Infecções hospitalares estão entre as principais causas de mortes em centros médicos e devem ser levadas a sério

16 de maio de 2019 às 11:25

Milton Monteiro
Lavar as m&atilde;os. Este singelo, simples e cotidiano ato &eacute; fundamental para salvar vidas dentro de ambientes m&eacute;dicos. Infec&ccedil;&otilde;es hospitalares est&atilde;o entre as mais comuns causas de mortes de pacientes e, por isso, deve ser tratadas com seriedade.<br /> <br /> O assunto &eacute; t&atilde;o importante que ele existe at&eacute; possui uma data exclusiva. &Eacute; celebrado no 15 de maio o Dia Nacional de Controle de Infec&ccedil;&atilde;o Hospitalar, exatamente para lembrar dos cuidados que devem ser tomados para evitar este mal. A data, ali&aacute;s, n&atilde;o foi escolhida randomicamente: foi em um 15 de maio, em 1847, na Hungria, que o m&eacute;dico-obstetra Ignaz P. Semmelweis defendeu e incorporou a lavagem de m&atilde;os como atitude obrigat&oacute;ria para enfermeiros e m&eacute;dicos que entravam nas enfermarias. A pr&aacute;tica pode parecer simples, mas &eacute; uma das mais eficientes maneiras de garantir a limpeza e esteriliza&ccedil;&atilde;o do local.<br /> <br /> Os n&uacute;meros comprovam a urg&ecirc;ncia do t&oacute;pico. Um relat&oacute;rio do realizado em conjunto pelo Banco Mundial, pela Organiza&ccedil;&atilde;o para a Coopera&ccedil;&atilde;o e Desenvolvimento Econ&ocirc;mico (OCDE) e pela Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS) mostrou que 7% dos pacientes em hospitais v&atilde;o adquirir uma infec&ccedil;&atilde;o hospitalar durante seu per&iacute;odo de interna&ccedil;&atilde;o. Em pa&iacute;ses de baixa renda, este n&uacute;mero sobe para 10%. O relat&oacute;rio revela mais detalhes preocupantes: 303 mil m&atilde;es e 2,7 milh&otilde;es de rec&eacute;m-nascidos morrem anualmente por quest&otilde;es relacionadas ao parto, muitas delas evit&aacute;veis, e em pa&iacute;ses de renda m&eacute;dia e alta, a ades&atilde;o a protocolos e diretrizes fica abaixo de 50%.<br /> <br /> &Eacute; em raz&atilde;o de dados alarmantes como os citados acima que se estabeleceu no Brasil, em 1997, a obrigatoriedade por lei da exist&ecirc;ncia de uma Comiss&atilde;o de Controle de Infec&ccedil;&atilde;o Hospitalar (CCIH), al&eacute;m de um Programa de Controle de Infec&ccedil;&otilde;es Hospitalares (PCIH) em todos os hospitais nacionais. Este grupo tem a responsabilidade de planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar a&ccedil;&otilde;es desenvolvidas com o objetivo de reduzir ao m&aacute;ximo poss&iacute;vel a incid&ecirc;ncia das infec&ccedil;&otilde;es hospitalares. O grupo &eacute; de extrema valia e import&acirc;ncia no dia a dia de qualquer hospital, independente de seu porte.<br /> <br /> Por&eacute;m, al&eacute;m do CCIH, voc&ecirc; tamb&eacute;m pode contribuir com a higieniza&ccedil;&atilde;o dos hospitais e a diminui&ccedil;&atilde;o dos casos de infec&ccedil;&atilde;o hospitalar. Basta apenas seguir os ensinamentos do Dr. Ignaz P. Semmelweis: lave suas m&atilde;os sempre que entrar e sair de ambientes hospitalares, antes e depois de refei&ccedil;&otilde;es e ap&oacute;s usar o banheiro! E n&atilde;o vale substituir pelo famoso &aacute;lcool em gel: ele ajuda, mas n&atilde;o substitui a &aacute;gua e o sab&atilde;o. Al&eacute;m disso, siga &agrave; risca todas as instru&ccedil;&otilde;es das equipes de sa&uacute;de. A infec&ccedil;&atilde;o hospitalar &eacute; um enorme risco para a sa&uacute;de de todos aqueles dentro de ambientes m&eacute;dicos: n&atilde;o a menospreze.<br /> &nbsp;<br /> <b><i>Milton Monteiro</i></b> &eacute; enfermeiro do HSANP, centro hospitalar na Zona Norte de S&atilde;o Paulo, e atua no Servi&ccedil;o de Controle de Infec&ccedil;&atilde;o Hospitalar (SCIH).