OAB, poder sem limites

24 de dezembro de 2018 às 11:14

Vasco Vasconcelos
O Brasil quer saber qual o segredo da OAB, aprovar a&nbsp; toque de caixa, no Congresso Nacional, todos os Projetos de Leis do seu interesse e arquivar os contr&aacute;rios? <br /> &nbsp;<br /> Vejam Senhores o poder dessa guilda. Enquanto o sistema carcer&aacute;rio brasileiro est&aacute; em ru&iacute;nas, com cerca de 726 mil presos, ou seja o Brasil possui a terceira maior popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria do mundo, atr&aacute;s dos EUA e China, duas figuras p&aacute;lidas do enlameado Congresso Nacional, totalmente alheios &agrave; realidade nacional, ao inv&eacute;s acelerar a aprova&ccedil;&atilde;o de Projetos de Leis dispondo sobre o fim do trabalho an&aacute;logo a de escravos, ou seja&nbsp; o fim da escravid&atilde;o contempor&acirc;nea&nbsp; da OAB, objetivando a&nbsp; gera&ccedil;&atilde;o de emprego e renda, pasme,&nbsp; apresentaram&nbsp; aos seus pares os perniciosos PLs: n&ordm; 8.347/2017 en&ordm;141/2015,(SN), com o intuito de aumentar ainda mais a popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria deste pa&iacute;s de aproveitadores e dos desempregados. <br /> &nbsp;<br /> Pasme, pretendem tipificar penalmente a viola&ccedil;&atilde;o de direitos ou prerrogativas do advogado e o exerc&iacute;cio ilegal da advocacia,(...) colocar atr&aacute;s das grades cerca de 300 mil cativos qualificados pelo Estado (MEC), jogados ao banimento sem direito ao trabalho. N&atilde;o seria de melhor alvitre, abolir o trabalho an&aacute;logo a de escravos?&nbsp; Inserindo esses cativos no mercado de trabalho, gerando emprego e renda, dando-lhes cidadania, dignidade, ao inv&eacute;s de coloca-los atr&aacute;s das grades? <br /> &nbsp;<br /> At&eacute; o omisso Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o - MEC curvou-se&nbsp; para OAB. O&nbsp; Conselho Nacional da Educa&ccedil;&atilde;o preocupado em aumentar a arrecada&ccedil;&atilde;o do famigerado ca&ccedil;a-n&iacute;queis exame da OAB,&nbsp; aprovou a Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm; 5 publicada no Di&aacute;rio Oficial da Uni&atilde;o de&nbsp; 19.12 que institui as Diretrizes Curriculares Nacional do Curso de Gradua&ccedil;&atilde;o em Direito (...) aumentando o n&uacute;mero de disciplinas, incluindo (...) Direito Internacional, Direito Processual, Direito Previdenci&aacute;rio, Formas Consensuais&nbsp; e Solu&ccedil;&atilde;o de Conflitos,&nbsp; Direito Ambiental, Direito Eleitoral, Direito Esportivo, Direitos Humanos,&nbsp; Direito Agr&aacute;rio, Direito Cibern&eacute;tico e Direito Portu&aacute;rio (...). <br /> &nbsp;<br /> A OAB est&aacute; comemorando a inclus&atilde;o dessas mat&eacute;rias na grade curricular, para poder&nbsp; cobrar nos pr&oacute;ximos exames e assim manter sua indecente&nbsp; reserva de mercado,&nbsp; aumentar&nbsp; os &iacute;ndices de reprova&ccedil;&atilde;o que j&aacute; ultrapassam os 80% (oitenta por cento),&nbsp;&nbsp; e claro, arrecada&ccedil;&atilde;o. <br /> &nbsp;<br /> A palavra advogado deriva do latim ad-vocatus. Segundo o dicion&aacute;rio Aur&eacute;lio, Advogado &eacute; o &ldquo;Bacharel em direito legalmente habilitado a advogar, i. E., a prestar assist&ecirc;ncia profissional a terceiros em assunto jur&iacute;dico, defendendo-lhes os interesses, ou como consultor, ou como procurador em ju&iacute;zo&rdquo;.<br /> &nbsp;<br /> N&atilde;o &eacute; da al&ccedil;ada da OAB e de nenhum sindicato avaliar ningu&eacute;m. Compete ao poder p&uacute;blico avaliar o ensino, conforme diz o art. 209 da Constitui&ccedil;&atilde;o Federal. A Lei n&ordm; 10.861, de 2004, que institui o Sistema Nacional de Avalia&ccedil;&atilde;o da Educa&ccedil;&atilde;o Superior, o Sinaes, n&atilde;o possui nenhum dispositivo permitindo a interfer&ecirc;ncia das corpora&ccedil;&otilde;es no processo avaliativo, este da compet&ecirc;ncia exclusiva do MEC para as IES que integram o sistema federal de ensino.