A notícia ruim e o equilíbrio na comunicação

25 de maio de 2019 às 09:42

Tenente Dirceu Cardoso Gon&a
Descoberto o poder das redes sociais &ndash; que tiveram participa&ccedil;&atilde;o clara nas elei&ccedil;&otilde;es de Donad Trump, Jair Bolsonaro e outros governantes sem tanta visibilidade entre n&oacute;s &ndash; parece que a m&iacute;dia tradicional, incomodada, &eacute; levada a reagir e, pela massifica&ccedil;&atilde;o, tentar impor suas verdades e posi&ccedil;&otilde;es. &Eacute; um fen&ocirc;meno que ganha volume e causa preocupa&ccedil;&atilde;o. Para as redes sociais, o mundo inteiro ainda busca uma regula&ccedil;&atilde;o equilibrada, que parece estar longe de ser conseguida. De outro lado, a m&iacute;dia estabelecida luta para manter seu papel - que durante d&eacute;cadas a colocou com toda raz&atilde;o na condi&ccedil;&atilde;o de &ldquo;quarto poder&rdquo; - mas tem dificuldades para atingir seu grau de efici&ecirc;ncia e rentabilidade. Principalmente porque, em certos momentos, chega a refletir v&iacute;cios adquiridos nas tr&ecirc;s d&eacute;cadas de governos voltados &agrave; esquerda, sendo acusada de abrigar ativistas no lugar de profissionais.<br /> <br /> Como resultado, membros dos tr&ecirc;s poderes s&atilde;o frequentemente citados como maus exemplos. E, sem a oportunidade de se defender ou, por comodidade, o fazem pelas redes sociais, que acabam repercutidas na m&iacute;dia geral e ganham for&ccedil;a maior do que se a justificativa fosse produzida como contraponto &agrave;s cita&ccedil;&otilde;es pelos pr&oacute;prios jornais, revistas, r&aacute;dios, TVs e produtoras de conte&uacute;do. Entramos no perigoso cen&aacute;rio em que o ve&iacute;culo de comunica&ccedil;&atilde;o &ndash; justa ou injustamente &ndash; se afasta da neutralidade e passa a integrar a contenda. Com isso, perdem todos. Os citados que se transformam em alvos, a m&iacute;dia levada a &ldquo;ter lado&rdquo; nas discuss&otilde;es, e a popula&ccedil;&atilde;o que se sente privada de informa&ccedil;&atilde;o isenta.<br /> <br /> A maioria dos ve&iacute;culos de comunica&ccedil;&atilde;o &ndash; notadamente os jornais &ndash; nasceu vinculada a correntes pol&iacute;ticas. Isso ainda ocorre em alguns pa&iacute;ses e nada tem de anormal, pois tem o&nbsp; conhecimento do leitor. No Brasil, com o passar do tempo e as mudan&ccedil;as pol&iacute;tico-sociais, optou pela neutralidade e imparcialidade, que at&eacute; hoje figuram como bandeiras da comunica&ccedil;&atilde;o, mesmo sofrendo veladas contesta&ccedil;&otilde;es. A radicaliza&ccedil;&atilde;o atual conduz &agrave; necessidade de nova defini&ccedil;&atilde;o da verdadeira fun&ccedil;&atilde;o da m&iacute;dia;.se continua com o vi&eacute;s de defesa dos interesses da comunidade ou assume&nbsp; vincula&ccedil;&atilde;o a grupos pol&iacute;ticos, ideol&oacute;gicos ou sociais. &Eacute; um momento cr&iacute;tico, que exige muita reflex&atilde;o, equil&iacute;brio e, at&eacute;, algum senso de futurologia.<br /> <br /> Embora estudos demonstrem a prefer&ecirc;ncia do leitor, ouvinte ou telespectador por not&iacute;cias ruins, tamb&eacute;m existem teses afirmando que a informa&ccedil;&atilde;o negativa potencializa o mau humor e torna negativo o dia do cliente. O Brasil de hoje carece de maior compromisso de todos com o coletivo e for&ccedil;a para sair da crise. Potencializar a not&iacute;cia ruim prejudica o conjunto da sociedade. Governantes, parlamentares, autoridades judiciais, empresariado, lideran&ccedil;as sociais e a m&iacute;dia estabelecida precisam encontrar o ponto de equil&iacute;brio, agindo pela paz e nunca pela guerra. E os usu&aacute;rios das redes sociais devem se abster de utilizar esses canais para a desconstru&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e social, sob pena de eles pr&oacute;prios figurarem como v&iacute;timas...<br /> <i><b>&nbsp; <br /> </b></i><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Por<i><b> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alve</b></i>s - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; <br />