O respeito à verdade das urnas

31 de outubro de 2018 às 16:39

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
&ldquo;&Eacute; preciso ouvir a voz rouca das ruas&rdquo; &ndash; dizia Ulysses Guimar&atilde;es, o destacado l&iacute;der pol&iacute;tico que durante toda sua vida encarnou a luta democr&aacute;tica e nos legou a Constitui&ccedil;&atilde;o que no &uacute;ltimo dia 5 completou 30 anos. A elei&ccedil;&atilde;o de Jair Bolsonaro nada mais &eacute; do que a manifesta&ccedil;&atilde;o majorit&aacute;ria dessa voz que, talvez, n&atilde;o seja t&atilde;o rouca como dizia a ret&oacute;rica do velho l&iacute;der. &Eacute; preciso que os alijados do poder tenham humildade para aceitar e que os ganhadores sejam dotados de grandeza para n&atilde;o exceder. O novo presidente tem todo o direito e representatividade para implantar as mudan&ccedil;as que pregou e com as quais conquistou os votos. Ele necessita do espa&ccedil;o para trabalhar, ouvir, raciocinar e decidir mediante a delega&ccedil;&atilde;o que lhe outorgaram os 57 milh&otilde;es de eleitores que o sufragaram nas urnas.<br /> <br /> Promover manifesta&ccedil;&otilde;es, chamar greves e tentar atrapalhar num momento desses &eacute; a&ccedil;&atilde;o de lesa-p&aacute;tria e merece toda reprova. A democracia estatui que a maioria governa e a minoria se submete e, em n&atilde;o concordando, se organiza, torna-se maioria e, na mesma linha de racioc&iacute;nio, assume o poder e vai fazer do seu jeito.&nbsp; Tem o Executivo a tarefa de governar e o Legislativo (que representa o povo e as unidades federadas) a obriga&ccedil;&atilde;o de discutir as medidas e aprov&aacute;-las ou n&atilde;o. A sociedade, se quiser participar, tem como caminho faz&ecirc;-lo ordeiramente atrav&eacute;s de seus representantes, que s&atilde;o os integrantes das casas legislativas. Em &uacute;ltimo caso, n&atilde;o havendo forma de ser ouvida, ainda h&aacute; o recurso de recorrer &agrave; Justi&ccedil;a. Mas nada justifica a desobedi&ecirc;ncia civil e o grevismo. O direito de greve &eacute; assegurado, mas como &uacute;ltimo recurso nas rela&ccedil;&otilde;es do trabalho. N&atilde;o na forma de instrumento de press&atilde;o pol&iacute;tica.<br /> <br /> Depois de tantos anos de enganos, permissividade, omiss&atilde;o e at&eacute; de corrup&ccedil;&atilde;o, a sociedade escolheu mudar. Foi buscar algu&eacute;m que lhe parecia em condi&ccedil;&otilde;es de atender suas aspira&ccedil;&otilde;es. &Eacute; preciso aguardar as medidas, acompanhar sua tramita&ccedil;&atilde;o legislativa e, por fim, v&ecirc;-las implementadas (ou n&atilde;o). O presidente eleito j&aacute; se declarou, algumas vezes, escravo da Constitui&ccedil;&atilde;o e da forma democr&aacute;tica. &Eacute; preciso ter um cr&eacute;dito de confian&ccedil;a. Temos de repudiar todos os que, pela for&ccedil;a e press&atilde;o, se vitimizam ou amea&ccedil;am recorrer a meios violentos e antidemocr&aacute;ticos para impedir que a vontade vinda da &ldquo;voz rouca das ruas&rdquo; se torne realidade. O confronto &eacute; o que menos interessa aos brasileiros, um povo pac&iacute;fico por natureza. Tudo o que se fizer nesse sentido ser&aacute; tentativa de impedir as reformas que o pa&iacute;s necessita para ir em busca de dias melhores. Que venham as reformas econ&ocirc;mica, eleitoral, social e de todos os setores que hoje vivem no descompasso...<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; <br />