Governar no tempo das redes sociais

04 de dezembro de 2018 às 11:53

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
indas as elei&ccedil;&otilde;es e j&aacute; formada boa parte dos novos governos - na Uni&atilde;o e nos estados &ndash; a grande quest&atilde;o &eacute; de como por em pr&aacute;tica as propostas que seus titulares fizeram ao eleitorado, com as quais ganharam os votos. Bolsonaro promete austeridade administrativa e mais a&ccedil;&atilde;o nas &aacute;reas da Justi&ccedil;a, Seguran&ccedil;a e Economia. Governadores, especialmente Jo&atilde;o D&oacute;ria (S&atilde;o Paulo) e Wilson Witzel (Rio de Janeiro), preocupam-se com a seguran&ccedil;a p&uacute;blica, al&eacute;m de boa gest&atilde;o. De uma coisa todos devem estar certos: n&atilde;o foi a quest&atilde;o ideol&oacute;gica, mas a expectativa de mudan&ccedil;as que os levou &agrave; vit&oacute;ria eleitoral. Agora &eacute; a hora de atender ao desejo do eleitor e, como dizia Ulysses Guimar&atilde;es, ouvir e interpretar &ldquo;a voz rouca das ruas&rdquo;. Com o acesso &agrave;s redes sociais, o povo que votou nas mudan&ccedil;as est&aacute; apto e motivado a fiscalizar a a&ccedil;&atilde;o dos eleitos e, preparado para ir &agrave;s ruas protestar, se o prometido n&atilde;o for cumprido.<br /> <br /> A corrup&ccedil;&atilde;o, em todas suas formas, tem de ser combatida sem tr&eacute;gua e os corruptos entregues &agrave; Justi&ccedil;a para purgar seus erros. A m&aacute;quina p&uacute;bica deve aperfei&ccedil;oar seus mecanismos de controle para se tornar imune aos achaques. BNDES, Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econ&ocirc;mica Federal e todas as estatais, precisam ter respeitadas e cumpridas suas finalidades estatut&aacute;rias e expurgadas as pr&aacute;ticas n&atilde;o republicanas. Na medida do poss&iacute;vel, ser privatizadas e o Estado ocupar-se exclusivamente do licenciamento, regula&ccedil;&atilde;o e fiscaliza&ccedil;&atilde;o das atividades. Ao aparelho de Estado cabe atuar em favor do pr&oacute;prio Estado e do cidad&atilde;o, jamais na dire&ccedil;&atilde;o de interesses ideol&oacute;gicos ou de grupos de press&atilde;o. A Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, que tanto preocupa, tem de ser cuidada como pol&iacute;tica de Estado e englobar todo o tr&acirc;mite, que come&ccedil;a pelo combate ao crime em suas diferentes fases e formas, concluindo-se na boa aplica&ccedil;&atilde;o e execu&ccedil;&atilde;o das penas sem fraquezas nem capitula&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> O Estado Brasileiro &eacute; impessoal, por defini&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o pode ter amigos ou preferidos. Sua a&ccedil;&atilde;o &eacute; voltada indistintamente ao cidad&atilde;o, encarado como coletividade. Os recursos p&uacute;blicos n&atilde;o podem, jamais, ser usados no favorecimento de pessoas, classes e grupos pol&iacute;ticos, profissionais ou sociais.&nbsp; Os servi&ccedil;os &ndash; Educa&ccedil;&atilde;o, Sa&uacute;de, Trabalho, Moradia e Seguran&ccedil;a - t&ecirc;m de funcionar. A pol&iacute;tica de governo deve mirar a atra&ccedil;&atilde;o de investimentos que desenvolvam a economia e o mercado, beneficiando igualmente a todos. Os tributos arrecadados precisam ser aplicados exclusivamente nas atividades de governo, sendo estas desoneradas do empreguismo olig&aacute;rquico, pol&iacute;tico e ideol&oacute;gico que hoje promove o desequil&iacute;brio entre receita e despesa.<br /> <br /> Os novos presidente da Rep&uacute;blica e governadores estaduais t&ecirc;m uma grande tarefa pela frente. Come&ccedil;a pelo rompimento com os v&iacute;cios que mergulharam o pa&iacute;s na maior crise da hist&oacute;ria, mais duradoura que a de 1929, ano em que o mundo inteiro quebrou a partir da Bolsa de Nova York. Recomenda-se aos Poderes Executivo, Legislativo (e at&eacute; Judici&aacute;rio) toda aten&ccedil;&atilde;o e cautela no exerc&iacute;cio de suas tarefas. Da mesma forma que as redes sociais foram usadas na elei&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m ser&atilde;o instrumentos na fiscaliza&ccedil;&atilde;o e minuciosa cobran&ccedil;a de procedimentos dos eleitos e empoderados. &Eacute; o Brasil novo, rompido com o nefasto loteamento do poder e o escandaloso assalto aos bens p&uacute;blicos...<br /> &nbsp;<br /> <i><b><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</b></i> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br