Porandubas Políticas

09 de janeiro de 2020 às 10:24

Gaudêncio Torquato
Abro a primeira coluna do ano com Cabralzinho.<br /> &nbsp;<br /> Cabralzinho, l&iacute;der estudantil em Campina Grande, foi passear em Sobral, no Cear&aacute;. Chegou em dia de com&iacute;cio. No palanque, longos cabelos brancos ao vento, o deputado Crisanto Moreira da Rocha, competente orador da prov&iacute;ncia:<br /> <br /> &ndash; Ladr&otilde;es!<br /> <br /> A pra&ccedil;a, apinhada de gente, levou o maior susto.<br /> <br /> &ndash; Ladr&otilde;es! Ladr&otilde;es, porque voc&ecirc;s roubaram meu cora&ccedil;&atilde;o!<br /> <br /> Cabralzinho voltou para Campina Grande, candidatou-se a vereador. No primeiro com&iacute;cio, lembrou-se de Sobral e do golpe de orat&oacute;ria do deputado, fechou a cara, olhou para os ouvintes com ar furioso:<br /> <br /> &ndash; Ladr&otilde;es!<br /> <br /> Ningu&eacute;m se mexeu. Cabralzinho sabia que pol&iacute;tica em Campina Grande era briga de foice no escuro. Queria o impacto total.<br /> <br /> &ndash; Cambada de ladr&otilde;es!<br /> <br /> Foi uma loucura. A multid&atilde;o avan&ccedil;ou sobre o palanque. Pedra, pau, sapatos. O rosto sangrando, acuado, Cabralzinho implorava:<br /> <br /> &ndash; Espera que eu explico. Deixe eu terminar. Espera que eu explico.<br /> <br /> Explicou. Ao m&eacute;dico, no hospital.<br /> <br /> *****<br /> <br /> <b>Proje&ccedil;&atilde;o para 2020</b><br /> <br /> J&aacute; dissemos nesta coluna que fazer previs&atilde;o no Brasil &eacute; um exerc&iacute;cio que requer muitos cuidados. At&eacute; porque nossa &iacute;ndole abarca alguns valores que prejudicam esfor&ccedil;os de interpreta&ccedil;&atilde;o. Somos, por exemplo, uma gente que aprecia improvisar, inventar, mudar de posi&ccedil;&atilde;o. Nossa cultura pol&iacute;tica n&atilde;o se alimenta dos eixos que formam a identidade de popula&ccedil;&otilde;es de pa&iacute;ses com s&oacute;lidas institui&ccedil;&otilde;es. Os anglo-sax&otilde;es, a t&iacute;tulo de compara&ccedil;&atilde;o, respondem sim ou n&atilde;o diante de quest&otilde;es que exigem uma das duas op&ccedil;&otilde;es. N&oacute;s preferimos o talvez. Sob essa condi&ccedil;&atilde;o, farei hoje uma tentativa de interpretar 2020, a partir da an&aacute;lise do comportamento de 13 protagonistas.<br /> <br /> <b>1. O Poder Executivo</b> &ndash; o presidente<br /> <br /> O presidente Jair Bolsonaro at&eacute; ser&aacute; orientado a mudar de postura, aliviando suas declara&ccedil;&otilde;es e ataques, como este &uacute;ltimo que fez &agrave; imprensa: &quot;voc&ecirc;s, jornalistas, s&atilde;o uma ra&ccedil;a em extin&ccedil;&atilde;o. Ler jornais envenena&quot;. Mas a &iacute;ndole de escorpi&atilde;o de Bolsonaro n&atilde;o permitir&aacute; mudan&ccedil;as. Continuar&aacute; a &quot;picar&quot; advers&aacute;rios que encontre no meio do caminho. Da&iacute; a infer&ecirc;ncia: momentos de tens&atilde;o continuar&atilde;o a cercar os Pal&aacute;cios da Alvorada e do Planalto. A depender de quem seja o alvo (o Congresso, por exemplo), poder&aacute; haver retalia&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> <b>2. O Poder Executivo</b> &ndash; ministros e assessores<br /> <br /> H&aacute; de distinguir ministros de perfil essencialmente t&eacute;cnico, com bom n&iacute;vel de desempenho, como o ministro da Infraestrutura, Tarcisio Gomes de Freitas, e ministros de perfil pol&ecirc;mico, como o da Educa&ccedil;&atilde;o, Abraham Weintraub. A eleva&ccedil;&atilde;o do deboche, se for o caso, expandir&aacute; as tens&otilde;es, sendo bastante prov&aacute;veis mudan&ccedil;as na Esplanada dos Minist&eacute;rios. Alguns perdem muito tempo com a produ&ccedil;&atilde;o de falas pol&ecirc;micas e que acabam impactando sua pr&oacute;pria imagem. A tend&ecirc;ncia aponta para o arrefecimento dos conflitos e maior foco no trabalho. Ademais, o presidente dever&aacute; cobrar resultados.