<br /> &nbsp;<br /> Qualidade de ensino Senhores mercen&aacute;rios, se alcan&ccedil;a com a melhoria das Universidades, suas instala&ccedil;&otilde;es, equipamentos, laborat&oacute;rios, bibliotecas modernas, parque de inform&aacute;tica, valoriza&ccedil;&atilde;o e capacita&ccedil;&atilde;o dos seus professores, inscritos nos quadros da OAB, e n&atilde;o com exame ca&ccedil;a-n&iacute;queis, parque das engana&ccedil;&otilde;es, (armadilhas humanas). Vendem-se dificuldades para colher facilidades.<br /> &nbsp;<br /> O que deve ser feito &eacute; exame peri&oacute;dico durante o curso, efetuando as corre&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias na grade curricular e n&atilde;o esperar o aluno se formar fazendo malabarismo, pagando altas mensalidades, sacrificando sua vida e vida dos seus familiares, enfim investindo tempo e dinheiro, para depois dizerem que ele n&atilde;o est&aacute; capacitado para exercer a advocacia.<br /> &nbsp;<br /> A verdade d&oacute;i: OAB, n&atilde;o tem interesse em melhorar o ensino jur&iacute;dico. Se tivesse bastaria qualificar os professores inscritos em seus quadros. Recursos financeiros n&atilde;o faltam. Qual o real destino dos quase R$ 1.0 Bilh&atilde;o de reais, tosquiados/ extorquidos dos bolsos e dos sacrif&iacute;cios desses cativos ou escravos contempor&acirc;neos da OAB? <br /> &nbsp;<br /> Durante o lan&ccedil;amento do livro &lsquo;Ilegalidade e inconstitucionalidade do Exame de Ordem do corregedor do TRF da 5&ordm; Regi&atilde;o, desembargador Vladimir Souza Carvalho, afirmou que Exame de Ordem &eacute; um monstro criado pela OAB. Disse que nem mesmo a OAB sabe do que ele se trata e que as provas, hoje, t&ecirc;m n&iacute;vel semelhante &agrave;s realizadas em concursos p&uacute;blicos para procuradores e ju&iacute;zes. &ldquo;&Eacute; uma mentira que a aprova&ccedil;&atilde;o de 10% dos estudantes mensure que o ensino jur&iacute;dico do pa&iacute;s est&aacute; ruim. N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel falar em did&aacute;tica com decoreba&rdquo;, completou Vladimir Carvalho.<br /> &nbsp;<br /> Isso &eacute; Brasil criam-se dificuldades para colher facilidades. Mas a escravid&atilde;o moderna est&aacute; com os dias contados. O Plen&aacute;rio do Egr&eacute;gio Tribunal de Contas da Uni&atilde;o -TCU, em respostas aos pleitos do Dr. Carlos Schneider &ndash; Presidente da&nbsp; Associa&ccedil;&atilde;o&nbsp; Nacional dos Bachar&eacute;is do Brasil (ANB)&nbsp; e do&nbsp; escritor e jurista Vasco Vasconcelos, decidiu em sess&atilde;o ordin&aacute;ria de 7/11/2018, por meio do Ac&oacute;rd&atilde;o 2573/2018 que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por for&ccedil;a do art. 71, II da Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, submete-se &agrave; jurisdi&ccedil;&atilde;o daquela Corte de Contas.&nbsp; Ou seja OAB, ter&aacute; que prestar contas ao TCU, a exemplo dos demais Conselhos de Fiscaliza&ccedil;&atilde;o da Profiss&atilde;o. &ldquo;Privil&eacute;gios existem na Monarquia e n&atilde;o na Rep&uacute;blica&rdquo; <br /> &nbsp;<br /> Segundo o Egr&eacute;gio Supremo Tribunal Federal &ndash; STF: &ldquo; A escravid&atilde;o moderna&rdquo; &eacute; mais sutil do que a do s&eacute;culo XIX e o cerceamento da liberdade pode decorrer de diversos constrangimentos econ&ocirc;micos e n&atilde;o necessariamente f&iacute;sicos.