Os quatro temas que ainda assolam o agronegócio brasileiro

24 de agosto de 2018 às 17:11

José Luiz Tejon Megido
Os temas que assolam o agroneg&oacute;cio deixam suas lideran&ccedil;as ocupadas, vociferantes e repetitivas. S&atilde;o os mesmos temas que se repetem por anos, tomando em um momento ou outro uma dimens&atilde;o mais dram&aacute;tica e mais medi&aacute;tica. Aqui v&atilde;o os quatro eternos e incomodantes temas do agroneg&oacute;cio que sempre se repetem:<br /> <div style="margin-left: 40px;"><br /> 1. Venenos, agrot&oacute;xicos, defensivos ou que nome voc&ecirc; queira dar &ndash; a quest&atilde;o da ci&ecirc;ncia e tecnologia;<br /> <br /> 2. O tema das terras no Brasil, os problemas com invas&otilde;es, assentamentos, &iacute;ndios, cart&oacute;rios e registros de terras &ndash; a ilegalidade reinante;<br /> <br /> 3. O meio ambiente, esse mesmo, com o Brasil tendo 66% de seu territ&oacute;rio preservado; todo dia tem algu&eacute;m querendo criar uma reserva nova ou atacar o assunto: as queimadas e o desmatamento ilegal;<br /> <br /> 4. Log&iacute;stica, dos custos no Brasil, da burocracia, da infraestrutura, dos portos e bagun&ccedil;a tribut&aacute;ria.</div> <br /> Esses grandes assuntos vemos presentes e permanentes sob distintas formas de abordagem ao longo das &uacute;ltimas d&eacute;cadas. Ent&atilde;o, est&aacute; na hora de criarmos um conselho de autorregulamenta&ccedil;&atilde;o do agro nacional e comit&ecirc; de &eacute;tica, o CONAAE.<br /> <br /> A partir desse conselho, n&atilde;o dever&aacute; se esperar mais por governo nem por elementos alien&iacute;genas. O pr&oacute;prio setor deve propor suas autorregulamenta&ccedil;&otilde;es, criar seu comit&ecirc; de &eacute;tica e ali oferecer para a sociedade as linhas perante a tecnologia, o que &eacute; preciso ser feito sobre os recursos gen&eacute;ticos do pa&iacute;s, os qu&iacute;micos, os agrot&oacute;xicos e o uso.<br /> <br /> Nesse conselho se definir&aacute; as boas pr&aacute;ticas ambientais, e cabe em seu comit&ecirc; de &eacute;tica avaliar, julgar e punir agentes do agro que n&atilde;o estejam em conson&acirc;ncia com a pr&oacute;pria autorregulamenta&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Que os legisladores sigam esse conselho ao inv&eacute;s do setor ficar ref&eacute;m do governo e da pr&oacute;pria legisla&ccedil;&atilde;o, onde o lobby e as bancadas acabam virando torcidas organizadas de apaixonados versus detratores.<br /> <br /> O setor publicit&aacute;rio na d&eacute;cada de 80 criou o CONAR, o Conselho Nacional de Autorregulamenta&ccedil;&atilde;o Publicit&aacute;ria, e para isso integrou representantes da m&iacute;dia, dos anunciantes e das ag&ecirc;ncias de propaganda.<br /> <br /> O objetivo era esse mesmo, antecipar, antever e proteger o segmento de investidas externas desprovidas de conhecimentos sobre a comunica&ccedil;&atilde;o e a livre iniciativa.<br /> <br /> O agroneg&oacute;cio precisa &ndash; antes de ser julgado, antes de ser atacado e antes das suas pr&oacute;prias lideran&ccedil;as vociferarem a cada dia, a cada semana &ndash;, de um conselho integrando os segmentos que o comp&otilde;e, convocando &oacute;rg&atilde;os de apoio como o capitalismo consciente, por exemplo, doutores em &eacute;tica e governan&ccedil;a.<br /> <br /> Se n&atilde;o nos autoliderarmos, algu&eacute;m far&aacute;, e pode n&atilde;o ser nada sensato e inteligente o que disso advir&aacute;. <br /> <br /> <b><i><img src="/uploads/image/artigos_jose-luiz-tejon_conselheiro-fiscal-do-ccas.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Jos&eacute; Luiz Tejon Megido</i></b>, Conselheiro Fiscal do Conselho Cient&iacute;fico Agro Sustent&aacute;vel (CCAS) e Dirige o N&uacute;cleo de Agroneg&oacute;cio da ESPM.