As mulheres venceram, #ELE NÃO.
30 de setembro de 2018 às 11:34
Ivandilson Miranda Silva
<div style="text-align: center;"><img src="/uploads/image/img_as-mulheres-venceram-ele-nao.jpg" width="450" height="265" align="middle" alt="" /></div>
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É inegável a crise humanitária que atormenta o mundo. Aliás, como quase nunca tivemos sociedades justas e igualitárias ao longo da história, mesmo com as promessas da Revolução Francesa (1789) de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, sempre a crise esteve presente em, praticamente, todos os tempos.<br />
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O Brasil vive, talvez, uma das suas crises mais agudas, pois não se trata apenas de uma crise de caráter econômico e político, pois esse estrago nas entranhas da sociedade brasileira já vem sendo feito desde a sua conflituosa fundação em 1500. Se ainda somos colônia e dependemos dos ditames “<b><i>Trumpianos</i></b>” e dos interesses do “<b><i>Império</i></b>” Norte-Americano, é por conta dessa exploração anticivilizatória. <br />
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O nosso problema, que alguns até chamaram de complexo, é de sentido ou seja; qual o sentido da nação brasileira? Por que temos que acreditar no Brasil? Qual é o projeto de sociedade que queremos, ou melhor; existe algum projeto de nação para esse país? Essas questões são fundamentais para pensarmos saídas para essa turbulência que estamos vivenciando.<br />
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E como as mulheres entram nessa crise? <br />
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Arrisco dizer que as mulheres tomaram a história para si e isso é uma constatação positiva do processo civilizatório brasileiro. Se o país tem que mudar, que comece essa mudança com as mulheres.<br />
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O protagonismo feminino entra em cena depois de ser provocado, depois de ser atacada e desrespeitada mais uma vez. Os que desrespeitam as mulheres não tem noção da dívida humanitária que temos com elas. O patriarcalismo machista milenar impôs um sistema mundo voltado para os interesses e vontades masculinas e isso acaba violentando as aspirações e desejos femininos. O machismo é uma doença que impede a construção dialógica e democrática da relação de gênero.<br />
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O século XX abre possibilidades para esse diálogo e aos poucos as conquistas femininas vão se consolidando e a mulher vai se firmando no mercado do trabalhando, na política tendo direito de votar e ser votada, a revolução sexual dos anos 1960, também, contribui para essa ascensão da mulher. O final desse século prometia mais transformações sobre essas questões.<br />
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Infelizmente, mesmo com esses avanços, ainda temos um grupo significativo de masculinos (homens) retrógrados que insistem em afirmar a sua superioridade diante da mulher e usam as agressões (físicas e verbais) como ferramenta de controle e amedrontamento.<br />
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É contra essas agressões que o movimento #elenão se insurge, se organiza e convoca todas e todos contra o preconceito para um grande ato que afirma o respeito e a não violência como referenciais para se pensar uma “<i><b>outra sociedade</b></i>”.<br />
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O movimento se contrapõe as declarações e atitudes machistas e homofóbicas do candidato à presidência da república pelo PSL (Partido Social Liberal) que foi politicamente denominado de #elenão ou #elenunca.<br />
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A repercussão dessa grande ação já foi criada e isso que se materializou no dia 29 de setembro nos atos caracterizaram a primavera feminina brasileira. Portanto, as mulheres já venceram, <b>#ELE NÃO.</b><br />
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<b><i><img src="/uploads/image/artigos_ivandilson-miranda-silva_professor-de-humanidade-unime-salvador.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br />
Ivandilson Miranda Silva</i></b>. Professor de Humanidades da Unime Salvador e Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Bolsista da FAPESB (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia) e-mail: ivandilson-silva@ig.com.br<br />