<br /> <br /> <b>3. O Poder Executivo</b> - os militares<br /> <br /> A ala do entorno presidencial, particularmente os generais, j&aacute; foi mais forte no in&iacute;cio do governo. O general Augusto Heleno, que responde pelo gabinete de Seguran&ccedil;a Institucional da Presid&ecirc;ncia, parecia o perfil mais forte do entorno presidencial. Ostentava a fl&acirc;mula de poder moderador. Hoje, alinha-se completamente &agrave; linguagem do presidente, inclusive nos ataques a certas figuras da imprensa. Militares que sa&iacute;ram passaram a ser cr&iacute;ticos. Ou seja, transparece certa divis&atilde;o na frente de apoios.<br /> <br /> <b>4. Congresso</b><br /> <br /> Os parlamentares, j&aacute; afeitos ao estilo rompante do presidente, cobrar&atilde;o com mais for&ccedil;a as demandas feitas junto ao articulador, ministro Lu&iacute;s Eduardo Ramos, e mesmo ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O or&ccedil;amento impositivo ser&aacute;, nesse sentido, uma ferramenta de press&atilde;o. O que est&aacute; dentro do Or&ccedil;amento ter&aacute; de ser cumprido. Os presidentes da C&acirc;mara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, mexer&atilde;o no regimento para tentar se reeleger? Alcolumbre topa, Maia &eacute; mais precavido. Em caso de novos dirigentes, a perspectiva &eacute; de que estejam mais alinhados ao discurso de autonomia e independ&ecirc;ncia do Parlamento. Tempos de valorizar os conjuntos parlamentares e evitar que o Judici&aacute;rio invada a esfera parlamentar.<br /> <br /> <b>5. Poder Judici&aacute;rio</b><br /> <br /> Continuar&aacute; sendo alvo da m&iacute;dia e de parcela da esfera pol&iacute;tica, n&atilde;o conformada com suas decis&otilde;es no &acirc;mbito da Lava Jato. Expande-se a sensa&ccedil;&atilde;o de que alguns ministros agem de maneira parcial e sob vi&eacute;s pol&iacute;tico. A substitui&ccedil;&atilde;o no final do ano do ministro Celso de Mello, decano do STF, abrir&aacute; o leque de especula&ccedil;&otilde;es. Quem seria o perfil &quot;terrivelmente evang&eacute;lico&quot; para entrar em seu lugar, conforme h&aacute; tempos ao substituto se referiu o capit&atilde;o presidente? O atual advogado-Geral da Uni&atilde;o, Andr&eacute; Luiz Mendon&ccedil;a?<br /> <br /> <b>6. M&iacute;dia massiva<br /> </b><br /> Os meios de comunica&ccedil;&atilde;o dever&atilde;o fazer cobran&ccedil;as mais duras do Executivo, ante a insist&ecirc;ncia do presidente Bolsonaro de fustig&aacute;-los. O teor cr&iacute;tico dever&aacute; se expandir n&atilde;o apenas no que concerne ao Poder Executivo, nas tr&ecirc;s inst&acirc;ncias da Federa&ccedil;&atilde;o, mas em rela&ccedil;&atilde;o aos Poderes Legislativo e Judici&aacute;rio. O esp&iacute;rito eleitoral de 2020 abrir&aacute; os espa&ccedil;os de investiga&ccedil;&atilde;o da m&iacute;dia, que dever&aacute; aumentar o teor de den&uacute;ncias. O TSE ser&aacute; muito demandado. Partidos em forma&ccedil;&atilde;o far&atilde;o press&atilde;o por seus interesses junto ao Tribunal Eleitoral.<br /> <br /> <b>7. M&iacute;dias sociais</b><br /> <br /> Na arena das redes sociais, dever&atilde;o acontecer batalhas sangrentas. De todos os lados, o embate ser&aacute; ferrenho, com den&uacute;ncias, fake news, especula&ccedil;&otilde;es, pesquisas encomendadas, processos acusat&oacute;rios. As lutas dever&atilde;o ser travadas no campo Federal, com aliados e simpatizantes de Bolsonaro e advers&aacute;rios; no campo estadual, onde se repetir&aacute; o destampat&oacute;rio; e na &aacute;rea municipal, onde as contendas locais ganhar&atilde;o um tom Federal. As m&iacute;dias sociais puxar&atilde;o para os munic&iacute;pios os cen&aacute;rios desenhados no plano Federal.