Os cuidados com o coronavírus
16 de março de 2020 às 10:27
Tenente Dirceu Cardoso Gon&
O coronavírus, oficialmente denominado Covid-19, entrou no Palácio do Planalto, pegou o secretário de imprensa e pode ter atingido o presidente da República e outras autoridades federais, além de suas famílias e auxiliares. Isso não chega a ser uma novidade porque existem em vários países pessoas do ciclo de poder político-administrativo acometidas pelo mal. Poderá, até, o presidente norteamericano, Donald Trump, vir a ser uma delas, principalmente porque os brasileiros se infectaram durante a visita de Bolsonaro aos Estados Unidos, quando ambos os presidentes se encontraram, estiveram reunidos e jantaram juntos. Em São Paulo temos a notícia da transmissão comunitária, isto é, entre as pessoas infectadas e não só daqueles que viajaram ao exterior, e a previsão de que chegaremos aos 460 mil infectados, o que equivale a 10% da população do Estado, de 46 milhões de habitantes.<br />
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Na China, onde o mal surgiu em dezembro, informa-se que o pico da transmissão já passou e a tendência é a propagação terminar. Na Itália os mortos já passam de mil e existem 60 milhões de pessoas isoladas. França, Alemanha, Espanha, Portugal e outros países adotam medidas de emergência. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde, que classificou o mal como pandemia, o coronavirus já está presente em 115 países. Até a tarde de ontem – quinta-feira, 12/03 – o Brasil registrava 77 casos confirmados e monitorava 1422 situações suspeitas. Outros 1.163 caso já foram descartados. Felizmente, nõ tivemos mortes. <br />
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As informações do exterior deram ao Brasil condições de se prevenir. Brasília está praticamente parada, com as aulas suspensas e proibidas as reuniões que envolvam mais de 100 pessoas. 590 mil alunos estão sem aulas em todo o país e outras restrições foram adotadas para evitar a transmissão. Eventos artísticos e esportivos também são cancelados e as autoridades chamam a atenção para os cuidados básicos, especialmente a assepcia das mãos. De outro lado, toda a rede de saúde está preparada para receber a internação daqueles que adoecerem.<br />
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Por conta do vírus, o mercado financeiros está em pânico e, para fazer frente à escassez de recursos decorrentes da inatividade, o INSS deverá antecipar a primeira parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas e, ainda, diminuir os juros de empréstimos consignados. Até as manifestações de rua previstas para o domingo foram desaconselhadas. O presidente Jair Bolsonaro, que receberia o apoio popular nesses atos, pediu ao povo que não saia às ruas, para evitar o contágio. Lideranças de movimentos que insistem em promover os atos deveriam pensar melhor e, pelo menos adiá-los para evitar a potencialização do coronavírus. Outro detalhe: seria interessante rever a motivação dos atos. Mesmo sendo favoráveis ao presidente da República, não precisam, necessariamente, ser contrários ao Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, como dizem alguns. Os que queiram ajudar o país não devem potencializar o choque entre as instituições. Em vez disso, o melhor será prestigiar as instituições e colocar na berlinda só aqueles que as tentam utilizar de forma temerária ou desonrosa. Não ajuda em nada o enfraquecimento institucional, mas faz toda a diferença se as baterias se voltarem contra os errantes e estes pressionados a deixar as posições que utilizam para tratar de interesses próprios ou de grupos e não dos da Nação...<br />
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Por <b><i>Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves</i></b> - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br <br />