&nbsp; &ldquo;Priva-se algu&eacute;m de sua liberdade e de sua dignidade tratando-o como coisa e n&atilde;o como pessoa humana, o que pode ser feito n&atilde;o s&oacute; mediante coa&ccedil;&atilde;o, mas tamb&eacute;m pela viola&ccedil;&atilde;o intensa e persistente de seus direitos b&aacute;sicos, inclusive do direito ao trabalho digno. A viola&ccedil;&atilde;o do direito ao trabalho digno impacta a capacidade da v&iacute;tima de realizar escolhas segundo a sua livre determina&ccedil;&atilde;o. Isso tamb&eacute;m significa &ldquo;reduzir algu&eacute;m a condi&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; de escravo&quot;<br /> &nbsp;<br /> O Presidente da Rep&uacute;blica eleito Jair Bolsonaro j&aacute; deu sinais claro, que logo no in&iacute;cio do seu governo, ir&aacute; banir do nosso ordenamento jur&iacute;dico, a escravid&atilde;o moderna a excresc&ecirc;ncia do famigerado ca&ccedil;a-n&iacute;queis exame a OAB e inserir no mercado de trabalho cerca de quase 300 mil cativos ou escravos contempor&acirc;neos da OAB, devidamente qualificados pelo omisso (MEC), jogados ao banimento, sem direito ao primado do trabalho num verdadeiro desrespeito &agrave; dignidade da pessoa humana.<br /> &nbsp;<br /> O fim dessa excresc&ecirc;ncia, (exame da OAB), significa: mais emprego, mais renda, mais cidadania e acima de tudo maior respeito &agrave; Declara&ccedil;&atilde;o Universal dos Direitos Humanos, um dos documentos b&aacute;sicos das Na&ccedil;&otilde;es Unidas e foi assinado em 1948. Nela est&atilde;o enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Est&aacute; previsto Artigo XXIII -1 -Toda pessoa tem o direito ao trabalho, &agrave; livre escolha de emprego, &agrave; justas e favor&aacute;veis condi&ccedil;&otilde;es de trabalho e &agrave; prote&ccedil;&atilde;o contra o desemprego. Os documentos que o Brasil &eacute; um dos signat&aacute;rios, imp&otilde;em a obriga&ccedil;&atilde;o de tomar medidas para garantir o exerc&iacute;cio do trabalho como meio de prover a pr&oacute;pria vida e a exist&ecirc;ncia.<br /> &nbsp;<br /> O fato da prolifera&ccedil;&atilde;o de cursos jur&iacute;dicos de baixa qualidade, da exist&ecirc;ncia no pa&iacute;s de cerca de 1500&nbsp; faculdades de direito e falta de fiscaliza&ccedil;&atilde;o do MEC, n&atilde;o d&atilde;o poder &agrave; OAB de usurpar prerrogativas constitucionais do Estado (MEC). N&atilde;o &eacute; porque l&aacute; fora a viol&ecirc;ncia est&aacute; pipocando que a OAB, ir&aacute; criar sua pol&iacute;cia. <br /> &nbsp;<br /> Estou convencido que existem alternativas inteligentes e humanit&aacute;rias: tipo est&aacute;gio supervisionado, resid&ecirc;ncia jur&iacute;dica, etc.<br /> &nbsp;<br /> &ldquo;Eu sou o bom pastor. O bom pastor exp&otilde;e a sua vida pelas suas ovelhas. O mercen&aacute;rio, por&eacute;m, que n&atilde;o &eacute; pastor, a quem n&atilde;o pertence as ovelhas, quando v&ecirc; que o l&ocirc;bo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o l&ocirc;bo rouba e dispersa as ovelhas. O mercen&aacute;rio, por&eacute;m, foge porque &eacute; mercen&aacute;rio e n&atilde;o se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conhe&ccedil;o as minha ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem a mim, como meu Pai me conhece e eu conhe&ccedil;o o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que n&atilde;o s&atilde;o deste aprisco. Preciso conduzi-las tamb&eacute;m, e ouvir&atilde;o a minha voz, e haver&aacute; um s&oacute; rebanho e um s&oacute; pastor.&rdquo; (JO&Atilde;O, Cap. 10 v. 11 &ndash; 16).<br /> &nbsp;<br /> &ldquo;J&aacute; n&atilde;o escravos. Mas irm&atilde;os. Menos muros mais pontes&rdquo;. Papa Francisco.<br /> &nbsp;<br /> <i><b><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_vasco-vasconcelos_escritor-jurista(1).jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="80" align="left" /><br /> <br /> <br /> Vasco Vasconcelos</b></i>, escritor, jurista e&nbsp; abolicionista&nbsp; contempor&acirc;neo<br /> vasco.vasconcelos@brturbo.com.br