O “Dia D” das eleições de 2018

15 de agosto de 2018 às 17:20

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Est&aacute; chegando o dia da decis&atilde;o na corrida eleitoral deste ano. N&atilde;o o do resultado final, mas da defini&ccedil;&atilde;o de quem ser&aacute; candidato. Apesar de tecnicamente impedido de concorrer, por ser condenado em segunda inst&acirc;ncia e estar cumprindo pena, o ex-presidente Lula insiste em sua candidatura. O Partido dos Trabalhadores deve protocolar o pedido de registro nos &uacute;ltimos minutos do prazo &ndash; 15 de agosto &agrave;s 19 horas &ndash; e est&aacute; preparado para sustentar uma batalha jur&iacute;dica at&eacute; o meio de setembro, na tentativa de manter Lula &ldquo;candidato&rdquo;. Ao final, confirmada a impossibilidade, o substituir&aacute; por Fernando Haddad, hoje apresentado como vice, mas j&aacute; com mais da metade da campanha realizada pelo candidato invi&aacute;vel, ent&atilde;o promovido a m&aacute;rtir pol&iacute;tico, ou &ldquo;id&eacute;ia&rdquo;, como ele pr&oacute;prio se autodefiniu no dia da pris&atilde;o.<br /> <br /> Mais importante do que permitir ou n&atilde;o que o ex-presidente seja candidato, &eacute; a Justi&ccedil;a Eleitoral decidir de forma terminativa. Salvo melhor ju&iacute;zo, se n&atilde;o pode apresentar todas as certid&otilde;es exigidas para o registro, n&atilde;o h&aacute; que se falar mais nisso. O quadro tem de ser fechado e homologado com os que cumprirem as exig&ecirc;ncias legais. Nada mais.<br /> <br /> No passado houve um presidente que, ao cometer uma ilegalidade, declarou &ldquo;ora &agrave; lei&rdquo;, e isso ficou no imagin&aacute;rio nacional. Durante o impeachment&nbsp; da presidente Dilma Rousseff, o ministro Ricardo Lewandowski, que por for&ccedil;a de lei presidia a sess&atilde;o do Senado, arrepiou a lei afastando a governante mas n&atilde;o lhe aplicando a inelegibilidade de 8 anos estabelecida no texto legal para o seu caso. Desde ent&atilde;o, os petistas e seus parceiros cultuam e espalham pelo mundo a bestial tese de que houve um &ldquo;golpe&rdquo;. O tema chegou a gerar at&eacute; um curso universit&aacute;rio em institui&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas que, no lugar de qualificar o aluno, o treinam como militante de esquerda.<br /> <br /> O pa&iacute;s est&aacute; mergulhado na brutal crise porque, na redemocratiza&ccedil;&atilde;o, muitos daqueles que no passado lutaram para nos impor uma ditadura do proletariado, voltaram e se fantasiaram de democratas. E a sociedade, que no frigir dos ovos paga a conta, nada fez para impedir a farsa. Precisamos recuperar o respeito &agrave;s institui&ccedil;&otilde;es e principalmente ao ordenamento jur&iacute;dico. Os que repetidamente acusam o &ldquo;golpe&rdquo; devem ser chamados a responder por esse crime de&nbsp; denuncia&ccedil;&atilde;o caluniosa, que p&otilde;e em d&uacute;vidas nosso poder judici&aacute;rio tanto no pa&iacute;s como no exterior. Da mesma forma, os que tentam tumultuar a vida nacional, t&ecirc;m de assumir a responsabilidade pelo que fazem. Os poderes da Rep&uacute;blica t&ecirc;m de funcionar e exigir o pleno cumprimento das leis e impedir qualquer tipo de desobedi&ecirc;ncia civil. Sem isso, a crise continuar&aacute; indefinidamente.<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br