TRIBUTO Á MAIOR HEROÍNA DO BRASIL, ANITA GARIBALDI - 2019 ANO DE ANITA GARIBALDI NA ITÁLIA

30 de maio de 2019 às 09:21

Vasco Vasconcelos
<div style="text-align: center;"><b><i><span style="font-size: x-small;"><img src="/uploads/image/img_tributo-anita-garibaldi_estatua-colina-do-gianicolo-roma.jpg" width="450" height="307" align="middle" alt="" /><br /> Est&aacute;tua Anita Garibaldi&nbsp; na Colina do Gian&iacute;colo na Pra&ccedil;a Anita Garibaldi&nbsp; em Roma</span></i></b></div> &nbsp;<br /> Enquanto no Brasil a renomada e querida cantora Anita, uma das maiores express&otilde;es musicais da atualidade do Brasil, continua sacudindo os bumbuns dos (as) adolescentes, uma outra Anita, pasme, a saudosa guerreira Anita Garibaldi, Hero&iacute;na da Guerra dos Farrapos, vai caindo aos poucos no esquecimento dos brasileiros. <br /> <br /> Isso &eacute; Brasil. Faz parte da nossa cultura em n&atilde;o saber preservar os nossos s&iacute;mbolos nacionais e os nossos her&oacute;is, enquanto que at&eacute; hoje, tanto no Uruguai quanto na It&aacute;lia e at&eacute; mesmo na Fran&ccedil;a, o seu nome continua sendo reverenciado, uma vez que se envolveu em epis&oacute;dios marcantes e fundamentais das lutas de afirma&ccedil;&otilde;es de tais na&ccedil;&otilde;es. <br /> Mas nem tudo est&aacute; perdido. Ainda temos em nosso pa&iacute;s, pessoas portadoras de alto Esp&iacute;rito de Brasilidade, que ainda preocupam com a preserva&ccedil;&atilde;o dos nossos s&iacute;mbolos nacionais, enfim com s nossos her&oacute;is.<br /> &nbsp;<br /> A prop&oacute;sito durante esta semana, a Caravana Anita Garibaldi do Brasil se encontra na cidade de Roma &ndash; It&aacute;lia, composta por membros da Alian&ccedil;a das Mulheres que amam Bras&iacute;lia e do Instituto Anita e Giuseppe Garibaldi do Rio Grande do Sul, cuja Presidente &eacute; a Historiadora Elma Santana &ndash; Representante da Fam&iacute;lia de Anita Garibaldino Brasil, pela Dra. Cosete Ramos, Presidente Ama Bras&iacute;lia&nbsp; idealizadora da Caravana&nbsp; Anita Garibaldi do Brasil.<br /> &nbsp;<br /> Tamb&eacute;m marcaram presen&ccedil;as nesse importante evento, dentre outras personalidades: Rosalva Lombardo, Maria Cristina Pena Montes, Viviane Goulart, Dras. Edilene Vasconcelos, Liliane de Aquino Queiroz (...)&nbsp; e a grande presen&ccedil;a da Senhora&nbsp; Constanza Garibaldi, tetra neta de Anita Garibaldi, onde no &uacute;ltimo dia 28.05.19 prestaram&nbsp; uma bela homenagem p&oacute;stuma em frente &agrave;&nbsp; Est&aacute;tua Anita Garibaldi&nbsp; na Colina do Gian&iacute;colo na Pra&ccedil;a Anita Garibaldi&nbsp; em Roma, em face aos 170 (cento&nbsp; setenta anos), anos do passamento de Anita Garibaldi.<br /> &nbsp;<br /> Anita Garibaldi, nascida Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, foi esposa do her&oacute;i italiano Giuseppe Garibaldi que, no Brasil, lutou pelos ideais republicanos contra o Imp&eacute;rio. Anita conheceu Giuseppe em 1837, durante a Guerra dos Farrapos, quando as for&ccedil;as da Rep&uacute;blica Rio-Grandense tomaram a cidade catarinense de Laguna. Com o tempo, ela aprendeu a manejar armas e passou a acompanhar o marido nas batalhas.<br /> &nbsp;<br /> H&aacute; cerca de cento e setenta&nbsp;&nbsp; anos, no dia 4 de agosto de 1849 o Brasil e a It&aacute;lia choravam pela perda prematura, dessa grande hero&iacute;na, de Dois Mundos, Anita Garibaldi.