<br /> <br /> <b>8. O povo</b><br /> <br /> Dif&iacute;cil inferir sobre o comportamento do povo, pela complexidade do conceito. Afinal, povo abarca as massas carentes e perif&eacute;ricas, que habitam na base da pir&acirc;mide; os setores m&eacute;dios, incluindo o expressivo contingente de profissionais liberais, as camadas e n&iacute;veis gerenciais do com&eacute;rcio e da ind&uacute;stria, pequenos e m&eacute;dios propriet&aacute;rios e outros segmentos de vulto. Os setores m&eacute;dios far&atilde;o o papel de pedra jogada no meio do lago: as marolas formadas correr&atilde;o at&eacute; as margens. O fato &eacute; que as massas das margens avan&ccedil;am em suas posturas, n&atilde;o mais sendo engolfadas pela mistifica&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica. O voto sai do cora&ccedil;&atilde;o para subir &agrave; cabe&ccedil;a. Por isso mesmo, &eacute; forte a possibilidade de vermos o povo, em suas diversas roupagens, engrossando as mobiliza&ccedil;&otilde;es de rua. Sinal de tempos de democracia participativa.<br /> <br /> <b>9. Igrejas, credos</b><br /> <br /> Nos &uacute;ltimos tempos, as igrejas e credos religiosos t&ecirc;m frequentado com mais disposi&ccedil;&atilde;o os palcos e espa&ccedil;os da pol&iacute;tica. H&aacute; igrejas evang&eacute;licas, como a Universal do Reino de Deus, que explicita publicamente seu interesse na pol&iacute;tica. At&eacute; um bispo da IURD, Marcelo Crivella, dirige uma importante prefeitura, a do Rio de Janeiro. E h&aacute; quem aponte nela interesse maior: eleger um dos seus para governar o pa&iacute;s. Os cat&oacute;licos, por sua vez, est&atilde;o de olho nesse processo. Por tudo isso, pode-se aferir que os credos agir&atilde;o como cabos eleitorais. O Estado laico, aos poucos, cede espa&ccedil;o ao Estado religioso.<br /> <br /> <b>10. As organiza&ccedil;&otilde;es sociais</b><br /> <br /> Um dos mais significativos fen&ocirc;menos da atualidade brasileira &eacute; a organicidade social. Dando as costas aos pol&iacute;ticos, que n&atilde;o t&ecirc;m dado respostas satisfat&oacute;rias &agrave;s suas demandas, cidad&atilde;os e cidad&atilde;s recolhem-se em entidades intermedi&aacute;rias &ndash; associa&ccedil;&otilde;es, sindicatos, federa&ccedil;&otilde;es, grupos, n&uacute;cleos, movimentos. H&aacute; cerca de 500 mil ONGs formais no Brasil e outro tanto de entidades informais. O povo v&ecirc; essas entidades como a ferramenta para abrir portas e oferecer resultados. Esse imenso arquip&eacute;lago tende a movimentar as ruas e pra&ccedil;as. E a servir de suporte de candidaturas nesse ano eleitoral.<br /> <br /> <b>11. Os partidos pol&iacute;ticos</b><br /> <br /> S&atilde;o 33 os partidos pol&iacute;ticos em condi&ccedil;&otilde;es de operar no Brasil. E h&aacute; mais 70 em est&aacute;gio de organiza&ccedil;&atilde;o. Servem, hoje, apenas como abrigo formal de candidatos. Cedem a legenda para candidatos e os grandes partidos ajudar&atilde;o alguns nomes com recursos do Fundo Partid&aacute;rio, que deve ser de R$ 2 bilh&otilde;es. A meta de algumas siglas &eacute; fazer uma grande floresta de prefeitos. PT, PSL, MDB, PSDB, DEM, PPB, PP, PTB, Solidariedade, Cidadania, Podemos, PSOL est&atilde;o no rol dos mais competitivos.<br /> <br /> <b>12. Governadores</b><br /> <br /> Os governadores agir&atilde;o, este ano, como os maiores cabos eleitorais. Afinal, a elei&ccedil;&atilde;o municipal &eacute; o campo de decolagem do pleito de 2022. Da&iacute; a meta de eleger um grande n&uacute;mero de prefeitos. Ocorre que os Estados est&atilde;o de cofres vazios. Alguns em situa&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-falimentar. Mas o esfor&ccedil;o dos governadores deve incluir uma bacia de promessas. Muitos desejar&atilde;o se reeleger em 2022. N&atilde;o se pode esquecer que, por estas plagas, h&aacute; muito respeito e considera&ccedil;&atilde;o para quem tem o poder da caneta. Claro, caneta com muita tinta atrai mais apoios.