Mudança climática: Uma grande ameaça global

16 de março de 2020 às 10:36

Isidoros Karderinis
A mudan&ccedil;a clim&aacute;tica, ou seja, a mudan&ccedil;a do clima global e, em particular, as mudan&ccedil;as nas condi&ccedil;&otilde;es meteorol&oacute;gicas que se estendem em larga escala de tempo, &eacute; uma grande amea&ccedil;a existencial global.<br /> <br /> O efeito estufa causa o aumento da temperatura do planeta principalmente devido ao tremendo aumento do di&oacute;xido de carbono, que aumentou 35% desde o in&iacute;cio da revolu&ccedil;&atilde;o industrial. E, &eacute; claro, a maior parte da polui&ccedil;&atilde;o da atmosfera com 50% de todo o di&oacute;xido de carbono tem a Europa e a Am&eacute;rica do Norte. Todos os outros pa&iacute;ses juntos s&atilde;o respons&aacute;veis pela outra metade, enquanto os pa&iacute;ses mais pobres s&atilde;o os menos respons&aacute;veis. No entanto, as pessoas que vivem nesses pa&iacute;ses s&atilde;o elas que sofrer&atilde;o mais fortemente com as conseq&uuml;&ecirc;ncias.<br /> <br /> As causas das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas s&atilde;o identificadas principalmente na combust&atilde;o de combust&iacute;veis f&oacute;sseis (carv&atilde;o, petr&oacute;leo, gasolina, g&aacute;s natural etc.), respons&aacute;veis por 50% do total de emiss&otilde;es, na produ&ccedil;&atilde;o e uso de produtos qu&iacute;micos sint&eacute;ticos, no desastre de &aacute;reas florestais que contribui para a produ&ccedil;&atilde;o de gases adicionais na atmosfera e, &eacute; claro, no efeito estufa em 15% e na agricultura e pecu&aacute;ria convencional, que representam 15% das emiss&otilde;es.<br /> <br /> Os cientistas especialistas batem o sino do perigo e alertam que, se n&atilde;o houver a&ccedil;&atilde;o coordenada global urgente por l&iacute;deres pol&iacute;ticos, governos, ind&uacute;strias e cidad&atilde;os em todo o mundo, &eacute; prov&aacute;vel que a temperatura do planeta suba acima de 2 &deg; C em rela&ccedil;&atilde;o aos n&iacute;veis pr&eacute;-industriais at&eacute; 2060 e o aumento poder&aacute; chegar a 5 &deg; C at&eacute; o final de nosso s&eacute;culo, fato que tornar&aacute; problem&aacute;tica a vida das gera&ccedil;&otilde;es futuras.<br /> <br /> Esse aumento da temperatura do nosso planeta ter&aacute; um impacto devastador sobre a natureza, provocando mudan&ccedil;as irrevers&iacute;veis em muitos ecossistemas e consequente perda de biodiversidade, ou seja, todos os organismos e esp&eacute;cies vivos que comp&otilde;em a vida no planeta, ou seja, animais, p&aacute;ssaros, peixes e plantas (fauna e flora). Espera-se que muitas esp&eacute;cies desapare&ccedil;am de &aacute;reas que ser&atilde;o direta e severamente afetadas pelas mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas.<br /> <br /> Hoje, em compara&ccedil;&atilde;o com 1850 - quando a grava&ccedil;&atilde;o de dados come&ccedil;ou - &eacute; observado um aumento de temperatura de 1,1 &deg; C. Portanto, &eacute; de vital import&acirc;ncia que o aumento n&atilde;o exceda 1,5 &deg; C, porque, como estimam os cientistas, al&eacute;m desse ponto crucial, n&atilde;o haver&aacute; caminho de volta.