A volta da campanha no corpo-a-corpo

24 de agosto de 2018 às 17:33

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Verifica-se, nas &uacute;ltimas semanas, o ressurgimento das recep&ccedil;&otilde;es em aeroportos, concentra&ccedil;&otilde;es e caminhadas, onde o candidato &eacute; literalmente carregado nos bra&ccedil;os dos seus apoiadores&nbsp; e encerra a festa com um discurso. Com essa estrat&eacute;gia, Jair Bolsonaro, o l&iacute;der das pesquisas entre os candidatos vi&aacute;veis &agrave; presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, est&aacute; enfrentando o j&aacute; conhecido pequeno tempo que ter&aacute; no hor&aacute;rio eleitoral gratuito de r&aacute;dio e televis&atilde;o, com in&iacute;cio previsto para a pr&oacute;xima sexta-feira, dia 31. Os eventos s&atilde;o gravados e divulgados nas redes sociais que, por seu pr&oacute;prio desenvolvimento e populariza&ccedil;&atilde;o, ter&atilde;o, nestas elei&ccedil;&otilde;es, peso maior do que nas anteriores. A grande interroga&ccedil;&atilde;o est&aacute; no n&iacute;vel de influ&ecirc;ncia que os diferentes modais de campanha &ndash; r&aacute;dio e TV, internet e o corpo-a-corpo - ter&atilde;o junto ao eleitorado de 2018.<br /> <br /> No per&iacute;odo democr&aacute;tico de 1946 a 64, os com&iacute;cios e concentra&ccedil;&otilde;es constitu&iacute;ram vigoroso instrumento para o convencimento do eleitor. Minimizados durante o regime militar &ndash; onde presidente da Rep&uacute;blica, governadores e prefeitos de capitais e munic&iacute;pios estrat&eacute;gicos n&atilde;o eram eleitos diretamente pelo povo &ndash; esses eventos foram perdendo sua for&ccedil;a. Tiveram destaque na &eacute;poca das &ldquo;diretas J&aacute;&rdquo; e nas manifesta&ccedil;&otilde;es populares que precederam ao impeachment&nbsp; tanto de Fernando Collor quanto de Dilma Rousseff. Mas n&atilde;o chegaram a empolgar nas elei&ccedil;&otilde;es, onde at&eacute; agora o r&aacute;dio e a TV s&atilde;o tidos como os principais instrumentos, apesar das restri&ccedil;&otilde;es e limita&ccedil;&otilde;es. A internet chegou e hoje disputa o espa&ccedil;o com r&aacute;dio e TV. As elei&ccedil;&otilde;es desse ano v&atilde;o nos demonstrar at&eacute; que ponto a rede e seus recursos poder&atilde;o ajudar e interferir na decis&atilde;o do eleitor.<br /> <br /> Bolsonaro revive os grandes movimentos de massa em busca do voto e, pelo menos no primeiro instante, colhe frutos disso. Esse fen&ocirc;meno, de certa forma j&aacute; utilizado pelo Partido dos Trabalhadores antes dos problemas que levaram ao afastamento de Dilma e &agrave; pris&atilde;o de Lula, hoje se mostra forte e como alternativa real. Com certeza, os pilotos de campanha dos demais candidatos j&aacute; estudam o fen&ocirc;meno e t&ecirc;m pressa para dele tentar obter alguma vantagem aos seus partidos ou coliga&ccedil;&otilde;es. Mesmo que um com&iacute;cio ou concentra&ccedil;&atilde;o n&atilde;o atraia o grosso do eleitorado da localidade onde se realiza, a sua divulga&ccedil;&atilde;o pelas redes sociais e aplicativos de internet o faz chegar &agrave; maioria da popula&ccedil;&atilde;o. Segundo levantamento da Funda&ccedil;&atilde;o Get&uacute;lio Vargas, o Brasil possui, atualmente, mais de 306 milh&otilde;es de equipamentos port&aacute;veis ativos, entre smartphones, notebooks e tablets. Todos eles, mais os computadores fixos, s&atilde;o habilitados a receberem a campanha veiculada na internet. Dif&iacute;cil saber at&eacute; que ponto influenciar&atilde;o nos resultados...<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br <br />