Anistia, indenização e pensão, até quando?

19 de dezembro de 2019 às 19:44

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
No seu primeiro ano, o governo Bolsonaro endureceu na concess&atilde;o de infeniza&ccedil;&otilde;es a anistiados, a chamada &ldquo;bolsa ditadura&rdquo;. A Comiss&atilde;o da Anistia indeferiu 85% dos 2.717 pedidos analisados; mesmo assim, aprovou 388 onde foi encontrado fundamento para o benef&iacute;cio. Criado em 2001, sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, o benef&iacute;cio foi concedido a 2970 anistiados naquele ano e a 3706 em 2002. Saltou para 13.237 em 2003 (primeiro ano de Lula), 9510 em 2004, 1956 em 2005, 2199 em 2006, 3047 em 2007, 1205 em 2008 e menos de mil nos anos seguintes at&eacute; que em 2015 o TCU (Tribunal de Contas da Uni&atilde;o) fez novas exig&ecirc;ncias, inclusive quanto &agrave; transpar&ecirc;ncia, derrubando o n&uacute;mero de concess&otilde;es para 5 naquele ano, 2 em 2017 e zero em 2016 e 2018.<br /> <br /> Estima-se que o Brasil j&aacute; tenha empregado R$ 10 bilh&otilde;es no pagamento de compensa&ccedil;&otilde;es pela anistia aos ditos perseguidos pol&iacute;ticos. S&atilde;o 39.370 pessoas que se classificam como perseguidas nos governos militares. Entre elas figuras &ldquo;vip&rdquo; da pol&iacute;tica nacional, que abocanharam indeniza&ccedil;&otilde;es milion&aacute;rias ou recebem pens&otilde;es que, aos olhos do cidad&atilde;o comum, s&atilde;o exageradas e desproporcionais. Al&eacute;m de perdoar os que, de alguma forma, subverteram a ordem no passado, o contribuinte acabou condenado a sustent&aacute;-los e, at&eacute;, enriquec&ecirc;-los ao mesmo tempo em que o governo opera em d&eacute;ficit e, por falta ou m&aacute; distribui&ccedil;&atilde;o de recursos, negligencia obriga&ccedil;&otilde;es como Sa&uacute;de, Educa&ccedil;&atilde;o, Seguran&ccedil;a P&uacute;blica e outras. A reintegra&ccedil;&atilde;o &agrave; vida do pa&iacute;s, salvo melhor ju&iacute;zo, j&aacute; seria o suficiente para que cada um dos insurgentes voltasse &agrave;s atividades e, pelo trabalho, &agrave; vida normal. Indeniza&ccedil;&atilde;o s&oacute; deveria se admitir na forma humanit&aacute;ria, em import&acirc;ncia m&oacute;dica, a mutilados e inv&aacute;lidos, para lhes garantir o m&iacute;nimo de recursos de subsist&ecirc;ncia. Jamais a quem pode trabalhar e, at&eacute;, assumir a chefia do governo.<br /> <br /> J&aacute; se v&atilde;o 40 anos da Lei da Anistia, que vigorou em 28 de agosto de 1979. As pens&otilde;es e indeniza&ccedil;&otilde;es foram institu&iacute;das em 2001. Passado tanto tempo, n&atilde;o h&aacute; raz&atilde;o para continuar engrossando a fila de perseguidos ou anistiados indeniz&aacute;veis. Consider&aacute;vel parte dos dissidentes de ent&atilde;o j&aacute; est&aacute; morta e os demais tiveram o espa&ccedil;o de quatro d&eacute;cadas, onde podiam ter trabalhado, contribu&iacute;do para a previd&ecirc;ncia e aposentado, como faz qualquer brasileiro. A exist&ecirc;ncia, ainda, de 74,5 mil pedidos de indeniza&ccedil;&atilde;o, &eacute; inaceit&aacute;vel. At&eacute; quando a popula&ccedil;&atilde;o pagadora de impostos ter&aacute; que seguir sustentando os que, no passado, ousaram conspirar? Se o fizeram foi por conta e risco pr&oacute;prios, e a sociedade nada lhes deve...<br /> &nbsp;<br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Por <i><b>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</b></i> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo)&nbsp; - aspomilpm@terra.com.br<br />