<br /> <br /> Uma mulher de fibra, destemida que lutou com pertin&aacute;cia e denodo na Guerra dos Farrapos na Revolu&ccedil;&atilde;o Farroupilha bem como pela unifica&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s europeu, juntamente com seu marido e grande amor da sua vida, o italiano Giuseppe Garibaldi, com quem teve cinco filhos. <br /> <br /> Ela foi a fonte de inspira&ccedil;&atilde;o de gera&ccedil;&otilde;es&nbsp; e que teve seu o nome inscrito no Livro Her&oacute;is da P&aacute;tria, atrav&eacute;s da Lei n&ordm; 12.615/2012&nbsp;&nbsp; de 30 de abril de 2012,&nbsp; publicada no Di&aacute;rio Oficial da&nbsp; Uni&atilde;o de 12 de maio de 2012. <br /> &nbsp;<br /> Esse livro registra perpetuamente os nomes dos brasileiros e de grupos de brasileiros que tenham dado a vida pela p&aacute;tria &ldquo;<i>defendendo ou construindo, com dedica&ccedil;&atilde;o e hero&iacute;smo</i>&rdquo;.<br /> <br /> In casu, o Livro dos Her&oacute;is da P&aacute;tria foi criado em novembro de 2007, pela Lei n&ordm; 11.597.&nbsp; Est&aacute; depositado no Pante&atilde;o da P&aacute;tria e da Liberdade Tancredo Neves, na Pra&ccedil;a dos Tr&ecirc;s Poderes, em Bras&iacute;lia. Sendo que o Pante&atilde;o &eacute; um monumento de arquitetura modernista, simbolizando uma pomba, criada pelo renomado e&nbsp; saudoso&nbsp; arquiteto Dr. Oscar Niemeyer.<br /> Tamb&eacute;m est&atilde;o no livro Joaquim Jos&eacute; da Silva Xavier, o Tiradentes; Zumbi dos Palmares; Marechal Manuel Deodoro da Fonseca; Dom Pedro I, entre outros quarenta not&aacute;veis brasileiros. &nbsp;<br /> <br /> Anita Garibaldi nasceu em 30 de agosto de 1821, na localidade de Morrinhos, pertencente &agrave; Vila de Laguna, da ent&atilde;o prov&iacute;ncia de Santa Catarina. Segundo os historiadores ela sofreu priva&ccedil;&otilde;es e jamais pode frequentar a escola. Mas, por outro lado, Anita Garibaldi cavalgava de forma excepcional, habilidade esta que&nbsp;&nbsp; foi extremamente importante e &uacute;til&nbsp;&nbsp; na sua participa&ccedil;&atilde;o em movimentos em favor da liberdade.<br /> &nbsp;<br /> Segundo dados extra&iacute;dos das Justifica&ccedil;&otilde;es, dos Projetos de Leis do Senado n&ordm;s 237 e 425, de&nbsp;&nbsp; autorias das nobres&nbsp;&nbsp; ex-Senadoras Serys Slhessarenko (PT-MT) e L&uacute;cia V&acirc;nia (PSDB-GO) abaixo transcritos, que propunham&nbsp; a inscri&ccedil;&atilde;o do nome de Anita Garibaldi no Livro dos Her&oacute;is da P&aacute;tria e mais tarde&nbsp; transformados na Lei n 12.615/2012 <br /> &nbsp;<br /> (...) <br /> <br /> &ldquo;Sua luta em favor da liberdade, da justi&ccedil;a e da dignidade a tornou personagem reconhecida e destacada no Brasil e na Europa. Durante a revolu&ccedil;&atilde;o Farroupilha, Anita abandonou o primeiro marido, Manuel Duarte de Aguiar, e casou-se no Uruguai com Giuseppe Garibaldi, respons&aacute;vel por sua ades&atilde;o ao movimento. Participou das lutas em Imbituba, na tomada de Laguna, e em Curitibanos, quando foi presa pelas for&ccedil;as legalistas. <br /> &nbsp;<br /> Conseguiu escapar da pris&atilde;o e fugiu para Lages, onde se transformou em enfermeira dos sobreviventes. Anita lutou tamb&eacute;m ao lado de Giuseppe Garibaldi na It&aacute;lia, em defesa da unifica&ccedil;&atilde;o e da liberta&ccedil;&atilde;o daquele pa&iacute;s. <br /> &nbsp;<br /> Com apenas quatorze anos de idade, ap&oacute;s o passamento do pai, desposou Manuel Duarte de Aguiar, em casamento arranjado. Entretanto, com esse primeiro marido, Ana pouco conviveu, pois Manuel foi convocado pela Marinha Imperial para combater os rebeldes farrapos no Rio Grande do Sul, e de l&aacute; n&atilde;o mais regressou a Laguna.