EFEITO BOLSONARO

30 de dezembro de 2018 às 14:09

Juarez Cruz
<div style="text-align: center;"><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_governo-jair-bolsonaro_anticorrupcao-ministros-enrolados-justica.jpg" alt="" align="middle" /><br /> <b><i><span style="font-size: x-small;">Jair Bolsonaro</span></i></b></div> <br /> J&aacute; s&atilde;o 54 anos desde o golpe militar que tirou do poder o presidente eleito Jo&atilde;o Goulart.&nbsp; Este golpe, que os militares insistem em chamar de revolu&ccedil;&atilde;o, teve o apoio massivo da classe m&eacute;dia, dos partidos de direita, da grande imprensa e de parte da igreja cat&oacute;lica, e obviamente, dos militares que achavam que o governo de Jo&atilde;o Goulart seria um governo de comunista. Vinte anos depois os militares voltaram para os quarteis e, enfim, foi restabelecida a democracia com a volta das &ldquo;<b><i>Diretas J&aacute;</i></b>&rdquo;.<br /> <br /> Depois de seis elei&ccedil;&otilde;es consecutivas, estamos &aacute;s portas da s&eacute;tima elei&ccedil;&otilde;es e o burburinho da volta da ditadura come&ccedil;a a rondar sorrateiramente como se isso fosse poss&iacute;vel e necess&aacute;rio. N&atilde;o &eacute;.<br /> <br /> Entretanto, infelizmente, depois de 34 anos de democratiza&ccedil;&atilde;o em nosso pa&iacute;s, por causa de governos e empres&aacute;rios corruptos e ladr&otilde;es, nossa jovem democracia volta a ser amea&ccedil;ada e volta dos militares sempre &eacute; cogitada. Ano passado o general Antonio Hamilton Martins Mour&atilde;o(PRTB-RS) disse &ldquo;<i><b>que companheiros do alto comando do Ex&eacute;rcito&rdquo; entendem que uma interven&ccedil;&atilde;o militar poderia ser adotado se o judici&aacute;rio &ldquo;n&atilde;o solucionasse o problema pol&iacute;tico&rdquo; e que o Ex&eacute;rcito teria planejamentos muito bem feitos sobre o assunto</b></i>&rdquo;, (ele se referia &aacute; corrup&ccedil;&atilde;o).<br /> <br /> A pretensa amea&ccedil;a do general Mour&atilde;o era um recado ao judici&aacute;rio caso este votasse pela soltura de Luis In&aacute;cio Lula da Silva(PT-SP). Se isto acontecesse Lula deixaria de ser ficha suja, ficaria eleg&iacute;vel e era poss&iacute;vel que viesse a ganhar elei&ccedil;&atilde;o ainda no primeiro turno. Como sabemos o judici&aacute;rio entendeu o recado, Lula continuou preso e se tornou ficha suja, n&atilde;o podendo com isso concorrer &aacute;s elei&ccedil;&otilde;es, deixando o caminho livre para Fernando Haddad ser o candidato do PT. Seu nome s&oacute; foi confirmado quando faltavam 15min para o encerramento do prazo legal.<br /> <br /> Como a vit&oacute;ria de Jair Bolsonaro, eis que come&ccedil;am as especula&ccedil;&otilde;es sobre quem comporia os minist&eacute;rios. E como &eacute; de costume nomes pipocaram por toda imprensa at&eacute; que estes foram sendo divulgados, &agrave; conta gotas, pelas redes sociais como &eacute; do feitio do presidente eleito. Interessante &eacute; que os indicados fogem do padr&atilde;o, ou melhor, de como sempre foram escolhidos os ministeri&aacute;veis, e Bolsonaro cumpriu regiamente o que tinha dito em campanha e n&atilde;o adotou o toma l&aacute; d&aacute; c&aacute; para compor sua equipe, deixando os partidos tradicionais de fora desta composi&ccedil;&atilde;o principalmente o MDB, partido baba ovo de quem sempre est&aacute; no poder, e que desta vez s&oacute; ficou com um minist&eacute;rio da Cidadania para Osmar Terra(MDB-RS). <br /> <br /> Infelizmente Jair Bolsonaro militarizou seu governo, compondo seu minist&eacute;rio com sete ministros militares e estranhamente os partidos pol&iacute;ticos, a imprensa, a