A República e as mudanças exigidas pelo povo

04 de janeiro de 2019 às 18:30

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Na quinta-feira, 15 de novembro, transcorre o 129&ordm; ano da proclama&ccedil;&atilde;o da Rep&uacute;blica. E o pa&iacute;s vive a esperan&ccedil;a de, finalmente, encontrar o caminho da paz e da prosperidade. O ideal foi perseguido durante as 13 d&eacute;cadas que se passaram. Nossa vida republicana &eacute; historicamente dividida em seis partes. H&aacute; 33 anos os militares deixaram o poder e vivemos a chamada Sexta Rep&uacute;blica que, para muitos, j&aacute; est&aacute; exaurida. Se isto acabar confirmado, podemos estar vivenciando o come&ccedil;o da S&eacute;tima Rep&uacute;blica Brasileira e fatalmente desaguaremos numa reforma constitucional ou at&eacute; na elabora&ccedil;&atilde;o de uma nova Carta Magna onde caibam os pressupostos do novo tempo. Diferente das vezes anteriores, quando a mudan&ccedil;a entre as &ldquo;rep&uacute;blicas&rdquo;, at&eacute; mesmo a proclama&ccedil;&atilde;o em 15 de novembro de 1889, se deram atrav&eacute;s de golpe ou ruptura institucional, deveremos ter a transi&ccedil;&atilde;o democr&aacute;tica, resultante de elei&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> O presidente Jair Bolsonaro foi eleito na crista de um movimento popular que rejeitou as desgastadas estruturas pol&iacute;ticas e as pr&aacute;ticas n&atilde;o republicanas que levaram o pa&iacute;s &agrave; crise. Agora &eacute; o momento de montagem do governo que, pela proposta eleitoral, romper&aacute; com a velha e nociva pr&aacute;tica de trocar cargos por votos no Congresso Nacional. Tamb&eacute;m prepara medidas severas para a economia, a seguran&ccedil;a e a administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica. Os derrotados &ndash; especialmente o Partido dos Trabalhadores e seus ainda aliados &ndash; tentam desconstruir as medidas em gesta&ccedil;&atilde;o. O pa&iacute;s est&aacute; tomado por narrativas vitimistas e &ldquo;fake news&rdquo;. Todo cuidado &eacute; pouco para evitar o agravamento da crise e o retrocesso cujas consequ&ecirc;ncias s&atilde;o imprevis&iacute;veis. O povo votou na mudan&ccedil;a e pode reagir se ela n&atilde;o vier.<br /> <br /> &Eacute; o momento em que se espera maturidade dos poderes constitu&iacute;dos. Vozes mais estridentes que se apresentam como arautos da desuni&atilde;o devem ser contidas em nome da democracia e da ordem. A disputa eleitoral terminou em 28 de outubro. Desde ent&atilde;o, os eleitos t&ecirc;m o compromisso com todos e n&atilde;o apenas com os que neles votaram. Os vencidos devem aceitar a situa&ccedil;&atilde;o e, dentro do espa&ccedil;o democr&aacute;tico, se posicionar. N&atilde;o podem investir na inviabilidade, pois que seria prejudicial a todos.<br /> <br /> N&atilde;o se faz omelete sem quebrar ovos e, da mesma forma, n&atilde;o se muda uma situa&ccedil;&atilde;o sem altera&ccedil;&otilde;es legais. Os futuros membros do Executivo t&ecirc;m o dever de agir com todo cuidado e determina&ccedil;&atilde;o, os do Legislativo n&atilde;o devem agir por interesses subalternos e nem inviabilizar mudan&ccedil;as e, finalmente, os do Judici&aacute;rio t&ecirc;m a nobre miss&atilde;o de mediar sem, contudo, tomar partido ou invadir atribui&ccedil;&otilde;es alheias. As leis, inclusive a Constitui&ccedil;&atilde;o, s&atilde;o elaboradas pelos homens, mediante delega&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o. Quem as elabora, tem o direito de mud&aacute;-las, dentro da ordem e dos princ&iacute;pios legais. Os problemas nacionais exigem solu&ccedil;&otilde;es e os poderes da Rep&uacute;blica t&ecirc;m o dever de busc&aacute;-las incessantemente. &Eacute; para isso que foram constitu&iacute;dos...<br /> &nbsp;<br /> <b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br