<br /> <br /> A Revolu&ccedil;&atilde;o Farroupilha, da&iacute; em diante, acabou por envolver todos os habitantes da regi&atilde;o, e n&atilde;o apenas a fam&iacute;lia de Aninha do Bent&atilde;o, como era ent&atilde;o chamada nossa hero&iacute;na. Deflagrada pela elite riograndense, a revolta exigia maior autonomia em rela&ccedil;&atilde;o ao Rio de Janeiro e melhor aplica&ccedil;&atilde;o dos impostos pagos, que n&atilde;o revertiam para a prov&iacute;ncia. O contato de Ana com os rebeldes se deu por interm&eacute;dio de seu tio materno, Ant&ocirc;nio, que teve a casa incendiada por ser simpatizante da causa. <br /> <br /> Em 1839, chegou a Laguna o l&iacute;der rebelde Giuseppe Maria Garibaldi, exilado pol&iacute;tico italiano que se associara aos farrapos. Fugido de sua terra natal, por lutar pela causa nacionalista italiana, Giuseppe veio se refugiar no Brasil. Aqui, em contato com companheiros da mesma luta contra a tirania, associou-se &agrave; Revolu&ccedil;&atilde;o Farroupilha, por entender que pugnava em defesa de uma pequena rep&uacute;blica contra um imp&eacute;rio opressor. Ao chegar a Laguna, em 1839, onde a revolu&ccedil;&atilde;o fundara a &ldquo;Rep&uacute;blica Juliana&rdquo;, Giuseppe Garibaldi se uniu a Ana, passando a cham&aacute;-la de Anita. Da&iacute; em diante, Anita lutou em v&aacute;rias das batalhas contra os imperiais. <br /> &nbsp;<br /> As narrativas mostram uma mulher que foi, simultaneamente, guerreira, companheira e m&atilde;e: capaz de comandar soldados ou enfrentar intemp&eacute;ries, sempre junto do marido, mas dedicada inteiramente aos filhos. Com as derrotas sofridas pelos farrapos e os desentendimentos da fam&iacute;lia Garibaldi com os l&iacute;deres revoltosos, Anita seguiu com o marido para Montevid&eacute;u. Nessa cidade, chegou com seu primeiro filho &ndash; Menotti; e, ali, nasceriam mais tr&ecirc;s: Rosita, Teresita e Ricciotti.<br /> &nbsp;<br /> No Uruguai, que estava &agrave;s voltas com as lutas de afirma&ccedil;&atilde;o, Giuseppe Garibaldi se tornou um l&iacute;der militar e, ao lado dele, Anita foi novamente aos campos de batalha, como enfermeira.<br /> <br /> Em 1847, Anita seguiu para a Europa, antecipando-se &agrave; ida do marido. Em G&ecirc;nova e em Nice, foi recebida como hero&iacute;na. <br /> &nbsp;<br /> O retorno de Garibaldi &agrave; Europa, agora acompanhado de mulher e filhos, deu-se num momento em que v&aacute;rias lutas de afirma&ccedil;&atilde;o nacional, principalmente as de unifica&ccedil;&atilde;o da It&aacute;lia e de combate ao dom&iacute;nio austr&iacute;aco sobre v&aacute;rios dos pequenos reinos que compunham aquele pa&iacute;s. Sempre em companhia do marido, Anita Garibaldi participou dessas batalhas, ainda que &agrave; custa da pr&oacute;pria sa&uacute;de, cada vez mais prec&aacute;ria. <br /> &nbsp;<br /> Em 1849, gr&aacute;vida, com sintomas de febre tif&oacute;ide e fracamente alimentada, Anita se p&ocirc;s em fuga, juntamente com os rebeldes garibaldianos, afinal vencidos. Antes de poder receber cuidados m&eacute;dicos, faleceu em uma fazenda na regi&atilde;o de Ravenna. <br /> &nbsp;<br /> Mesmo depois de sua morte, Anita foi objeto de epis&oacute;dios que se assemelham a uma martiriza&ccedil;&atilde;o: seu corpo foi enterrado por sete vezes, em sucessivos epis&oacute;dios, ora para escond&ecirc;-lo, ora para preserv&aacute;-lo, ora para homenagear a falecida guerreira, por fim sepultada em Roma, em 1931, como hero&iacute;na.