<br /> <br /> A mudan&ccedil;a clim&aacute;tica, no entanto, devido &agrave;s atividades humanas, &eacute; uma realidade amea&ccedil;adora tang&iacute;vel e j&aacute; est&aacute; afetando adversamente o nosso planeta.<br /> <br /> Os setores respons&aacute;veis pela produ&ccedil;&atilde;o de gases de efeito estufa s&atilde;o principalmente o setor de produ&ccedil;&atilde;o de energia (unidades de produ&ccedil;&atilde;o de energia el&eacute;trica, refinarias), mas tamb&eacute;m atividades industriais, os modernos meios de transporte (autom&oacute;veis, avi&otilde;es, etc.) e as atividades do setor prim&aacute;rio de produ&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Ent&atilde;o, os eventos clim&aacute;ticos extremos, os inc&ecirc;ndios descontrolados em florestas como a Amaz&ocirc;nia, que foram caracterizados como o &quot;pulm&atilde;o&quot; do planeta, as ondas de calor, as fortes chuvas, as secas prolongadas que criam s&eacute;rios problemas alimentares nas &aacute;reas afetadas de o planeta, os furac&otilde;es muito poderosos, est&atilde;o se tornando constantemente com mais frequ&ecirc;ncia e intensidade, custando dezenas de milhares de vidas todos os anos e causando enormes desastres.<br /> <br /> O gelo ao mesmo tempo e a neve nos p&oacute;los est&atilde;o derretendo, com o &Aacute;rtico sendo a maior v&iacute;tima at&eacute; hoje, e o n&iacute;vel m&eacute;dio do mar sobe, como resultado de causar inunda&ccedil;&otilde;es e eros&atilde;o nas costas e nas &aacute;reas costeiras das plan&iacute;cies e serem criados refugiados ambientais. Se esse desenvolvimento desfavor&aacute;vel continuar, &aacute;reas como a Holanda e Veneza correm o risco de se perder permanentemente sob as &aacute;guas do mar como nova Atl&acirc;ntida.<br /> <br /> A mudan&ccedil;a clim&aacute;tica tamb&eacute;m aumenta as doen&ccedil;as existentes em todo o mundo, mas tamb&eacute;m cria novas e tamb&eacute;m pode levar &agrave; morte prematura. Muitas doen&ccedil;as s&atilde;o particularmente sens&iacute;veis &agrave; mudan&ccedil;a de temperatura. Para eles, inclu&iacute;am doen&ccedil;as transmiss&iacute;veis como febre amarela, mal&aacute;ria, encefalite e dengue febre, mas tamb&eacute;m dist&uacute;rbios alimentares, doen&ccedil;as mentais, doen&ccedil;as cardiovasculares e doen&ccedil;as respirat&oacute;rias.<br /> <br /> A mudan&ccedil;a clim&aacute;tica tamb&eacute;m ter&aacute; impactos negativos nas economias dos pa&iacute;ses, dado que as altas temperaturas prejudicam a produtividade da maioria dos setores da economia, do setor agr&iacute;cola ao processamento. Cientistas v&aacute;lidos prev&ecirc;em que, at&eacute; o final do s&eacute;culo, o PIB global ter&aacute; ca&iacute;do 7,22% em rela&ccedil;&atilde;o do que teria sido sem a mudan&ccedil;a clim&aacute;tica.<br /> <br /> A adolescente ativista Sueca contra a mudan&ccedil;a clim&aacute;tica, Greta Thunberg, conseguiu, da maneira mais vigorosa e barulhenta, passar o debate sobre esse enorme problema, pelos chefes de Estado e governo e di&aacute;logo p&uacute;blico, na sociedade e nas discuss&otilde;es amistosas, mobilizando milh&otilde;es de pessoas em todo o mundo, especialmente jovens, que come&ccedil;aram a manifestar exigindo pelos governos a tomada imediata de medidas para o enfrentamento da mudan&ccedil;a clim&aacute;tica. <br /> <br /> Assim, os parlamentares Suecos sugeriram-lhe, com raz&atilde;o, para o pr&ecirc;mio Nobel da Paz. E &eacute; claro que Greta Thunberg tem grande raz&atilde;o quando diz que as medidas est&atilde;o sendo tomadas para reduzir os gases do efeito estufa e, acima de tudo, o di&oacute;xido de carbono n&atilde;o s&atilde;o suficientes.