sociedade organizada e suas entidades de classes, sindicais, movimentos sociais, igreja e a estupefata oposi&ccedil;&atilde;o at&eacute; ent&atilde;o n&atilde;o se posicionaram. Todos parecem ainda atordoados com a retumbante derrota nas urnas para um candidato que at&eacute; o m&ecirc;s de setembro era tido apenas como mais um aventureiro. &nbsp;<br /> <br /> Para Jair Bolsonaro a disputa presidencial se deu exatamente como numa corrida de maratonistas, dessas que acontecem todos os anos, onde os corredores s&atilde;o divididos por grupos: na frente vai o primeiro pelot&atilde;o, que s&atilde;o os mais cotados para ganhar a corrida; depois o segundo pelot&atilde;o e em seguida o terceiro pelot&atilde;o que &eacute; onde est&aacute; concentrada uma multid&atilde;o que mal sabe se chegar&aacute; ao final da corrida. No primeiro pelot&atilde;o da corrida presidencial havia um monte de medalh&otilde;es j&aacute; se achando presidente, com discursos e pr&aacute;ticas repetitivas e viciadas fazendo as mesmas concess&otilde;es, conchavos e alian&ccedil;as nefastas para chegar a qualquer custo &agrave; frente da corrida presidencial, mostrando que n&atilde;o aprenderam nada com o tempo e com as manifesta&ccedil;&otilde;es populares que come&ccedil;aram em junho de 2013 por causa de um aumento de passagem de &ocirc;nibus, dando origem a outras manifesta&ccedil;&otilde;es que clamavam por outras demandas reprimidas da sociedade, e que se multiplicaram profusamente em todas as grandes cidades brasileira com o povo indo para as ruas gritar contra as impunidades, contra corrup&ccedil;&otilde;es, contra o toma l&aacute; d&aacute; c&aacute;, contra a coniv&ecirc;ncia, omiss&atilde;o e morosidade da justi&ccedil;a; contra o envolvimento de pol&iacute;ticos em quase todos os esc&acirc;ndalos de corrup&ccedil;&otilde;es denunciados pelo minist&eacute;rio p&uacute;blico e dela&ccedil;&otilde;es premiadas. <br /> <br /> Enfim, a popula&ccedil;&atilde;o deu seu grito de guerra e disse &ldquo;<b><i>Chega&rdquo;, gritou &ldquo;Fora Lula</i></b>&rdquo;; &ldquo;<b><i>Fora Dilma Rousseff</i></b>&rdquo;; &ldquo;<b><i>Fora Temer</i></b>&rdquo; e os gritos ecoaram por todo Pa&iacute;s at&eacute; o pedido e julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mais as pris&otilde;es de alguns bar&otilde;es da pol&iacute;tica brasileira como o presidente do congresso Dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ); governador S&eacute;rgio Cabral (PMDB-RJ); Jos&eacute; Dirceu (PT-SP); Marcelo Odebrecht, dono do grupo Odebrecht, dos ex-ministros Antonio Palloci (PT-SP) e Geddel Vieira Lima (MDB-BA), pego com cerca de 51 milh&otilde;es de reais dentro de um apartamento em uma &aacute;rea nobre do bairro de Salvador(dizem as m&aacute;s l&iacute;nguas que este dinheiro era pra bancar campanha oposicionista ao governo da Bahia) e por fim a pris&atilde;o do chefe maior da quadrilha, Luis In&aacute;cio Lula da Silva.<br /> <br /> Mesmo diante deste grande movimento social que n&atilde;o tinha &agrave; frente partidos, nem sindicatos ou movimentos estudantil e social &eacute; que emerge de tr&aacute;s da multid&atilde;o, saindo do terceiro pelot&atilde;o, a figura emblem&aacute;tica e criticada por aqueles que sempre mamaram nas tetas do Estado, o deputado e candidato presidencial Jair Bolsonaro. Sem nenhum apoio partid&aacute;rio ou de pol&iacute;ticos tradicionais; nem dos segmentos art&iacute;sticos, intelectuais, da imprensa, dos analistas pol&iacute;ticos e econ&ocirc;micos metidos a s&aacute;bios que acham que sabem tudo da &aacute;rea econ&ocirc;mica; Bolsonaro segue avan&ccedil;ando nas pesquisas e se