% dados a Geraldo Alckmin.<br />
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- <b>2010, </b>Brasil eliminado pela Holanda nas quartas de final. A situação, PT, elege o sucessor de Lula – Dilma Rousseff – com 56% dos votos contra 44% de José Serra, no 2º turno.<br />
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- <b>2014</b>, o Brasil passa pela maior vergonha futebolística da história: é eliminado por acachapantes 7x1 para a Alemanha em pleno Mineirão. Dilma é reeleita, 2º turno, com 51,6% contra 48,4% dados a Aécio Neves. Após as eleições, o Brasil mergulhou na maior crise econômica de sua história.</div>
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Não há correlação entre o resultado da Copa e da eleição. Se aprofundarmos a pesquisa veremos que os estelionatos eleitorais e as falcatruas, praticados por ambos partidos entre 1994 – 2014, influenciaram muito mais as eleições do que o futebol. Resumindo: há muito tempo não somos o país do futebol, já nem há mais comoção quando o Brasil perde, a não ser o falso choro de atletas que devem milhões de reais para a Receita Federal. Também não somos o país do futuro. Mas somos o campeão mundial da corrupção, dos altos impostos, da desigualdade social, dos privilégios da máquina pública. E somente pelo voto consciente de toda população, poderemos expulsar esses políticos lesa-pátria de campo. E nem vai precisar do árbitro de vídeo. Renovar é preciso e necessário.<br />
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<b><i><img src="/uploads/image/artigos_celso-luiz-tracco_economista(1).jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br />
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Celso Luiz Tracco</i></b> é economista e autor do livro Às Margens do Ipiranga - a esperança em sobreviver numa sociedade desigual