As fake-news e as eleições

26 de outubro de 2018 às 17:36

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Embora seja de uso corrente nos pa&iacute;ses de l&iacute;ngua inglesa, o termo fake-news (not&iacute;cia falsa) s&oacute; ganhou destaque no resto do mundo depois das queixas do ent&atilde;o candidato &agrave; presid&ecirc;ncia dos EUA, Donald Trump, de que era alvo de campanha mentirosa. Mesmo assim, o pol&iacute;tico ganhou a elei&ccedil;&atilde;o e hoje preside aquele pa&iacute;s. Com as redes sociais dispon&iacute;veis a todos e o alto grau de polariza&ccedil;&atilde;o, as elei&ccedil;&otilde;es brasileiras tamb&eacute;m foram contaminadas pela pr&aacute;tica da mentira deslavada e irrespons&aacute;vel. Pior &eacute; que a estrutura de fiscaliza&ccedil;&atilde;o e as autoridades n&atilde;o est&atilde;o preparadas para lidar com a elevada capilaridade de fontes. O resultado &eacute; que todos os concorrentes acabaram vitimados pelas fake-news, muitas delas sem origem identificada.<br /> <br /> Independente do resultado das elei&ccedil;&otilde;es, o pr&oacute;ximo Congresso, o Executivo e principalmente os operadores do processo eleitoral, ter&atilde;o pela frente a inadi&aacute;vel tarefa de normatiza&ccedil;&atilde;o da comunica&ccedil;&atilde;o eleitoral e cria&ccedil;&atilde;o de mecanismos que protejam tanto os candidatos quanto o eleitorado das fake-news. A mentira tem de ser combatida com todo rigor pois tudo o que dela derivar n&atilde;o ter&aacute; a menor utilidade no avan&ccedil;o da sociedade e melhora da condi&ccedil;&atilde;o de vida do povo, objetivos perseguidos em todas as elei&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> Os ve&iacute;culos de comunica&ccedil;&atilde;o e os profissionais da &aacute;rea j&aacute; disp&otilde;em de par&acirc;metros de trabalho na tarefa de divulgar fatos eleitorais. O que falta, nesse momento, &eacute; o controle dos meios de difus&atilde;o a que o p&uacute;blico tem acesso. &Eacute; necess&aacute;rio encontrar meios eficientes de evitar que algu&eacute;m possa espalhar algo e permanecer no anonimato. Feito isso, longe de ser algo como censura, ser&aacute; a forma de evitar os excessos e levar os falseadores da verdade &agrave; responsabilidade. O fen&ocirc;meno das fake-news &eacute; mundial e decorre da disponibiliza&ccedil;&atilde;o da rede mundial de computadores como ve&iacute;culo de circula&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&atilde;o e id&eacute;ias. Por certo, os pr&oacute;prios operadores do sistema, em curto espa&ccedil;o de tempo, encontrar&atilde;o o ant&iacute;doto t&eacute;cnico &agrave; difus&atilde;o de inverdades. &nbsp;<br /> <br /> &Eacute; importante registrar, no entanto, que mesmo com o inconveniente fake-news, as redes sociais s&atilde;o hoje uma excelente ferramenta de autodetermina&ccedil;&atilde;o do povo. Por ela, o cidad&atilde;o pode emitir sua opini&atilde;o sem qualquer interfer&ecirc;ncia ou censura e, evidentemente, responder pelo que diz. Nas atuais elei&ccedil;&otilde;es, a ferramenta internet tornou-se fundamental. Pela oxigena&ccedil;&atilde;o da informa&ccedil;&atilde;o que ela traz, dificilmente, no futuro, o povo voltar&aacute; a ser oprimido pela hegemonia e altern&acirc;ncia de um ou dois partidos pol&iacute;ticos ao longo de d&eacute;cadas. A tend&ecirc;ncia &eacute; que o mundo pol&iacute;tico seja, realmente, novo, e o povo mais livre...<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br