Segundo turno, direita e esquerda

09 de outubro de 2018 às 16:48

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
O resultado das elei&ccedil;&otilde;es &ndash; que levou para o segundo turno a polariza&ccedil;&atilde;o entre direita e esquerda e alijou do parlamento nomes dos mais conhecidos, outrora respeitados e at&eacute; temidos &ndash; mostra a op&ccedil;&atilde;o majorit&aacute;ria do povo por mudan&ccedil;as. Um novo Brasil acordou nesta segunda-feira, aliviado pelo afastamento de figuras not&oacute;rias, entre as quais a ex-presidente Dilma Rousseff, beneficiada pela manobra que salvou seus direitos pol&iacute;ticos no impeachment. As casas legislativas &ndash; Senado, C&acirc;mara e Assembl&eacute;ias &ndash; receber&atilde;o sangue novo e estar&atilde;o em melhores condi&ccedil;&otilde;es de cumprir sua tarefa que nas atuais composi&ccedil;&otilde;es, onde muitos dos integrantes s&atilde;o alvos de investiga&ccedil;&atilde;o ou processos decorrentes da corrup&ccedil;&atilde;o que apodreceu a cena pol&iacute;tica brasileira dos &uacute;ltimos anos.<br /> <br /> A popula&ccedil;&atilde;o brasileira, por grande maioria, escolheu Jair Bolsonaro para seu presidente. O candidato obteve 49 milh&otilde;es de votos e o segundo colocado, Fernando Haddad, recebeu 31 milh&otilde;es. Bolsonaro s&oacute; n&atilde;o foi declarado vencedor porque seus votos somaram 46,05% dos voto e a atual legisla&ccedil;&atilde;o requer 50%. Por isso, ter&aacute; de enfrentar o segundo turno, concorrendo com o segundo colocado. A elei&ccedil;&atilde;o em dois turnos foi criada no bojo da atual Constitui&ccedil;&atilde;o, valendo para presidente da Rep&uacute;blica, governadores estaduais e prefeitos de minic&iacute;pios com mais de 200 mil eleitores. Muitos a abominam porque no segundo turno s&atilde;o levados a votar em candidatos com quem n&atilde;o t&ecirc;m afinidade ou, ent&atilde;o, a optar por branco ou nulo, j&aacute; que o voto &eacute; obrigat&oacute;rio. At&eacute; 1988, as elei&ccedil;&otilde;es foram de turno &uacute;nico, vencendo o mais votado.<br /> <br /> No dia 28, o eleitorado voltar&aacute; &agrave;s urnas para decidir entre a proposta de centro-direita de Bolsonaro e a de esquerda de Haddad, o preposto do encarcerado Lula. A campanha j&aacute; come&ccedil;ou com tons carregados. O candidato do PSL prega liberalismo, fam&iacute;lia, seguran&ccedil;a jur&iacute;dica e p&uacute;blica e outros valores, enquanto o do PT tem o discurso que promete fazer o pa&iacute;s retornar aos tempos em que o ex-presidente preso governou. Nos estados onde haver&aacute; segundo turno para governador, os primeiros pronunciamentos dos concorrentes tamb&eacute;m apontam para a polariza&ccedil;&atilde;o entre direita e esquerda. A temperatura e a troca de acusa&ccedil;&otilde;es dever&atilde;o aumentar no decorrer da campanha. Mas o eleitor, como j&aacute; fez no primeiro turno, no seu pr&oacute;prio interesse, deve ignorar os exageros e analisar qual das propostas lhe parece mais verdadeira e atender aos seus interesses. At&eacute; porque, quando votamos, &eacute; em busca das nossas aspira&ccedil;&otilde;es como cidad&atilde;os, n&atilde;o das dos candidatos.<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br <br />