aproximando do pelot&atilde;o da frente enquanto seus concorrentes, que esbanjavam soberba o tempo todo, n&atilde;o se apercebiam de sua aproxima&ccedil;&atilde;o. Era como se nada de anormal estivesse acontecendo no desenho eleitoral. <br /> <br /> Essa turma, al&eacute;m de alienada e desligada do que voz rouca das ruas grita, simplesmente seguiram fazendo coliga&ccedil;&otilde;es entre compadrios sem combinar com os leitores se era isso o que eles queriam: fazer a velha pol&iacute;tica. Eles n&atilde;o perguntaram nadica de nada ao eleitor. Simplesmente fecharam os olhos e se negaram a enxergar o que estava acontecendo nas ruas. Enquanto isso Bolsonaro aproveitava para botar o p&eacute; na estrada e caminhou pelas grandes e pequenas cidades do Pa&iacute;s; pelos aeroportos, pra&ccedil;as, ruas, igrejas e foi conversar com o povo que queria ouvir o que ele tinha a dizer, o que ele tinha a propor e ele disse o que o povo queria ouvir (ainda que n&atilde;o concorde com tudo que ele dizia e diz), e deixou o povo euf&oacute;rico, assanhado. Afinal o povo estava cansado de tudo que estava acontecendo no Pa&iacute;s e o sentimento era de mudan&ccedil;a. <br /> <br /> Efetivamente o povo estava cansado dos desmandos, da corrup&ccedil;&atilde;o correndo solta; de ver dinheiro da corrup&ccedil;&atilde;o circulando das formas mais bizarras de dentro de cuecas, dentro de apartamentos, malas de carros e em aeroportos; em pizzaria e helic&oacute;pteros e para financiamentos de ONGs, MST, CUT, UNE, m&uacute;sicos, atores e atrizes e os partidos pol&iacute;ticos como se tudo fosse algo normal, n&atilde;o era. O povo tamb&eacute;m estava cansado de ver o dinheiro p&uacute;blico financiar pa&iacute;ses estrangeiros, com dinheiro do BNDES, governados por ditadores sanguin&aacute;rios empunhando bandeiras socialistas e ou comunistas. Estava na hora de acabar com esta festa com o dinheiro p&uacute;blico e com esse sistema viciado que estava tirando dinheiro do bolso dos brasileiros e enchendo os bolsos de maia d&uacute;zia de apaniguados pol&iacute;ticos e empres&aacute;rios salafr&aacute;rios que mamavam nas tetas do Estado.<br /> <br /> Atentos aos anseios do povo Bolsonaro d&aacute; um Sprint nas pesquisas e se aproxima do pelot&atilde;o da frente onde estavam seus concorrentes que, assustados e perplexos, tentam uma rea&ccedil;&atilde;o disseminando &oacute;dios sobre ele, taxando-o de extremista, fascista, ditador e outras coisitas mais, at&eacute; um atentado contra sua vida tentaram, tudo em v&atilde;o. O povo j&aacute; havia decidido quem seria o homem a ser eleito para o exerc&iacute;cio de 2019, enquanto de dentro da pris&atilde;o Lula, que teve tudo para fazer uma grande revolu&ccedil;&atilde;o e se eternizar como um grande l&iacute;der do bem pelo Pa&iacute;s, tamb&eacute;m via assustado &agrave; aproxima&ccedil;&atilde;o de Bolsonaro &agrave; frente do primeiro pelot&atilde;o e o desespero tomava conta dele e de sua turma do PT, PCdoB e PSOL. Enfim, a confus&atilde;o estava formada.<br /> <br /> Como candidato &ldquo;<b><i>azar&atilde;o</i></b>&rdquo; Jair Bolsonaro ganha &agrave; elei&ccedil;&atilde;o sem nenhum plano claro de governo, mas mantendo seu discurso que chegou a virar uma mantra: que vai combater a viol&ecirc;ncia, a corrup&ccedil;&atilde;o e a velha pol&iacute;tica que se implantou ao longo de d&eacute;cadas e se apoderou das estatais, institui&ccedil;&otilde;es o &oacute;rg&atilde;os p&uacute;blicos para assaltar seus cofres como se tudo lhes pertencessem.