EUA, Irã e a 3ª Guerra Mundial, improvável

09 de janeiro de 2020 às 10:07

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
O confronto entre Estados Unidos e Ir&atilde; &eacute; algo que chama a aten&ccedil;&atilde;o. A pot&ecirc;ncia b&eacute;lica e o radicalismo pol&iacute;tico-religioso batem de frente e isso pode trazer consequ&ecirc;ncias econ&ocirc;micas. A principal delas, o aumento do pre&ccedil;o dos combust&iacute;veis porque o Ir&atilde; &eacute; o d&eacute;cimo produtor mundial de petr&oacute;leo e controla o estreito de Ormuz, por onde passa um quinto do &oacute;leo consumido no planeta. Exagera quem diz poder a desintelig&ecirc;ncia detonar a 3&ordf; Guerra Mundial. H&aacute; que se compreender tratar-se de um problema antigo. Desde o come&ccedil;o do s&eacute;culo passado, o Ir&atilde;, ent&atilde;o P&eacute;rsia, tinha seu petr&oacute;leo explorado pelos ingleses, que devolviam 16% do resultado, e o povo achava pouco. Era governado pela dinastia Pahlev.<br /> <br /> Em 1953 Mohamed Mossadeq, ex-ministro da Economia, foi o primeiro governante eleito democraticamente e decidiu nacionalizar o petr&oacute;leo. Descontentes, a Inglaterra, auxiliada pelos Estados Unidos, que at&eacute; ent&atilde;o n&atilde;o exercia influ&ecirc;ncia na &aacute;rea, derrubou o governo e restabeleceu a monarquia, restaurando o poder do x&aacute; (imperador) Reza Pahlev, que governou at&eacute; a revolu&ccedil;&atilde;o isl&acirc;mica de 1979, liderada pelo aiatol&aacute; Ruhollah Komeini. Perseguido pelo governo, o aiatol&aacute; retornou do ex&iacute;lio e tornou-se l&iacute;der. Pahlev exilou-se nos Estados Unidos. Falou-se que as torturas que o x&aacute; praticou contra advers&aacute;rio eram frutos de manuais preparados pela CIA (ag&ecirc;ncia de intelig&ecirc;ncia americana).<br /> <br /> Com a ascen&ccedil;&atilde;o dos aiatol&aacute;s, o antiamericanismo chegou a extremos entre os iranianos. Em 1979 a embaixada americana em Teer&atilde; foi invadida por estudantes e militantes isl&acirc;micos que fizeram ref&eacute;ns os 52 funcion&aacute;rios americanos e assim os mantiveram por 444 dias. Humilharam o ent&atilde;o presidente democrata Jimmy Carter, que n&atilde;o conseguiu se reeleger. Os ref&eacute;ns s&oacute; foram libertados em 19 de janeiro de 1981, algumas horas depois da posse do republicano Ronald Reagan, sucessor de Carter. Em seguida, os EUA apoiaram o Iraque na guerra contra o Ir&atilde;, questionaram o arsenal nuclear iraniano e sob o governo do democrata Barach Obama, assinaram em 2015, um acordo nuclear, que suspendeu san&ccedil;&otilde;es e o republicano Donald Trump amea&ccedil;ou romper. As rela&ccedil;&otilde;es Washington-Teer&atilde; t&ecirc;m sido tensas. No ano passado, Trump qualificou a guarda iraniana como &ldquo;grupo terrorista&rdquo; e, na &uacute;ltima quinta-feira, dia 2,&nbsp; matou o general Qassem Soleimani, considerado her&oacute;i pelos iranianos e terrorista pelo presidente americano, que o acusa da exportar pelo Oriente M&eacute;dio a&ccedil;&otilde;es antiamericanas que levam &agrave; morte.&nbsp;&nbsp; &nbsp;<br /> <br /> Devemos entender o epis&oacute;dio como mais um lance da intermin&aacute;vel crise entre os dois pa&iacute;ses, e n&atilde;o nos envolver. S&atilde;o duas na&ccedil;&otilde;es com quem temos rela&ccedil;&otilde;es diplom&aacute;ticas e que, com neutralidade, poderemos ainda ser &uacute;teis at&eacute; em atividades de media&ccedil;&atilde;o de conflitos. N&atilde;o cabe aos brasileiros se perfilar com qualquer dos lados. Isso vale para o governo e tamb&eacute;m para os grupos pol&iacute;ticos, cujo apoio ou reprova em nada contribui para a solu&ccedil;&atilde;o dos desajustes. O melhor a fazer &eacute; cuidar de nossas quest&otilde;es sem nos imiscuir nas dificuldades alheias...<br /> &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &nbsp;<br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" width="60" hspace="3" height="81" align="left" alt="" /><br /> <br /> <br /> Por <b><i>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br