Reputação não basta parecer. Tem que ter!

11 de dezembro de 2018 às 12:55

Daniel Domeneghetti
A morte de um cachorro ocasionada por um seguran&ccedil;a dentro de uma das lojas da famosa rede de supermercados, em Osasco, gera uma onda de protestos nas redes sociais. O caso, que aconteceu no dia 28 de novembro, mobilizou as pessoas diante da brutalidade contra o animal e rendeu uma baita dor de cabe&ccedil;a &agrave; empresa, que preferiu a omiss&atilde;o nas primeiras horas - ap&oacute;s o caso ganhar repercuss&atilde;o na internet- do que ir pelo caminho da empatia.<br /> <br /> O resultado deste sil&ecirc;ncio proliferou em uma enxurrada de coment&aacute;rios no Facebook e no Instagram da empresa, pedindo justi&ccedil;a e alardeando boicote &agrave; marca. Internautas, inclusive celebridades, clamam para os seus seguidores evitarem as compras de Natal na rede. Criou-se a&iacute; um campo de visibilidade infinito jogado aos quatro ventos, um caminho sem volta que resultou uma m&aacute;cula na imagem do supermercado, o qual precisar&aacute; de uma s&eacute;rie de boas iniciativas para, ao menos, acalmar os &acirc;nimos do p&uacute;blico.<br /> <br /> Mesmo assim at&eacute; o momento a rede segue pelo caminho de notas e respostas-padr&atilde;o. Tudo frio. Nada engajado e aconchegante, como pedem os novos mandamentos da ordem de compra. Ela n&atilde;o reagiu &agrave; crise, n&atilde;o se predisp&otilde;em a dialogar com os seus clientes, n&atilde;o tomou atitudes claras - condizentes com a situa&ccedil;&atilde;o - e nem adotou uma postura transparente para restaurar a confian&ccedil;a e a credibilidade dos cidad&atilde;os. Em linhas gerais, n&atilde;o chamou a responsabilidade para si.<br /> <br /> Esta virada de costas alerta outras empresas a olharem com mais afinco para a quest&atilde;o da reputa&ccedil;&atilde;o empresarial. Quando uma empresa coloca a reputa&ccedil;&atilde;o para escanteio, ela confirma que sua credibilidade &eacute; crit&eacute;rio coadjuvante na agenda de prioridades estrat&eacute;gicas. Causas, bandeiras e admira&ccedil;&atilde;o permeiam o poder de compra do consumidor, principalmente da nova gera&ccedil;&atilde;o, e materializam a atual ideia do que &eacute; reputa&ccedil;&atilde;o corporativa na cabe&ccedil;a da popula&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> O novo consumidor aceita que as companhias tenham lucros, mas as desafia diariamente a incentivar a&ccedil;&otilde;es de impacto positivo na sociedade. &Eacute; um novo comportamento massificado gra&ccedil;as aos proativos Millennialls, contribuintes importante nas mudan&ccedil;as provocadas na rela&ccedil;&atilde;o das pessoas com as empresas e as marcas. Se antes queriam um produto de qualidade boa, hoje querem po-si-cio-na-men-to.<br /> <br /> Quem n&atilde;o tem sintonia com desigualdades sociais e injusti&ccedil;as &eacute; visto como c&eacute;tico. Tal vis&atilde;o &eacute; potencializada ainda mais em tempos velozes que a internet e as redes sociais possibilitam uma mensura&ccedil;&atilde;o mais consistente de reputa&ccedil;&atilde;o, credibilidade e imagem.<br /> <br /> Pelo amor ou pela dor, as empresas s&atilde;o vistas, cobradas, criticadas ou idolatradas. Seja qual for a a&ccedil;&atilde;o, as companhias n&atilde;o passam imunes aos olhos do consumidor. As tecnologias aproximaram as pessoas e, com essa proximidade, veio o engajamento de uma compra mais consciente. &Eacute; um caminho disruptivo sem volta.<br /> <br /> Por isso, crie identidade, engajamento e seja genu&iacute;na em seu comportamento em todos os momentos, n&atilde;o s&oacute; em passagens de crise. Reputa&ccedil;&atilde;o &eacute; coisa s&eacute;ria, &eacute; disciplina, &eacute; compliance. Vai al&eacute;m do recall e da lembran&ccedil;a espont&acirc;nea. N&atilde;o &eacute; s&oacute; infraestrutura moderna, logo bonito e &oacute;timas promo&ccedil;&otilde;es. Tudo &eacute; muito maior. &Eacute; quest&atilde;o de ser e n&atilde;o parecer!<br /> <br /> <b><i>Daniel Domeneghetti</i></b> &eacute; especialista em Marketing &amp; Branding Strategy, Digital Practises Relacionamento com Clientes e CEO da DOM Strategy Partners, consultoria 100% nacional focada em maximizar gera&ccedil;&atilde;o e prote&ccedil;&atilde;o de valor real para as empresas