Outubro, um mês em alta tensão

02 de outubro de 2018 às 16:27

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Embora agosto seja apontado como o m&ecirc;s fat&iacute;dico na cren&ccedil;a popular, outubro, que come&ccedil;a agora, n&atilde;o &eacute; menos grave para a vida nacional. Se em agosto h&aacute; o dia 13, tido como o &ldquo;do azar&rdquo; e se aponta como trag&eacute;dias o suic&iacute;dio do presidente Get&uacute;lio Vargas, a ren&uacute;ncia de J&acirc;nio Quadros e mais recentemente o acidente que matou o presidenci&aacute;vel Eduardo Campos, outubro &eacute; pontificado por acontecimentos marcantes na pol&iacute;tica. A deflagra&ccedil;&atilde;o, no dia 3, da Revolu&ccedil;&atilde;o de 1930, onde o ga&uacute;cho Get&uacute;lio tomou o poder at&eacute; ent&atilde;o exercido pela Rep&uacute;blica Velha, onde predominavam paulistas e mineiros; e, no dia 29 (de 1945), a deposi&ccedil;&atilde;o do pr&oacute;prio Getulio, ent&atilde;o ditador, com a volta do pa&iacute;s &agrave; democracia plena, que duraria at&eacute; 1964. As elei&ccedil;&otilde;es, de 1930 at&eacute; o come&ccedil;o dos anos 60, ocorreram no dia 3 de outubro. Os militares de 64 as mudaram para 15 de novembro, e a Sexta Rep&uacute;blica, inaugurada em 1985, as fixou para o primeiro domingo de outubro.<br /> <br /> Mais uma vez estamos vivendo um outubro de alta sensibilidade. Como decorr&ecirc;ncia do impeachment da de Dilma Rousseff, das apura&ccedil;&otilde;es da Lava Jato e cong&ecirc;neres e da informa&ccedil;&atilde;o &agrave; popula&ccedil;&atilde;o sobre atos de corrup&ccedil;&atilde;o e outras inconformidades praticados no meio pol&iacute;tico, partid&aacute;rio e administrativo, o pa&iacute;s vive o azedume do eleitor em rela&ccedil;&atilde;o aos ocupantes de cargos eletivos. Talvez esse clima tenha facilitado a ascens&atilde;o do deputado Jair Bolsonaro - sem partido grande, sem dinheiro e impedido de fazer campanha em raz&atilde;o da tentativa de homic&iacute;dio que sofreu &ndash; &agrave; condi&ccedil;&atilde;o de l&iacute;der das pesquisas. Por outro lado, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad faz o papel de preposto do ex-presidente Lula,hoje encarcerado, na tentativa de sobreviv&ecirc;ncia do Partido dos Trabalhadores, sem d&uacute;vida o mais atingido na crise. O tucano Geraldo Alckmin, depois de sucessivos mandatos como governador de S&atilde;o Paulo, com a maior alian&ccedil;a pol&iacute;tica e o hor&aacute;rio de r&aacute;dio e televis&atilde;o mais extenso, n&atilde;o consegue fazer sua campanha decolar e corre risco cada vez maior de deser&ccedil;&atilde;o dos aliados. Ciro Gomes e Marina Silva tentam arrebatar de Haddad os votos supostamente transferidos por Lula. E os outros concorrentes &agrave; Presid&ecirc;ncia, com todo respeito, n&atilde;o existem.<br /> <br /> As redes sociais tornaram-se palcos da grande disputa. Sem grandes controles, veiculam verdades, mentiras e mistifica&ccedil;&otilde;es. O desespero dos que n&atilde;o querem perder o poder ou suas boquinhas e dos que querem adquir&iacute;-los, os leva a promover cenas lament&aacute;veis tanto de agress&atilde;o quanto de vitimiza&ccedil;&atilde;o. Esse clima polarizado e ardiloso em nada contribui para o objetivo da elei&ccedil;&atilde;o, que &eacute; a escolha do preferido pela popula&ccedil;&atilde;o. Toda estupidez, torpeza e desonestidade aplicadas &agrave; campanha aumentam a responsabilidade do eleitor para com o futuro do pa&iacute;s. O aconselh&aacute;vel &eacute; que, no domingo, cada um compare&ccedil;a &agrave; sua se&ccedil;&atilde;o eleitoral definido em quem votar e que, para a decis&atilde;o, ignore os exageros e o nefasto festival de incivilidade e mau gosto que os radicalizados nos oferecem. J&aacute; que candidatos, partidos e apoiadores partem para a baixaria, cabe ao povo, que &eacute; s&aacute;bio, demonstrar que n&atilde;o &eacute; manipulado. E que ven&ccedil;a o preferido pelo eleitor!<br /> <b><i>&nbsp;<br /> </i></b><b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; <br />