<br /> <br /> Como ele n&atilde;o tinha planejamento era de se imaginar que ele tamb&eacute;m n&atilde;o tinha nomes t&eacute;cnicos ou pol&iacute;ticos para forma&ccedil;&atilde;o ministerial, a prova disso &eacute; que quando se lan&ccedil;ou candidato nem um nome pra vice ele tinha, s&oacute; alguns nomes cogitados e que se recusaram a marchar com ele como a advogada Janaina Paschoal, o senador Magno Malta(PR-ES), que agora esta sendo punido por Bolsonaro(n&atilde;o sabemos bem porque e s&oacute; o tempo para dizer o que aconteceu entre eles) ao dizer que &ldquo;<b><i>dar minist&eacute;rio a Magno n&atilde;o &eacute; adequado no momento</i></b>&rdquo; (Estad&atilde;o 05/12/2-18); tamb&eacute;m cogitou-se o nome do astronauta Marcos Pontes e o de Luiz Philippe Orleans e Bragan&ccedil;a. Entre todos estes candidatos surgiu inesperadamente o nome do general Hamilton Mour&atilde;o, a quem ele se referiu &ldquo;<b><i>ter pouco conhecimento</i></b>&rdquo;, ou seja, ele n&atilde;o o conhecia muito bem e n&atilde;o era sua primeira op&ccedil;&atilde;o. A forma como fez defer&ecirc;ncia a Mour&atilde;o era uma prova que o general n&atilde;o foi convidado por ele e que talvez tal indica&ccedil;&atilde;o ou imposi&ccedil;&atilde;o tenha sido feita por um grupo militar. N&atilde;o sabemos exatamente como isso se deu. Esta pode ser uma segunda inc&oacute;gnita que tamb&eacute;m s&oacute; o tempo dir&aacute; como essa indica&ccedil;&atilde;o se deu.<br /> <br /> Para nossa surpresa o general Mour&atilde;o come&ccedil;ou a chamar aten&ccedil;&atilde;o para si quando fez declara&ccedil;&otilde;es paralelas aos do candidato capit&atilde;o Jair Bolsonaro durante a campanha quando chamou o 13&ordm; sal&aacute;rio de &ldquo;<b><i>jabuticaba brasileira</i></b>&rdquo;. Num segundo momento quando disse que as mazelas brasileiras eram &ldquo;<b><i>indol&ecirc;ncia dos &iacute;ndios</i></b>&rdquo; e &agrave; &ldquo;<b><i>malandragem dos negros</i></b>&rdquo; e a orgulhar-se do &ldquo;<b><i>branqueamento das ra&ccedil;as</i></b>&rdquo;. Radicalizou mais seu discurso preconceituoso quando chamou as fam&iacute;lias sem homens, comandas por m&atilde;es e av&oacute;s, de &ldquo;<b><i>fabricas de desajustados</i></b>&rdquo;.<br /> <br /> Tais declara&ccedil;&otilde;es estapaf&uacute;rdias causou um mal estar na campanha que Bolsonaro foi obrigado a se posicionar e cham&aacute;-lo a aten&ccedil;&atilde;o dizendo que no quartel Mour&atilde;o era o general e ele capit&atilde;o, mas que naquele momento ele era o candidato a presidente (tipo sou eu quem manda) e que tais coment&aacute;rios eram desnecess&aacute;rios, que deixasse os coment&aacute;rios para ele. Paulo Guedes, candidato &agrave; ministro da economia, foi outro que teve que ser contido quando tentou se envolver em assuntos pol&iacute;ticos e Bolsonaro tamb&eacute;m teve que cham&aacute;-lo a aten&ccedil;&atilde;o. Ali come&ccedil;aram as primeiras diverg&ecirc;ncias. Era s&oacute; o come&ccedil;o.<br /> <br /> No in&iacute;cio do m&ecirc;s de dezembro um esc&acirc;ndalo envolvendo um de seus filhos, Senador eleito Fl&aacute;vio Bolsonaro (PSL-RJ), onde foram encontradas estranhas movimenta&ccedil;&otilde;es de R$ 1.2 milh&atilde;o por parte de Fabricio de Queiroz, ex-assessor de Flavio Bolsonaro. Este mesmo ex-assessor depositou R$ 24 mil na conta da primeira dama Michelle, esposa de Jair Bolsonaro. Depois o Coaf fez outra revela&ccedil;&atilde;o onde dep&oacute;sitos na conta de Queiroz em datas coincidentes com os pagamentos de sal&aacute;rios na Assembleia Legislativa do Rio, o que lembra os chamados mensalinhos do PT. Esta &eacute; uma pr&aacute;tica da velha pol&iacute;tica e que &eacute; disseminada pelo Pa&iacute;s a fora, inclusive entre os partidos de esquerda. <br /> <br /> Como