A busca do vice ideal

26 de julho de 2018 às 17:01

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Pelo menos dois candidatos &ndash; Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL) &ndash; est&atilde;o em dificuldade para definir os candidatos a vice em suas chapas. O primeiro v&ecirc; fazer &aacute;gua o seu acordo com o empres&aacute;rio Josu&eacute; Gomes, filho do vice de Lula, e o segundo j&aacute; teve pelo menos tr&ecirc;s nomes dados como certos e n&atilde;o confirmados. Os partidos t&ecirc;m pouco tempo (at&eacute; 5 de agosto) para fechar suas chapas, que dever&atilde;o ser registradas at&eacute; o dia 15. O vice, embora seja posto de expectativa de substitui&ccedil;&atilde;o do titular, &eacute; importante justamente pelo destino dos eleitos. A hist&oacute;ria republicana registra oito vice-presidentes que governaram o pa&iacute;s, inclusive o atual, Michel Temer.<br /> <br /> O primeiro vice-presidente ap&oacute;s a proclama&ccedil;&atilde;o da Rep&uacute;blica, Floriano Peixoto, assumiu em 23 de novembro de 1891, quando o presidente Deodoro da Fonseca foi obrigado a renunciar. Nilo Pe&ccedil;anha tomou posse em 14 de junho de 1909, na morte do presidente Afonso Pena. Delfim Moreira assumiu no dia 15 de novembro de 1918 em lugar do presidente Rodrigues Alves, acometido pela tuberculose, que o mataria em 16 de janeiro. Caf&eacute; Filho sucedeu Get&uacute;lio Vargas, no seu suic&iacute;dio, em 24 de agosto de 1954. Jo&atilde;o Goulart assumiu em 7 de setembro de 1961, em lugar de Janio Quadros, que renunciou. Jos&eacute; Sarney tomou posse, em 15 de mar&ccedil;o de 1985, substituindo Tancredo Neves, internado na v&eacute;spera, que morreria a 21 de abril. Itamar Franco assumiu em 29 de dezembro de 1992, em raz&atilde;o de impeachment de Fernando Collor, e Michel Temer, no dia 31 de agosto de 2016, no afastamento de Dilma Rousseff. H&aacute;, tamb&eacute;m, o caso de Pedro Aleixo, vice de Costa e Silva, que deveria ter assumido em agosto de 1969, quando o presidente sofreu uma inabilitante trombose cerebral, mas foi impedido, assumindo o governo uma junta militar.<br /> <br /> Esses e outros epis&oacute;dios na hist&oacute;ria dos vice-presidentes demonstram a import&acirc;ncia do posto no ordenamento institucional brasileiro. Escolher um bom vice &eacute; t&atilde;o importante quanto a defini&ccedil;&atilde;o do presidente, pois o vice poder&aacute; substitu&iacute;-lo, at&eacute; definitivamente. O ideal seria que do grande n&uacute;mero de pr&eacute;-candidatos &agrave; presid&ecirc;ncia sa&iacute;ssem tamb&eacute;m os postulantes a vice. Esse &eacute; o momento dos que n&atilde;o vislumbram a possibilidade de passar ao segundo turno comporem com o concorrente vi&aacute;vel mais alinhado aos seus ideais. O reconhecimento da pr&oacute;pria inviabilidade poder&aacute; ser um importante instrumento para ajudar o pa&iacute;s na busca do governante representativo. Como algu&eacute;m que tamb&eacute;m poder&aacute; governar, o bom &eacute; que o vice-presidente tamb&eacute;m tenha capital eleitoral para oferecer &agrave; chapa em disputa...<br /> &nbsp;<br /> <i><b><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</b></i> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br