Doenças Psicológicas e Trabalho

19 de dezembro de 2019 às 19:42

Leonardo Torres
A cada dia vemos mais e mais pessoas comuns, de trabalhos est&aacute;veis e fam&iacute;lias bem estruturadas, adoecerem psicologicamente. N&atilde;o &eacute; preciso ser um especialista para notar isso. At&eacute; quem est&aacute; lendo este artigo pode estar passando por isso neste exato momento. &nbsp;<br /> <br /> O que antigamente, a partir de um pensamento mais tradicional, poderia ser considerado como uma &quot;frescura&quot;, hoje a Psicologia j&aacute; consegue diagnosticar problemas psicol&oacute;gicos gerados pelo trabalho excessivo e/ou exaustivo. Como depress&atilde;o, ansiedade, p&acirc;nico, a famosa s&iacute;ndrome de Burnout, entre outras. &nbsp;<br /> <br /> &Agrave; medida que tais problemas crescem, aumentam tamb&eacute;m as solu&ccedil;&otilde;es paliativas. Como evitar que a depress&atilde;o invada minha empresa? Basta contratar um palestrante motivacional. Se ele for bom, a motiva&ccedil;&atilde;o ir&aacute; surgir por um par de dias e depois ir&aacute; desaparecer. N&atilde;o basta o coach qu&acirc;ntico, n&atilde;o basta aquela palestra que emotiva. <br /> <br /> Tudo isso, na verdade, &eacute; um sintoma. E muitas vezes, &eacute; proveniente de um ambiente sem empatia, altamente concorrido e hostil. &Eacute; contra a natureza humana ser individualista, ou melhor, ter a percep&ccedil;&atilde;o de que todos s&atilde;o concorrentes. Desde que a esp&eacute;cie humana pisou neste planeta, entre seus grupos de pertencimento, eles foram colaborativos. &nbsp;<br /> <br /> Primeiro, temos que parar de entender a depress&atilde;o, a ansiedade, o p&acirc;nico e tudo o que tem surgido na psique humana como uma doen&ccedil;a. Mas sim, como um alerta de que &eacute; necess&aacute;rio transformar algo em nossas vidas. Se elas v&ecirc;m ligadas &agrave;s quest&otilde;es do trabalho, devemos olhar no que, como e o quanto estamos trabalhando. &nbsp;<br /> <br /> Como experi&ecirc;ncia pr&oacute;pria, &eacute; dif&iacute;cil entrar em uma empresa, a pedido da chefia, para resolver o problema de comunica&ccedil;&atilde;o e de inter-rela&ccedil;&atilde;o da equipe, se n&atilde;o existe um espa&ccedil;o na empresa que seja interacional, de troca de experi&ecirc;ncias, de &oacute;cio. Hoje, pelo custo/benef&iacute;cio, estamos vendo mais e mais pessoas trabalhando em lugares sem vida, sem cor, sem criatividade. Como ser criativo para resolver os problemas da empresa assim? <br /> <br /> Recentemente, tive a experi&ecirc;ncia de visitar um coworking chamado C.O.W., na Lapa, em S&atilde;o Paulo, e me surpreendi com o projeto. Escutei de um dos clientes que &quot;quando entrei eu pensei que deveria tomar cuidado, pois o meu concorrente poderia estar do meu lado, por&eacute;m, percebi com o tempo que poder&iacute;amos crescer juntos&rdquo;. &nbsp;<br /> <br /> Senti no coworking um esp&iacute;rito de empatia, de leveza, que muitas empresas perderam e est&atilde;o tentando resgatar de maneira superficial. Talvez seja interessante olharmos para esse movimento de colabora&ccedil;&atilde;o &ndash; afinal, &quot;cowork&quot; e &quot;colaborar&quot; s&atilde;o a mesma coisa &ndash; para que possamos dar o pontap&eacute; em um novo modo de estar no mundo e servi-lo. Como diria Gandhi: &quot;quem n&atilde;o vive para servir n&atilde;o serve para viver&quot;.<br /> <br /> <img src="/uploads/image/artigos_leonardo-torres_palestrante-professor-e-doutorando-comunicacao.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> Por <b><i>Leonardo Torres</i></b>, professor e palestrante, doutorando em Comunica&ccedil;&atilde;o e P&oacute;s-graduando em Psicologia Junguiana<br />