A escada se lava de cima para baixo

21 de agosto de 2018 às 11:28

Celso Luiz Tracco
Uma das m&aacute;ximas na atividade empresarial &eacute; que &quot;<b><i>a escada se lava de cima para baixo</i></b>&quot;. Ela faz analogia ao trabalho de uma assessoria contratada por determinada empresa que precisa de uma real transforma&ccedil;&atilde;o para sobreviver, pois o seu modelo de neg&oacute;cio est&aacute; se deteriorando e ela n&atilde;o consegue, sozinha, se reerguer. Ou seja a &quot;limpeza&quot; tem de come&ccedil;ar pela diretoria e ir descendo at&eacute; chegar &agrave; base, degrau por degrau. Muitas vezes, o gestor da empresa, que teve sucesso no passado, n&atilde;o quer perceber que o seu tempo passou, que seus m&eacute;todos s&atilde;o ultrapassados. Continua se agarrado ao seu posto de maneira monol&iacute;tica. O gesto pode at&eacute; ser nobre, po&eacute;tico, heroico, mas &eacute; in&oacute;cuo e principalmente egoc&ecirc;ntrico. Pensa em si mas n&atilde;o no bem comum. <br /> <br /> Nas pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es de outubro, o Brasil precisa come&ccedil;ar a lavar a escada de cima para baixo. Uma verdadeira limpeza, com produtos bem fortes, daqueles que removem toda a sujeira. Certamente dar&aacute; muito trabalho, ser&aacute; extenuante e precisaremos de muitas m&atilde;os. A escada do poder, cujo degrau mais alto &eacute; simbolizado pelo Pal&aacute;cio do Planalto, deveria ser de limpeza imaculada, por&eacute;m, est&aacute; imundo de tantos detritos, de tantos dejetos, de tantos restos de material velho e abandonado. Olhando bem de perto seu aspecto causa nojo e repulsa. N&atilde;o adianta fazer uma limpeza assim por cima, leve, apenas para constar. Temos realmente de nos empenhar para eliminar toda a sujeira. <br /> <br /> O melhor detergente para essa limpeza? O voto, o seu voto, o nosso voto! Quem deve limpar a escada? Sem d&uacute;vida, n&oacute;s os eleitores. Apenas pela for&ccedil;a do voto podemos come&ccedil;ar a limpar a &quot;principal escada&quot; de nosso pa&iacute;s. Esse deve ser um trabalho cont&iacute;nuo e com a participa&ccedil;&atilde;o de toda a sociedade, n&atilde;o pode ser reduzido a algumas pessoas ou grupos que se julgam &quot;iluminados&quot;. <br /> <br /> A empresa Brasil at&eacute; que come&ccedil;ou com ares de limpeza mas, com o passar do tempo, passou a ter uma propina aqui, um mensal&atilde;o ali, peda&ccedil;os de malas e roupas usadas para guardar dinheiro, porcentagens e nomea&ccedil;&otilde;es esp&uacute;rias em quase todos os departamentos. Privil&eacute;gios, pens&otilde;es, obras fara&ocirc;nicas paradas, indica&ccedil;&otilde;es pol&iacute;ticas (cabides de emprego). Foram tantas as inger&ecirc;ncias, que a empresa ficou sem caixa para cumprir com os compromissos assumidos. Mas, o gestor n&atilde;o demite ningu&eacute;m, ao contr&aacute;rio, aumenta ainda mais os gastos. <br /> <br /> O gestor, sua diretoria e seus gerentes, querem manter os mesmos h&aacute;bitos de sempre, n&atilde;o querem perder seus privil&eacute;gios e, principalmente, n&atilde;o querem salvar a empresa. Que a nossa participa&ccedil;&atilde;o nas elei&ccedil;&otilde;es saiba expulsar todos esses pol&iacute;ticos que insistem em destruir a empresa Brasil. <br /> <br /> <b><i><img src="/uploads/image/artigos_celso-luiz-tracco_economista.JPG" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> Celso Luiz Tracco</i></b> &eacute; economista e autor do livro &Agrave;s Margens do Ipiranga - a esperan&ccedil;a em sobreviver numa sociedade desigual.