<br /> <br /> <b>13. Prefeitos</b><br /> <br /> Por &uacute;ltimo, a prefeitada. Este ano ser&atilde;o eleitos 5.570 prefeitos. Este ser&aacute; o maior ex&eacute;rcito de cabos eleitorais de 2022. Haja m&atilde;o de obra. Prefeitos far&atilde;o gigantesco esfor&ccedil;o para se reeleger ou eleger um correligion&aacute;rio. As prefeituras est&atilde;o praticamente quebradas, mas h&aacute; sempre por parte do eleitor a expectativa de poder, de um dia ganhar um bom cargo ou bom &quot;adjut&oacute;rio&quot;. Quem apitou bem na orquestra formada em 2016 tem condi&ccedil;&otilde;es de continuar a ser maestro. Quem saiu do tom e n&atilde;o cumpriu suas promessas se candidata a receber um passaporte para suas casas.<br /> <b><br /> Sucesso</b><br /> <br /> Este consultor pol&iacute;tico deseja muito sucesso a todos os protagonistas alinhados nesta coluna.<br /> <br /> Pequena ajuda<br /> <br /> Notas para ajudar o planejamento de campanhas<br /> <br /> Este consultor, ancorado em sua viv&ecirc;ncia, chama a aten&ccedil;&atilde;o para o planejamento do marketing das campanhas, que abriga estas metas:<br /> <br /> <div style="margin-left: 40px;"><i><b>1) priorizar quest&otilde;es regionalizadas</b></i>, localizadas, na esteira de um bairro a bairro, ou seja, fazer a micropol&iacute;tica;<br /> <br /> <i><b>2) procurar criar um diferencial de imagem</b></i>, elemento que ser&aacute; a espinha dorsal da candidatura, facilmente capt&aacute;vel pelo sistema cognitivo do eleitor;<br /> <br /> <i><b>3) desenvolver uma agenda</b></i> que seja capaz de proporcionar &quot;<b><i>onipresen&ccedil;a</i></b>&quot; ao candidato (presen&ccedil;a em todos os locais);<br /> <i><b><br /> 4) organizar uma agenda contemplando</b></i> as &aacute;reas de maior densidade e, concentricamente, chegando &agrave;s &aacute;reas de menor densidade eleitoral;<br /> <br /> <i><b>5) entender que eventos menores</b></i> e multiplicados s&atilde;o mais decisivos que eventos gigantescos e escassos;<br /> <br /> <i><b>6) atentar para despojamento</b></i>, simplicidade, agilidade, foco para o essencial, mobilidade, propostas f&aacute;ceis de compreens&atilde;o e fact&iacute;veis. Esse &eacute; um resumido escopo de planejamento.</div> <br /> <b>Marketing:</b> os 5 eixos<br /> <br /> Resgato, aqui, os cinco eixos do marketing eleitoral:<br /> <br /> <div style="margin-left: 40px;"><b><i>1) pesquisa;<br /> <br /> 2) forma&ccedil;&atilde;o do discurso (propostas),<br /> <br /> 3) comunica&ccedil;&atilde;o (bateria de meios impressos &ndash; jornal&iacute;sticos e publicit&aacute;rios &ndash; e eletr&ocirc;nicos), m&iacute;dias sociais;<br /> <br /> 4) articula&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e social e<br /> <br /> 5) mobiliza&ccedil;&atilde;o (encontros, reuni&otilde;es, passeatas, carreatas, etc.).</i></b></div> <br /> A mobiliza&ccedil;&atilde;o d&aacute; vida &agrave;s campanhas. Energiza os espa&ccedil;os e ambientes. J&aacute; a articula&ccedil;&atilde;o com as entidades organizadas e com os candidatos a vereador manter&aacute; os ex&eacute;rcitos na vanguarda. A comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; a moldura da visibilidade. Principalmente em cidades m&eacute;dias e grandes. Sem ideias, programas, projetos, os eleitores rejeitar&atilde;o a verborragia. E, para mapear as expectativas, anseios e vontade, urge pesquisar o sistema cognitivo do eleitorado.<br /> <br /> Por <i><b>Gaud&ecirc;ncio Torquato</b></i><br /> &nbsp;<br /> <b><img src="/uploads/image/livros_porandubas-politicas.jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="80" align="left" /></b><br /> Livro <i><b>Porandubas Pol&iacute;ticas</b></i><br /> <br /> A partir das colunas recheadas de humor para uma obra consagrada com a experi&ecirc;ncia do jornalista Gaud&ecirc;ncio Torquato.<br /> <br /> Em forma editorial, o livro &quot;<i><b>Porandubas Pol&iacute;ticas</b></i>&quot; apresenta saborosas narrativas folcl&oacute;ricas do mundo pol&iacute;tico acrescidas de valiosas dicas de marketing eleitoral.<br /> <br /> Cada exemplar da obra custa apenas R$ 60,00. 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