A depressão e o desemprego

18 de outubro de 2019 às 09:00

Ellen Moraes Senra
Em todo pa&iacute;s, o desemprego atinge 12,6 milh&otilde;es de pessoas. As filas com pessoas atr&aacute;s de um novo emprego t&ecirc;m crescido cada dia mais. Quem est&aacute; desempregado enfrenta n&atilde;o apenas a dificuldade de conseguir se recolocar em um mercado cada vez mais exigente, mas tamb&eacute;m a dificuldade salarial diante de um cen&aacute;rio t&atilde;o cr&iacute;tico, visto que a falta de dinheiro traz s&eacute;rios problemas emocionais para a vida das pessoas.<br /> <br /> Um dos problemas emocionais mais comuns que atingem a popula&ccedil;&atilde;o que se encontra em situa&ccedil;&atilde;o de desemprego &eacute; a depress&atilde;o. Isso contribui para dificultar ainda mais as chances da pessoa conseguir uma recoloca&ccedil;&atilde;o, visto que esse transtorno pode ocasionar queda da energia, ins&ocirc;nia ou hipersonia, o que n&atilde;o ajuda nem um pouco o candidato a chegar nas entrevistas no hor&aacute;rio ou mesmo fazer os tr&acirc;mites necess&aacute;rios no tempo exigido.<br /> <br /> Apesar de serem os homens vistos ainda como principais provedores da fam&iacute;lia na sociedade atual, a depress&atilde;o atinge as mulheres em maior n&uacute;mero, embora o des&acirc;nimo, a cada oportunidade perdida, seja mais evidente nos homens. Ainda h&aacute; o fator agravante que s&atilde;o os sintomas depressivos que se intensificam quando o mesmo percebe que n&atilde;o h&aacute; possibilidades compat&iacute;veis com seu perfil no mercado de trabalho.<br /> <br /> Considerando essa imagem do homem como provedor, n&atilde;o &eacute; de se espantar que a autoestima fique extremamente prejudicada, influenciando inclusive sua vida familiar e conjugal, pois, costuma-se atribuir sua virilidade com a capacidade de prover a fam&iacute;lia. N&atilde;o que a mulher seja capaz de manter a autoestima intacta em caso de desemprego, especialmente se a renda dela for a principal da casa, por&eacute;m a habilidade de se lan&ccedil;ar no mercado de forma independente, mesmo que por sal&aacute;rios n&atilde;o compat&iacute;veis com sua qualifica&ccedil;&atilde;o, pode ser um fator que conte a favor nesse processo. Afinal, o empreendedorismo, apesar de n&atilde;o oferecer benef&iacute;cios tradicionais que o regime CLT oferece, tem sido a sa&iacute;da mais utilizada pelos brasileiros para que consigam pagar suas contas e para diminuir a press&atilde;o de arrumar uma vaga no mercado de trabalho, com isso fazendo crescer a ind&uacute;stria de cursos profissionalizantes de curta dura&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Apesar dessas solu&ccedil;&otilde;es, muitas vezes o desemprego vem quando a pessoa j&aacute; tem um padr&atilde;o de vida estabelecido. Nesses casos, solicitar aux&iacute;lio financeiro de familiares e amigos pode ser necess&aacute;rio, ainda que possa gerar um grande desconforto, mas &eacute; aqui que a pessoa que se disp&otilde;e a auxiliar pode demonstrar seu apoio, n&atilde;o apenas financeiramente, mas de tamb&eacute;m de forma emocional, impulsionando a pessoa a n&atilde;o desistir de suas chances e incentivando que o mesmo abrace as oportunidades que surgirem, desta forma fica mais f&aacute;cil enxergar o lado positivo das coisas e enxergar as oportunidades que outrora poderiam passar despercebidas.<br /> &nbsp;<br /> <img src="/uploads/image/artigos_ellen-moraes-senra_psicologa-especialista-terapia-cognitivo-comportamental.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Por <i><b>Ellen Moraes Senra</b></i> &eacute; Psic&oacute;loga e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental