O que o Brasil pode ser

08 de abril de 2019 às 09:53

J.A.Puppio
A demanda mundial por produtos do agro, sejam alimentos, fibras ou bioenergia ainda vai crescer e s&atilde;o poucos pa&iacute;ses no mundo ser&atilde;o capazes de atender esse crescimento.<br /> <br /> O principal deles certamente &eacute; o Brasil, mas para isto precisamos de um novo sistema pol&iacute;tico baseado em homens com ideais diferentes do passado, onde imperava o toma l&aacute; d&aacute; c&aacute;, ou seja, uma pol&iacute;tica de votos em troca de favores ou cargos pol&iacute;ticos ou qualquer tipo de benesse.<br /> <br /> Com a revolu&ccedil;&atilde;o chegando ao campo, o pa&iacute;s dever&aacute; entrar nesse ambiente da quarta revolu&ccedil;&atilde;o industrial, chegando a nossa oportunidade de assistirmos uma nova onda de crescimento, onde teremos um salto na gest&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o rural.<br /> <br /> A expans&atilde;o acelerada de tecnologias disruptivas nos pa&iacute;ses avan&ccedil;ados questiona os modelos de produ&ccedil;&atilde;o e servi&ccedil;os constru&iacute;dos pela ind&uacute;stria do s&eacute;culo xx, gera mudan&ccedil;as no comportamento dos mercados consumidores e aponta para mudan&ccedil;as econ&ocirc;micas e sociais profundas, incluindo a atividade no campo e a produ&ccedil;&atilde;o de alimentos.<br /> <br /> A digitaliza&ccedil;&atilde;o, a conectividade e automa&ccedil;&atilde;o acelerada desarticulam ind&uacute;strias e alteram os padr&otilde;es de competitividade. Para o Brasil, a diferen&ccedil;a entre ser competitivo e permanecer no atraso depende da capacidade de aproveitar as oportunidades abertas pelo ciclo atual.<br /> <br /> Se os pol&iacute;ticos faltarem, estaremos perdendo mais uma oportunidade de chegar ao nosso futuro. Temos que ficar atentos, uma vez que no nosso pa&iacute;s existem no Brasil fazendas de propor&ccedil;&otilde;es gigantescas, o agroneg&oacute;cio &eacute; pauta de discuss&atilde;o obrigat&oacute;ria e, sobretudo, urgente, entre todos os atores envolvidos com o tema. O agroneg&oacute;cio &eacute; respons&aacute;vel por 33% do PIB e por 42% das exporta&ccedil;&otilde;es totais do Brasil, gerando cerca de 37% dos empregos em todo o territ&oacute;rio nacional.<br /> <br /> Tend&ecirc;ncias tecnol&oacute;gicas da agricultura&nbsp; 4.0, m&aacute;quinas aut&ocirc;nomas, intelig&ecirc;ncia artificial, big data e blockchain, fazem parte da&nbsp; nossa produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola, que vem alcan&ccedil;ando altos &iacute;ndices de produtividade.<br /> <br /> H&aacute; cerca de uma d&eacute;cada, o agroneg&oacute;cio brasileiro tem se consolidado como o principal setor que sustenta a economia do pa&iacute;s. A produ&ccedil;&atilde;o brasileira de gr&atilde;os do per&iacute;odo 2018/2019, segundo o 5&ordm; levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado no dia 12 de fevereiro, deve alcan&ccedil;ar 234,1 milh&otilde;es de toneladas. Se comparado com a safra passada, o crescimento dever&aacute; ser de 6,5 milh&otilde;es de t, o que representa volume 2,8% superior.&nbsp; Houve incremento de 910,5 mil hectares na &aacute;rea plantada ou 1,5% a mais em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; safra 2017/18, elevando o total para 62,6 milh&otilde;es de hectares.<br /> <br /> A nossa conclus&atilde;o &eacute; que o Brasil tem tudo para deslanchar, especialmente no agroneg&oacute;cio e que o debate pol&iacute;tico ganharia muito se deixassem de ideologias do passado para nos concentrarmos nas exig&ecirc;ncias e oportunidades do nosso s&eacute;culo.<br /> <br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_j-a-puppio_empresario.jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="80" align="left" /><br /> <br /> <br /> <br /> Por <b><i>J.A.Puppio</i></b> &eacute; engenheiro, empres&aacute;rio e autor do Livro &ldquo;Imposs&iacute;vel &eacute; o que n&atilde;o se tentou&rdquo;