Família: marca que permanece para sempre em nós

19 de agosto de 2019 às 13:58

Padre Ezequiel Dal Pozzo
Para melhor entendermos a rela&ccedil;&atilde;o com nossos pais, poder&iacute;amos recorrer &agrave; imagem da &aacute;rvore da terra. Desde que iniciamos a vida nesse mundo, a rela&ccedil;&atilde;o com nossos pais se assemelha muito &agrave; planta com o terreno onde ela est&aacute; plantada. Desde a semente, a &aacute;rvore absorve da terra tudo o que a faz crescer. Tudo o que a faz ser o que &eacute;, foi sugado da terra e do seu ambiente. Ela tem as ra&iacute;zes que s&atilde;o aquilo que a mant&eacute;m de p&eacute; e por elas recebe nutrientes, bem com a luz do sol e o interc&acirc;mbio de nutrientes do seu ambiente.<br /> <br /> Com o ser humano acontece algo muito parecido. Quando n&oacute;s sa&iacute;mos da vontade de Deus n&oacute;s somos plantados dentro de uma fam&iacute;lia, com pai, m&atilde;e, irm&atilde;os. Ali recebemos uma carga gen&eacute;tica. Assim, como a &aacute;rvore ter&aacute; sempre suas ra&iacute;zes cravadas na terra, onde iniciou sua vida, n&oacute;s tamb&eacute;m, teremos sempre a marca de nossos pais, de nossa fam&iacute;lia. As nossas rela&ccedil;&otilde;es familiares v&atilde;o construindo aquilo que somos e essas marcas permanecer&atilde;o pra sempre em n&oacute;s. At&eacute; poderemos arrancar a nossa planta e transport&aacute;-la para outro terreno, mas jamais poderemos arrancar em n&oacute;s os nossos pais. Eles ser&atilde;o sempre nossos pais, independente do que acontecer. Por isso, essa rela&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel com nossas ra&iacute;zes &eacute; muito importante. Embora possa haver feridas, e, em muitos casos, elas s&atilde;o profundas, dentro de cada um de n&oacute;s precisa haver a disposi&ccedil;&atilde;o para o perd&atilde;o. Eu preciso perdoar e curar as feridas que est&atilde;o nas minhas ra&iacute;zes. Nossas ra&iacute;zes originais estar&atilde;o para sempre cravadas em nossos pais, mesmo quando o filho &eacute; adotado por outros pais. As ra&iacute;zes emocionais e afetivas continuaram sempre ligadas &agrave; origem, aos pais que nos geraram. Transportar uma &aacute;rvore &eacute; poss&iacute;vel, mas transportar a heran&ccedil;a gen&eacute;tica, isso n&atilde;o conseguimos.<br /> <br /> Essa realidade n&atilde;o pode parecer um determinismo. Isso n&atilde;o pode significar que eu n&atilde;o possa evoluir, ser melhor, dispensar os medos, largar o temperamento dif&iacute;cil que eu tenho, abandonar os v&iacute;cios que me ferem. A vida &eacute; progresso. Eu posso progredir. Devo progredir. N&atilde;o posso atribuir meus fracassos aos meus pais, a minha heran&ccedil;a gen&eacute;tica. Se essa heran&ccedil;a pesa em voc&ecirc;, procure curar o que voc&ecirc; herdou e &eacute; negativo em voc&ecirc;. Por outro lado, sempre h&aacute; muitas coisas positivas para observar. Compreendendo a hist&oacute;ria de sua fam&iacute;lia, de seus pais, de sua origem, voc&ecirc; poder&aacute; ser uma pessoa livre, apreender e guardar as coisas boas e superar, sanar e se libertar das coisas negativas. Para sermos pessoas curadas emocionalmente e na nossa interioridade, precisamos sempre voltar &agrave; nossa fam&iacute;lia e perceber o que se passou l&aacute;, e curar aquilo que n&atilde;o foi bom nas nossas rela&ccedil;&otilde;es. Sempre &eacute; poss&iacute;vel perceber o lado positivo e bom das coisas, que quase sempre, &eacute; muito maior do que o negativo.<br /> <br /> <i><b><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/artigos_padre-ezequiel-dal-pozzo.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> Padre Ezequiel Dal Pozzo</b></i><br /> contato@padreezequiel.com.br