O perigo das más conversações
20 de fevereiro de 2019 às 09:26
José de Paiva Netto
Uma das mais perigosas maneiras de o ser humano sofrer influência espiritual maléfica é, sem dúvida, a conversação sem propósito digno. Por isso, salvaguardemos nossas fronteiras psicoespirituais dessas investidas danosas do “<b>lobo invisível</b>” (os espíritos obsessores, malignos). Jesus, o Divino Mestre, há milênios, instrui sobre os cuidados que devemos cultivar com a Boa Palavra: “<b><i>Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai pela boca. Isso, sim, é o que o contamina</i></b> (Evangelho, segundo Mateus, 15:11).<br />
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Meditem sobre essa advertência do instrutor espiritual Cornélio, constante do livro Obreiros da Vida Eterna. Notem como é grave a responsabilidade de todos nós na preservação da atmosfera espiritual que nos cerca: <br />
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— Nas mais respeitáveis instituições do mundo carnal, segundo informes fidedignos das autoridades que nos regem, a metade do tempo é despendida inutilmente, através de conversações ociosas e inoportunas. Isso, referindo-nos somente às “<b>mais respeitáveis</b>”. Não se precatam nossos Irmãos em humanidade de que o verbo está criando imagens vivas, que se desenvolvem no terreno mental a que são projetadas, produzindo consequências boas ou más, segundo a sua origem. Essas formas naturalmente vivem e proliferam e, considerando-se a inferioridade dos desejos e aspirações das criaturas humanas, semelhantes criações temporárias não se destinam senão a serviços destruidores, através de atritos formidáveis, se bem que invisíveis. (Os destaques são meus.)<br />
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<b>A boa conversação e a Humanidade Invisível</b><br />
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Vem-me à memória uma narrativa que apresentei na série radiofônica “<b>Lições de Vida</b>”, na década de 1980, sobre as três peneiras que devemos utilizar na hora de expor qualquer assunto a alguém. A primeira peneira é a da verdade; a segunda, a da bondade; e a terceira, a da necessidade. Antes de falarmos algo, precisamos nos certificar de que as nossas palavras passem por esses filtros. Caso contrário, é melhor nem as proferirmos.<br />
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Na Antologia da Boa Vontade (1955), encontramos o poema “<i><b>Não julgues!</b></i>”, de autoria de João Tomaz, do qual destacamos oportuna estrofe:<br />
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<div style="margin-left: 40px;">Mas se queres tua paz <br />
e a paz dos outros também <br />
atende a este conselho:<br />
— Não fales mal de ninguém. <br />
</div>
Definitivamente, o “<i><b>lobo invisível</b></i>” e seus acólitos precisam aprender mais esses ensinamentos para que alcancem real ventura. E essa é justamente a lição que fui buscar em minha obra Jesus, Zarur, Kardec e Roustaing na Quarta Revelação (1984, edição esgotada), por estas palavras do notável Emmanuel: “<b><i>Uma simples conversação sobre o Evangelho de Jesus pode beneficiar vasta fileira de ouvintes invisíveis</i></b>”.<br />
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Acerca do indispensável papel a ser protagonizado pelas famílias, afiança o Espírito André Luiz, em seu livro Desobsessão, pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira (1932-2015): “<b><i>O culto do Evangelho no abrigo doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual</i></b>”.<br />
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Como assegurava o saudoso Alziro Zarur, “<b><i>A invocação do nome de Deus, feita com o coração cheio de sinceridade, atrai o amparo dos Espíritos Superiores</i></b>”.<br />
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<b><i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_paiva-neto_lbv.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br />
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José de Paiva Netto</i></b>, jornalista, radialista e escritor.<br />
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com