A criminalidade dói até no seu bolso

15 de julho de 2019 às 11:37

Marco Antônio Barbosa
A criminalidade afeta a vida de todos, direta ou indiretamente. Dos que choram seus entes queridos at&eacute; &agrave;queles que se acham distante das periferias ou zonas de altas taxas de viol&ecirc;ncia. Mesmo atr&aacute;s das grades de condom&iacute;nios e com todos os sistemas de seguran&ccedil;a e tecnologias existentes, ela vai te atingir. Neste ano, o Atlas da Viol&ecirc;ncia, estudo realizado e divulgado este m&ecirc;s pelo Instituto de Pesquisa Econ&ocirc;mica Aplicada (Ipea) e pelo F&oacute;rum Brasileiro de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, revelou que o pre&ccedil;o dos produtos e dos servi&ccedil;os pode aumentar em at&eacute; 30% por causa dos gastos relacionados &agrave; seguran&ccedil;a. <br /> <br /> O roubo de cargas &eacute; o campe&atilde;o nestes gastos. A pesquisa aponta que 13% das empresas transportadoras faliram por n&atilde;o aguentarem os custos elevados para manter um bem seguro dentro de seus caminh&otilde;es em estradas com pouco policiamento e &agrave; merc&ecirc; de quadrilhas que prosperam a cada dia. Este &lsquo;custo viol&ecirc;ncia&rsquo; influi tamb&eacute;m diretamente no valor de fretes.<br /> <br /> Al&eacute;m dos impostos j&aacute; embutidos que encarecem nossos bens de consumo, os valores absurdos gastos com seguran&ccedil;a privada por parte das empresas, tratam de deix&aacute;-los ainda mais caros. Como sempre, na ponta final est&aacute; o consumidor, que mais uma vez paga a conta (sem falar de impostos e outros tributos) de um Estado que n&atilde;o consegue evitar assaltos, roubos e mortes. <br /> <br /> &Eacute; essencial entendermos o grau de complexidade da seguran&ccedil;a p&uacute;blica no pa&iacute;s, ningu&eacute;m est&aacute; a salvo dos reflexos e consequ&ecirc;ncias. Por este motivo, a sociedade precisa ser a chave da cobran&ccedil;a por mais intelig&ecirc;ncia na condu&ccedil;&atilde;o deste setor.<br /> <br /> N&atilde;o basta somente investimentos, pois eles s&atilde;o feitos. O gasto com seguran&ccedil;a p&uacute;blica cresce ano a ano. &Eacute; necess&aacute;rio um planejamento estrat&eacute;gico na hora de investir. O crime organizado e suas tecnologias se mostram anos luz a frente das nossas pol&iacute;cias. A burocracia do Estado barra a&ccedil;&otilde;es integradas entre a uni&atilde;o. Sistemas de alinhamento de dados, estrutura em intelig&ecirc;ncia policial e um sistema judici&aacute;rio r&aacute;pido e, tamb&eacute;m, integrado entre as federa&ccedil;&otilde;es est&aacute; na base da resolu&ccedil;&atilde;o do problema. O Brasil &eacute; um pa&iacute;s continental e n&atilde;o pode ficar nas m&atilde;os de pol&iacute;ticas isoladas. O crime organizado age como um todo, sem limitar fronteira de estados.<br /> <br /> Enquanto o Governo 'bate a cabe&ccedil;a&rsquo; e n&atilde;o consegue aprovar com rapidez os pacotes anticrimes propostos, a popula&ccedil;&atilde;o segue sentido as &lsquo;dores do parto&rsquo;. O tiro que atinge um inocente, em um roubo seguido de morte, ou um caminh&atilde;o que teve a carga roubada em uma rodovia sem sinaliza&ccedil;&atilde;o, ilumina&ccedil;&atilde;o ou policiamento, ecoam na vida de todos os brasileiros.<br /> <br /> &Eacute; a teoria do efeito borboleta, onde uma brisa em um continente pode proporcionar um furac&atilde;o em outro. <br /> <br /> Ent&atilde;o, antes de mudar de canal ou passar sem ler as not&iacute;cias de viol&ecirc;ncia que assolam o pa&iacute;s, pense que o pre&ccedil;o do seu computador ou da sua TV, por exemplo, ficam bem mais caros por descasos com os crimes que nos cercam. N&atilde;o deixe barato tamb&eacute;m para nossos governantes. Envie essa not&iacute;cia para o vereador, deputado ou senador que voc&ecirc; votou. Cobre e fiscalize. Somente assim este &lsquo;efeito borboleta&rsquo; pode virar de lado. <br /> <br /> Uma cobran&ccedil;a por e-mail pode apressar uma lei, que, no fim deste ciclo, deve desarmar um criminoso. Desta forma, j&aacute; est&atilde;o nas nossas m&atilde;os a principal arma contra a criminalidade. Use-a sem modera&ccedil;&atilde;o.<br /> &nbsp;<br /> <img src="/uploads/image/artigos_marco-antonio-barbosa_especialista-seguranca-e-diretor-came-brasil.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> <b><i>Marco Ant&ocirc;nio Barbosa</i></b> &eacute; especialista em seguran&ccedil;a e diretor da CAME do Brasil. Possui mestrado em administra&ccedil;&atilde;o de empresas, MBA em finan&ccedil;as e diversas p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es nas &aacute;reas de marketing e neg&oacute;cios.