<br /> <br /> Pela firmeza, bravura e tenacidade, Anita Garibaldi deve ser considerada n&atilde;o apenas hero&iacute;na, mas at&eacute; mesmo m&aacute;rtir das causas da liberdade. Ser&aacute;, pois, uma homenagem mais que merecida a inscri&ccedil;&atilde;o de seu nome no Livro dos Her&oacute;is da P&aacute;tria. Por essas raz&otilde;es, esperamos o apoio dos colegas parlamentares para aprova&ccedil;&atilde;o deste projeto de lei.<br /> <br /> A catarinense Anita Garibaldi, nascida Ana Maria de Jesus Ribeiro e conhecida, na inf&acirc;ncia, por Aninha do Bent&atilde;o, se constituiu em exemplo de coragem e de for&ccedil;a da mulher brasileira. Sua luta em favor da liberdade, da justi&ccedil;a e da dignidade a tomou personagem reconhecida e destacada no Brasil e na Europa. <br /> &nbsp;<br /> Durante a revolu&ccedil;&atilde;o Farroupilha, abandonou o primeiro marido, Manuel Duarte de Aguiar, e casou-se no Uruguai com Giuseppe Garibaldi, respons&aacute;vel por sua ades&atilde;o ao movimento. Participou das lutas em Imbituba, na tomada de Laguna, e em Curitibanos, quando foi presa pelas for&ccedil;as legalistas. Conseguiu escapar da pris&atilde;o e fugiu para Lages, onde se transformou em enfermeira dos sobreviventes.<br /> &nbsp;<br /> Revelou-se n&atilde;o s&oacute; esposa, mas companheira efetiva de seu novo marido, ao lado de quem lutou tamb&eacute;m na It&aacute;lia, em defesa da unifica&ccedil;&atilde;o e da liberta&ccedil;&atilde;o daquele pa&iacute;s.<br /> &nbsp;<br /> Por tudo isso exposto eu quero saudar os idealizadores dessa Marcha rumo a It&aacute;lia, no &uacute;ltimo dia 28.05.2019 , reverenciou&nbsp; os 170 nos da morte da grande guerreira&nbsp;&nbsp; Anita Garibaldi, pela&nbsp;&nbsp; firmeza, bravura e tenacidade, enfim pelo seu alto Esp&iacute;rito de Brasilidade&nbsp; reconhecidos aqui o Brasil e na Europa&rdquo;. <br /> &nbsp;<br /> A prop&oacute;sito Anita Garibaldi deve ser considerada at&eacute; mesmo m&aacute;rtir das causas pela liberdade&quot;, conforme lembrou na Justifica&ccedil;&atilde;o do PLS 425/2007, a ex-Senadora L&uacute;cia V&acirc;nia citando&nbsp; argumentos de um dos bi&oacute;grafos da personagem, o jornalista Paulo Markun, para lembrar que Anita Garibaldi entrou para a hist&oacute;ria da Am&eacute;rica Latina e da Europa e tem sido homenageada nos lugares onde lutou - al&eacute;m do Brasil, Uruguai, Fran&ccedil;a e It&aacute;lia - &quot;<i>por sua participa&ccedil;&atilde;o em movimentos em favor da liberdade</i>&quot;. Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida, na inf&acirc;ncia, por Aninha do Bent&atilde;o, se constituiu em exemplo de coragem e de for&ccedil;a da mulher brasileira, portanto merecedora de todas&nbsp; homenagens &ldquo;<i>in-memoriam</i>&rdquo;. <br /> &nbsp;<br /> Fontes:<a href="https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=3922288&amp;ts=1548944091417&amp;disposition=inline" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=3922288&amp;ts=1548944091417&amp;disposition=inline</i></u></span></a><br /> &nbsp;<br /> <a href="https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/81953" target="_blank"><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><u><i>https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/81953</i></u></span></a><br /> &nbsp;<br /> <i><b>Vasco Vasconcelos</b></i>, escritor, jurista e abolicionista contempor&acirc;neo<br /> e-mail: <span style="color: rgb(0, 0, 255);"><i>vasco.vasoncelos@brturbo.com.br</i></span>