Candidatos militares e policiais

13 de agosto de 2018 às 16:38

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Se, de um lado, se observa pol&iacute;ticos manchados pela corrup&ccedil;&atilde;o tentando sobreviver, registra-se na outra ponta o aumento de candidatos egressos das for&ccedil;as armadas e das pol&iacute;cias federal, civis e militares em busca de cargos eletivos. Al&eacute;m do capit&atilde;o Jair Bolsonaro concorrendo &agrave; presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, 28 candidatos - 8 ao governo, 12 vices e 8 ao Senado &ndash; egressos das for&ccedil;as armadas, pol&iacute;cia federal e pol&iacute;cias estaduais se apresentam para as elei&ccedil;&otilde;es. Isso, al&eacute;m das dezenas de concorrentes &agrave; C&acirc;mara dos Deputados e Assembl&eacute;ias Legislativas, parte deles concorrendo &agrave; reelei&ccedil;&atilde;o. Em S&atilde;o Paulo, duas candidatas a vice-governador e um pretendente ao Senado s&atilde;o PMs.<br /> <br /> Essa participa&ccedil;&atilde;o de egressos da m&aacute;quina militar e policial deveria ser considerada normal, mas ocorre num momento em que a Na&ccedil;&atilde;o se encontra escandalizada diante da s&eacute;rie de atos de corrup&ccedil;&atilde;o descoberta, que envolve destacadas figuras da vida pol&iacute;tica. Tudo cometido num tempo em que imperaram os falsos democratas que levaram o pais &agrave; ruptura de 1964 e seus sucessores, muitos deles com imagem constru&iacute;da perante a popula&ccedil;&atilde;o atrav&eacute;s&nbsp; de um discurso moralista n&atilde;o colocado em pr&aacute;tica depois que assumiram o poder. Tamb&eacute;m coincide com um tempo em que seguran&ccedil;a p&uacute;blica est&aacute; em crise, em grande parte decorrente da demagogia onde se trocou obriga&ccedil;&otilde;es estatais por votos e governantes, a t&iacute;tulo de serem democr&aacute;ticos, fizeram de tudo para enfraquecer as institui&ccedil;&otilde;es encarregadas da seguran&ccedil;a.<br /> <br /> O candidato militar ou policial n&atilde;o deve ser encarado como algu&eacute;m que vem para endurecer o regime ou confrontar a democracia. Mas como um profissional preparado, que passou a vida toda estudando para cumprir sua miss&atilde;o e, por isso, traz consigo forte vi&eacute;s de cumprimento das leis e fortalecimento da sociedade. Diferente do que pregam os falsos democratas que nos conduziram &agrave; atual crise, s&atilde;o cidad&atilde;os que j&aacute; cumpriram suas jornadas na caserna ou na institui&ccedil;&atilde;o policial e se sentem em condi&ccedil;&otilde;es de contribuir ou, ainda, que trocam a estabilidade da fun&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica pela carreira pol&iacute;tica onde sentem que podem ajudar&nbsp; a sociedade.<br /> <br /> Os militares &ndash; das for&ccedil;as armadas ou das pol&iacute;cias estaduais &ndash; ou policiais civis s&atilde;o cultores da legalidade. Uma vez eleitos, ter&atilde;o a oportunidade de cobrar o cumprimento de normas e leis que o modismo, a acomoda&ccedil;&atilde;o e a luta ideol&oacute;gica fizeram quest&atilde;o de ignorar, e ter&atilde;o o cond&atilde;o de promover o equil&iacute;brio social cuja falta &eacute; cada dia mais reclamada pela popula&ccedil;&atilde;o. Ainda mais: entrando pela porta das elei&ccedil;&otilde;es, desarmam de forma eficaz as tentativas de interven&ccedil;&atilde;o militar mediante ruptura democr&aacute;tica. &nbsp;<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br