A falta de competitividade

02 de agosto de 2018 às 10:21

Tenente Dirceu Cardoso Gon&
A crise brasileira n&atilde;o &eacute; s&oacute; econ&ocirc;mica, pol&iacute;tica ou administrativa. &Eacute; tamb&eacute;m estrutural. Prova disso est&aacute; no estudo da Abimaq (Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira da Ind&uacute;stria de M&aacute;quinas e Equipamentos) que indica ser 30% mais caro o produto fabricado no Brasil em rela&ccedil;&atilde;o ao mesmo produzido na Alemanha ou nos Estados Unidos. Isso ocorre at&eacute; nas empresas estrangeiras que aqui possuem subsidi&aacute;rias com linhas e processos de produ&ccedil;&atilde;o id&ecirc;nticos aos da matriz. O sobrepre&ccedil;o decorre de juros, burocracia e carga tribut&aacute;ria altos em nosso pa&iacute;s e, traz como consequ&ecirc;ncia a falta de competitividade de nossos produtos no mercado internacional. Fruto do incha&ccedil;o que sofremos durante as &uacute;ltimas d&eacute;cadas e da falta de disposi&ccedil;&atilde;o do governo, do parlamento e da burocracia para tornar o Estado mais eficiente e menos gastador.<br /> <br /> A carga tribut&aacute;ria elevada &eacute; sentida a todo instante. Ve&iacute;culos aqui fabricados s&atilde;o vendidos a pre&ccedil;os inferiores em outros pa&iacute;ses, o combust&iacute;vel da Petrobr&aacute;s &eacute; encontrado pela metade do pre&ccedil;o nos pa&iacute;ses vizinhos e tudo o que consumimos &eacute; gravado por elevadas al&iacute;quotas de tributos. Isso sem dizer que, por causa da pol&iacute;tica econ&ocirc;mica leonina, muitos neg&oacute;cios fecharam aqui e abriram na China, no Paraguai e em outros pontos do planeta menos tributados, e hoje seus produtos chegam ao mercado brasileiro a pre&ccedil;os inferiores do que se tivessem sido produzidos localmente. Os empregos que aqui deveriam ser gerados s&atilde;o criados l&aacute; fora, enquanto o Brasil amarga mais de 13 milh&otilde;es de desempregados e um grande n&uacute;mero de subempregados e trabalhadores informais.<br /> <br /> A impopularidade do presidente Michel Temer e a inviabilidade da candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles podem ser atribu&iacute;das &agrave;s suas tentativas de reformar o Estado. Talvez n&atilde;o fossem as medidas ideais, mas s&atilde;o necess&aacute;rias para aplacar a gastan&ccedil;a da maquina p&uacute;blica. Os congressistas deram mostras de n&atilde;o quererem reformas e mant&eacute;m, no pr&oacute;prio Congresso Nacional, uma estrutura de gastos e privil&eacute;gios que escandaliza a Na&ccedil;&atilde;o. Estamos chegando &agrave;s elei&ccedil;&otilde;es. &Eacute; preciso que os candidatos digam claramente o que pretendem fazer para tornar o Estado mais eficiente e menos caro e para, de alguma forma, devolver a empregabilidade ao Brasil. Temos de fazer algo muito urgente para tornar competitivo o nosso parque industrial e, com isso, proporcionar o giro da economia e a volta dos empregos e do bem-estar da popula&ccedil;&atilde;o. Isso &eacute; mais importante do que as ideologias que, mesmo velhas e carcomidas, ainda dominam o debate pol&iacute;tico-eleitoral...<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="81" align="left" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br<br />