O fim de 2019 e os desafios de 2020

03 de janeiro de 2020 às 12:41

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Chegamos ao final de 2019 com o com&eacute;rcio animado pelas vendas natalinas, que s&atilde;o as melhores desde as de 2010, e um melhor movimento comercial anual ap&oacute;s o de 2014, ano em que a crise pol&iacute;tico-econ&ocirc;mica come&ccedil;ou a recrudescer. Aquece o mercado imobili&aacute;rio com o lan&ccedil;amento de novos edif&iacute;cios, condom&iacute;nios e simulares, e noticia-se que o pa&iacute;s dever&aacute; construir 31 shopping-centers nos pr&oacute;ximos tr&ecirc;s anos. Isso, sem d&uacute;vida, resulta do fim da roubalheira e da farra com o dinheiro p&uacute;blico, que devolve a confian&ccedil;a ao investidor e o otimismo ao consumidor. Lembremos que as reformas do Estado est&atilde;o apenas no come&ccedil;o. Fez-se apenas a altera&ccedil;&atilde;o da Previd&ecirc;ncia, que ainda falta ser completada em estados e munic&iacute;pios. Al&eacute;m dela, precisamos reformar e modernizar os sistemas tribut&aacute;rio, de administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;bica, eleitoral e outros. O Brasil, pensado e crescido sob o paternalismo da era Vargas e impactado pelas diferentes correntes que detiveram o poder durante as &uacute;ltimas sete ou oito d&eacute;cadas, precisa ser modernizado e inserido na nova ordem econ&ocirc;mica e administrativa mundial. No lugar de ideologia, benesses, paternalismo, empreguismo e outras distor&ccedil;&otilde;es, &eacute; preciso a atualiza&ccedil;&atilde;o de m&eacute;todos, efici&ecirc;ncia e mercado ativo. O governo n&atilde;o deve continuar sendo empres&aacute;rio, mas o grande normatizador, licenciador e fiscalizador das atividades.<br /> <br /> Governo e congressistas t&ecirc;m de compreender que 2020 ser&aacute;, para eles, um ano de grandes desafios e responsabilidades. Executivo, Legislativo e Judici&aacute;rio t&ecirc;m de cumprir suas obriga&ccedil;&otilde;es dentro dos respectivos limites e sempre observando o dispostos no artigo 2 da Constitui&ccedil;&atilde;o, que os define como &ldquo;independentes e harm&ocirc;nicos entre si&rdquo;. Logo, toda contenda entre essas entidades &eacute; indevida, at&eacute; inconstitucional. Tamb&eacute;m &eacute; preciso conter as vaidades e outros maus h&aacute;bitos que fazem a m&aacute; imagem da atividade pol&iacute;tica.<br /> <br /> Ao eleger seus representantes, o povo atribui-lhes obriga&ccedil;&otilde;es. O Executivo tem a tarefa de propor e executar leis, o Legislativo &eacute; encarregado de discutir, votar e tamb&eacute;m propor. Aprovar ou n&atilde;o &eacute; quest&atilde;o de momento e nunca deve ser encarado como crise, pois &eacute; da essencia. Nem ser alvo da nefasta judicializa&ccedil;&atilde;o que nos &uacute;ltimos tempos tem levado ju&iacute;zes, dsembargadores e ministros das cortes de Justi&ccedil;a a agirem como se legisladores ou administradores fossem. &Eacute; preciso que cada se limite ao seu quadrado, e o judici&aacute;rio seja provocado apenas por quest&otilde;es jur&iacute;dicas, jamais por perdedores das vota&ccedil;&otilde;es nos processos legislativos.<br /> <br /> Todos os detentores de mandatos eletivos e os que foram candidatos, para poderem concorrer, aceitaram tacitamente a premissa de que quem vence a elei&ccedil;&atilde;o governa e quem perde espera a pr&oacute;xima. Ultimamente, no entanto, temos vivido tempos de intoler&acirc;ncia, onde perdedores tentam melar o processo e vencedores se irritam. Isso n&atilde;o &eacute; democracia, esse bem t&atilde;o valorizado no discurso e pouco praticado no Brasil. Todos os atores desse imenso teatro pol&iacute;tico t&ecirc;m de aceitar os resultados das elei&ccedil;&otilde;es, comportar-se bem e sem atrapalhar aquele que est&aacute; com o poder e, se puderem, nas pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es, tentar venc&ecirc;-lo com melhores propostas. &Eacute; tudo mais simples do que parece, mas exige car&aacute;ter, dignidade e, at&eacute;, patriotismo... (Em tempo: isso tem de valer tanto na Umi&atilde;o quanto em estados e munic&iacute;pios).<br /> <i><b><br /> </b></i><i><b><img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</b></i> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br<br />