funciona, servidores devolvem parte do sal&aacute;rio recebido para o pol&iacute;tico que o contratou, caracterizando uma extors&atilde;o, pr&aacute;tica muito parecida com que o governo cubano faz com os m&eacute;dicos contratados para o programa &ldquo;<b><i>Mais M&eacute;dicos</i></b>&rdquo;. Pr&aacute;tica t&atilde;o contestada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. <br /> <br /> Como bem podemos observar o presidente eleito tamb&eacute;m faz mais do mesmo quando condenou o que chamou de acordos ideol&oacute;gicos de esquerda feitos pelo PT e faz o mesmo quando tenta chamar aten&ccedil;&atilde;o(nome disso &eacute; puxar o saco) do presidente Donald Trump (EUA) dizendo que vai transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusal&eacute;m, em Israel, e mais recentemente desfaz os convites para sua posse aos pa&iacute;ses da Venezuela e Cuba, esquecendo-se de fazer o mesmo com pa&iacute;ses antidemocr&aacute;ticos como China, Hungria, Guin&eacute; Equatorial, Ar&aacute;bia Saudita, Coreia do Norte, Nicar&aacute;gua e outros. <br /> <br /> Tomara que o efeito Bolsonaro n&atilde;o seja mais um engodo para aqueles que acreditaram nele, quer sejam seus adeptos ou apenas os que deram o voto ante Lula, e que ele consiga fazer um governo diferente dos adeptos da velha pol&iacute;tica; sem o toma l&aacute; d&aacute; c&aacute; e do fisiologismo que sempre caracterizaram a forma de fazer pol&iacute;tica em nosso Pa&iacute;s. Tamb&eacute;m n&atilde;o cabe mais aceitar erros de aliados pol&iacute;ticos e, principalmente de seus filhos que parecem prontos para jogar merda no ventilador.&nbsp; Ou seu governo faz o dever de casa e bem feito e passa a punir seus apaniguados quando estes pisarem na bola, mesmos que estes sejam seus filhos ou, caso contr&aacute;rio, seu governo estar&aacute; fadado ao fracasso e o povo que o elegeu, sentindo-se enganado, ir&aacute; para as ruas gritar &ldquo;<b><i>Fora Bolsonaro</i></b>&rdquo;. Se isto acontecer a partir da&iacute; &eacute; que saberemos por que de tantos militares ocupando cargos nos minist&eacute;rios. Talvez esta seja uma articulada manobra para um poss&iacute;vel plano B caso o governo de Jair Bolsonaro naufrague e os saudosistas de 64 resolvam tomar as r&eacute;deas do poder para n&atilde;o permitir um poss&iacute;vel volta Lula ou de algum comunista de plant&atilde;o.<br /> <br /> A interven&ccedil;&atilde;o militar tamb&eacute;m &eacute; vista no judici&aacute;rio quando alguns deles parecem ter influenciado na decis&atilde;o do ministro Dias Toffoli, presidente do STF, quando este revogou a liminar do ministro Marco Aur&eacute;lio Mello(STF) que suspendia a pris&atilde;o em 2&ordf; inst&acirc;ncia que visava, principalmente, libertar Lula da pris&atilde;o. <br /> <br /> &Eacute; sabido que antes da revoga&ccedil;&atilde;o da liminar o Alto Comando do Ex&eacute;rcito se reuniu em videoconfer&ecirc;ncia para discutir os impactos da libera&ccedil;&atilde;o do ex-presidente. Est&aacute; reuni&atilde;o, assim como a militariza&ccedil;&atilde;o do governo Bolsonaro, &eacute; estranha, muito estranha. Tomara que o futuro presidente cumpra seu mandato e n&atilde;o seja apeado do poder antes do tempo, como tudo parece acontecer.<br /> <br /> Ser&aacute; que isto ser&aacute; apenas uma mera preocupa&ccedil;&atilde;o minha e sem maiores consequ&ecirc;ncias?<br /> <br /> De qualquer forma ditadura nunca mais!<br /> <br /> <b><i>Juarez Cruz</i></b>, escritor e cronista<br /> <a href="http://mailto:juarez.cruz@uol.com.br" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>juarez.cruz@uol.com.br</i></u></span></a><br /> Salvador-BA