“Mito! Mito! Mito!” – a dura lição

16 de janeiro de 2019 às 17:27

Ricardo Cappelli
&ldquo;Mito! Mito! Mito!&rdquo; Bolsonaro foi recebido assim na posse dos novos procuradores da Rep&uacute;blica. Raquel Dodge, chefe da PGR, lhe fez elogios p&uacute;blicos. Disse que o presidente &quot;inaugura um mandato de mudan&ccedil;as e renova a esperan&ccedil;a de todos os brasileiros.&quot;<br /> <br /> Tudo isso depois de o presidente ter dito que vai ignorar a lista da corpora&ccedil;&atilde;o e indicar para chefia do Minist&eacute;rio P&uacute;blico algum procurador sintonizado com suas ideias. Segue a linha de FHC, que fez de Brindeiro seu fiel escudeiro.<br /> <br /> Tudo isso depois de Bolsonaro dizer que vai pra cima dos abusos do Minist&eacute;rio P&uacute;blico na &aacute;rea ambiental, de defender acabar com a Justi&ccedil;a do trabalho e de atacar uma s&eacute;rie de direitos da patuleia. N&atilde;o seria tarefa do MP defender esses direitos?<br /> <br /> A anomalia dos altos sal&aacute;rios de algumas carreiras de Estado transformou esses postos no sonho de consumo da classe m&eacute;dia brasileira. Seu Jo&atilde;o e Dona Maria ganham menos de mil reais de sal&aacute;rio m&iacute;nimo, mas pagam impostos, diretos e indiretos, para sustentar uma casta que ganhar&aacute; at&eacute; R$ 39 mil por m&ecirc;s num pa&iacute;s de 12 milh&otilde;es de desempregados.<br /> <br /> Parece indecente. E &eacute;. O Estado brasileiro, com a ajuda da esquerda, inaugurou o &quot;empreendedorismo p&uacute;blico&quot;. &Eacute; poss&iacute;vel enriquecer sem correr nenhum risco com o suado dinheiro da vi&uacute;va atrav&eacute;s do sagrado concurso p&uacute;blico. Um jovem de 25 anos faz seu primeiro concurso e entra em algumas carreiras ganhando R$ 26 mil. Sal&aacute;rio inicial. Uma bagatela, n&atilde;o?<br /> <br /> Esta jabuticaba indecente sequestrou o or&ccedil;amento p&uacute;blico. A alian&ccedil;a entre as corpora&ccedil;&otilde;es das grandes castas do Estado e o capital financeiro em torno do &quot;Mito&quot; vem desde as elei&ccedil;&otilde;es. Com o aperto nas contas p&uacute;blicas &eacute; preciso &quot;tirar o povo da jogada&quot;, restringir pol&iacute;ticas p&uacute;blicas para continuar financiando os privil&eacute;gios e os neg&oacute;cios de alguns.<br /> <br /> &quot;Respeito a elei&ccedil;&atilde;o da categoria&quot; e outras baboseiras supostamente republicanas s&atilde;o algumas das realidades imagin&aacute;rias inventadas para seduzir uma esquerda ing&ecirc;nua &quot;que se sente francesa&quot;. O que sempre importou de fato &eacute; o destino dos impostos pagos por Dona Maria e Seu Jo&atilde;o.<br /> <br /> Se v&atilde;o preservar &quot;nossos interesses de classe, que se dane a democracia&quot;. A li&ccedil;&atilde;o &eacute; dura. Foi aprendida?<br /> <br /> Por <b><i>Ricardo Cappelli</i></b>. Jornalista, especializado em Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica pela Funda&ccedil;&atilde;o Get&uacute;lio Vargas (FGV). Foi secret&aacute;rio nacional de Esporte Educacional e de Incentivo ao Esporte nos governos Lula e Dilma. Ex-presidente da Uni&atilde;o Nacional dos Estudantes (UNE), &eacute; tricolor e Vila Isabel de cora&ccedil;&atilde;o. Exerce atualmente o cargo de secret&aacute;rio chefe da representa&ccedil;&atilde;o no DF do governo do Maranh&atilde;o<br /> Fonte: <a href="https://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunas/mito-mito-mito-a-dura-licao/?utm_source=Pol%C3%ADticos&amp;utm_campaign=8205c5f80c-EMAIL_CAMPAIGN_2019_01_16_05_57_COPY_03&amp;utm_medium=email&amp;utm_term=0_3d7e875634-8205c5f80c-171896857" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>https://congressoemfoco.uol.com.br/</i></u></span></a>