<br /> <br /> Ent&atilde;o, quais s&atilde;o as medidas apropriadas a serem tomadas sem demora para reduzir efetivamente as emiss&otilde;es de gases de efeito estufa at&eacute; 2050 e manter a temperatura em + 1,5 &deg; C?<br /> <br /> As pol&iacute;ticas b&aacute;sicas para mitigar resolutamente o problema consistem em promover e utilizar fontes de energia renov&aacute;veis (e&oacute;lica, solar, biomassa etc.), aumentar a efici&ecirc;ncia energ&eacute;tica, reduzir drasticamente a explora&ccedil;&atilde;o de dep&oacute;sitos de petr&oacute;leo e g&aacute;s e impor impostos sobre o carbono para limitar o uso de combust&iacute;veis f&oacute;sseis e, assim, reduzir significativamente as emiss&otilde;es de di&oacute;xido de carbono at&eacute; 2030 e elimin&aacute;-las at&eacute; 2050, a r&aacute;pida redu&ccedil;&atilde;o das emiss&otilde;es de metano, negro de fumo e outros poluentes de curta dura&ccedil;&atilde;o que sobrecarregam o clima, a restaura&ccedil;&atilde;o e prote&ccedil;&atilde;o de ecossistemas e, acima de tudo, florestas.<br /> <br /> O Acordo de Paris, o primeiro acordo universal legalmente vinculativo para o clima, entrou em vigor em 2016 com grande otimismo e ambi&ccedil;&otilde;es manifestas, apesar da declara&ccedil;&atilde;o oficial de sa&iacute;da dos EUA, que &eacute; um dos maiores poluidores. Quatro anos se passaram desde ent&atilde;o e n&atilde;o h&aacute; resultados substanciais, fato que levanta s&eacute;rias quest&otilde;es sobre se existe realmente a vontade pol&iacute;tica de enfrentar esse problema global particularmente amea&ccedil;ador.<br /> <br /> Para finalizar, gostaria de enfatizar que os efeitos da mudan&ccedil;a clim&aacute;tica ser&atilde;o t&atilde;o dram&aacute;ticos que a civiliza&ccedil;&atilde;o humana estar&aacute; em perigo de desmoronar como uma torre de papel. Portanto, diante dessa crise clim&aacute;tica extremamente perigosa, os cidad&atilde;os de todo o mundo devem aumentar ainda mais sua mobiliza&ccedil;&atilde;o e os l&iacute;deres pol&iacute;ticos finalmente se levantar no auge das circunst&acirc;ncias e tomar&atilde;o imediatamente as medidas dr&aacute;sticas necess&aacute;rias, antes que seja tarde demais, para reverter esse curso insustent&aacute;vel e salvar o planeta.<br /> <br /> <img src="/uploads/image/artigos_isidoros-karderinis_romancista-poeta-e-colunista.jpg" width="60" hspace="3" height="80" align="left" alt="" /><br /> Por <i><b>Isidoros Karderinis</b></i> nasceu em Atenas em 1967. &Eacute; romancista, poeta e colunista. Seus artigos foram publicados em jornais, revistas e sites em todo o mundo. Seus poemas foram traduzidos para ingl&ecirc;s, franc&ecirc;s e espanhol e publicados em antologias de poesia, em revistas liter&aacute;rias e se&ccedil;&otilde;es liter&aacute;rias de jornais. Seus livros foram publicados nos EUA, Gr&atilde;-Bretanha, Espanha e It&aacute;lia. Email: skarderinis@hotmail.gr&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; <br />