O novo coronavírus e a ansiedade por doença

12 de fevereiro de 2020 às 17:25

Marina Franco
Com o surgimento de epidemias como a do novo coronav&iacute;rus, proveniente da China, e alguns casos suspeitos do v&iacute;rus no Brasil, os brasileiros ficam em alerta constante. Essa situa&ccedil;&atilde;o de alerta, por&eacute;m, muitas vezes, pode vir acompanhada de um medo desproporcional de ficar doente, ou at&eacute; mesmo, de um medo da morte.<br /> &nbsp;<br /> O medo &eacute; um sentimento natural do ser humano, o qual &eacute; extremamente importante, pois nos protege em v&aacute;rias situa&ccedil;&otilde;es de perigo iminente. Contudo, existe o que chamamos de medo &ldquo;normal&rdquo; e o que seria considerado um medo patol&oacute;gico. O medo normal considera as probabilidades estat&iacute;sticas, n&atilde;o traz grandes preju&iacute;zos &agrave; vida dos indiv&iacute;duos e serve como prote&ccedil;&atilde;o a perigos reais.<br /> &nbsp;<br /> O medo patol&oacute;gico &eacute; um medo que passa a determinar nossas a&ccedil;&otilde;es, ou seja, para tomarmos qualquer atitude, o medo &eacute; &ldquo;consultado&rdquo;. O que ocorre, ent&atilde;o, &eacute; que, na maior parte das vezes, passamos a evitar diversas situa&ccedil;&otilde;es ou a buscar aconselhamento a todo momento.<br /> &nbsp;<br /> Especificamente, em rela&ccedil;&atilde;o ao medo ou ansiedade por doen&ccedil;a, o indiv&iacute;duo est&aacute; sempre preocupado de ter ou adquirir alguma doen&ccedil;a. A partir disto, a pessoa fica com a sua aten&ccedil;&atilde;o mental concentrada em reconhecer os poss&iacute;veis sintomas de determinada doen&ccedil;a, torna-se hipervigilante, fica mais ansiosa e, ent&atilde;o, apresenta sensa&ccedil;&otilde;es autossugestion&aacute;veis em raz&atilde;o da ansiedade, na realidade.<br /> &nbsp;<br /> Nesses casos de ansiedade por doen&ccedil;a, o indicado &eacute; que esses indiv&iacute;duos enfrentem os seus medos, seja buscando conhecimento sobre a doen&ccedil;a e suas probabilidades reais, seja levando em conta dos exames realizados que n&atilde;o deram nenhum diagn&oacute;stico, seja cuidando da sua sa&uacute;de ao fazer exerc&iacute;cios f&iacute;sicos e ter uma alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel.<br /> &nbsp;<br /> Desta forma, o foco torna-se a sa&uacute;de e n&atilde;o a doen&ccedil;a. No caso do coronav&iacute;rus novo, os indiv&iacute;duos devem estar ligados nas estat&iacute;sticas atuais que n&atilde;o trazem nenhum caso confirmado no Brasil e, assim, devem tomar as precau&ccedil;&otilde;es que est&atilde;o no seu controle como lavar as m&atilde;os, evitar contato pr&oacute;ximo com pessoas resfriadas, entre outras. Preocupa&ccedil;&otilde;es funcionais, com foco na sa&uacute;de e n&atilde;o na doen&ccedil;a. <br /> &nbsp;<br /> <i><b><img src="/uploads/image/artigos_marina-franco_psicologa-formada-ufse.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> <br /> Marina Franco</b></i> &eacute; psic&oacute;loga formada pela Universidade Federal de Sergipe; Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CTC VEDA em S&atilde;o Paulo; Mestre em Psicologia Cl&iacute;nica pela PUC-SP; realiza atendimento presencial e online. Tem experi&ecirc;ncia no atendimento com adolescentes e adultos.