Guerra ao coronavírus exige empenho geral

21 de março de 2020 às 12:22

Tenente Dirceu Cardoso Gon&cce
Nenhum brasileiro com menos de 80 anos assistiu, no pa&iacute;s, um momento de mobiliza&ccedil;&atilde;o t&atilde;o grande como o que estamos presenciando. S&oacute; durante a 2&ordf; Guerra Mundial &ndash; da qual participamos de 1942 a 45 &ndash; tivemos tantas restri&ccedil;&otilde;es, confinamentos e at&eacute; o racionamento de combust&iacute;veis e g&ecirc;neros de primeira necessidade. Nem mesmo nos momentos de ruptura (a queda de Get&uacute;lio em 1945, sua morte em 1954 e a deposi&ccedil;&atilde;o de Jo&atilde;o Goulart, em 1964) tivemos per&iacute;odos prolongados de incerteza e principalmente de restri&ccedil;&atilde;o ou desabastecimento. Costumava-se dizer, inclusive, que este &eacute; um pa&iacute;s aben&ccedil;oado e o povo n&atilde;o conhece o sofrimento porque nunca viveu com uma guerra sobre sua cabe&ccedil;a. O movimento de 1964, por exemplo, embora denominado Revolu&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o registrou o disparo de um tiro sequer. Mas, agora, a tormenta chegou.<br /> <br /> Os governos e as for&ccedil;as da sociedade est&atilde;o mobilizados e &ndash; aproveitando a experi&ecirc;ncia (tanto as positivas quanto as negativas) dos pa&iacute;ses do hemisf&eacute;rio norte onde a pandemia do coronav&iacute;rus chegou antes &ndash; montaram o esquema de enfrentamento. O objetivo principal &eacute; evitar a contamina&ccedil;&atilde;o para n&atilde;o correr o risco de ter maior n&uacute;mero de doentes do que a capacidade de interna&ccedil;&atilde;o e cura daqueles que apresentarem quadro grave, especialmente os idosos, mais vulner&aacute;veis ao mal. Aulas suspensas, shoppings fechados, ind&uacute;strias paradas, com&eacute;rcio com hor&aacute;rio reduzido e direcionamento para vendas por telefone ou internet. Tudo para evitar a aglomera&ccedil;&atilde;o humana e com isso a transmiss&atilde;o do v&iacute;rus que, apesar de n&atilde;o letal quanto os de outros males, se multiplica veloz e arrebata grande n&uacute;mero de v&iacute;timas, como j&aacute; ocorreu na China, It&aacute;lia, Fran&ccedil;a e outros pa&iacute;ses, independente do seu desenvolvimento e poderio econ&ocirc;mico.<br /> <br /> Apesar do ambiente tenso, pede-se que as pessoas mantenham a calma mas n&atilde;o deixem de observar cuidados b&aacute;sicos como lavar as m&atilde;os sempre que sair ou tocar em pe&ccedil;as ou coisas que possam estar contaminadas, proteger o rosto com o bra&ccedil;o sempre que tossir ou espirrar e manter dist&acirc;ncia de pelo menos um metro de outras pessoas. Importante tamb&eacute;m compreender que a dispensa do trabalho &eacute; para o recolhimento social, n&atilde;o para badalar e frequentar locais p&uacute;blicos ou de grande concentra&ccedil;&atilde;o de pessoas. Se fosse para aglomerar, n&atilde;o precisaria interromper as atividades escolares, laborativas e outras.<br /> <br /> A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; a grande arma do povo neste momento de incertezas. &Eacute; preciso evitar que um grande n&uacute;mero de pessoas fique doente ao mesmo tempo e os m&eacute;dicos, por falta de equipamentos, restem com a desumana tarefa de escolher os que v&atilde;o viver e os que ter&atilde;o de morrer. O momento &eacute; de grande cuidado sanit&aacute;rio, solidariedade e responsabilidade social para que a pandemia n&atilde;o acabe com a vida de grande n&uacute;mero de brasileiros, inclusive de n&oacute;s mesmos. Seguir as orienta&ccedil;&otilde;es pode ser a diferen&ccedil;a entre a vida e a morte. Estamos numa guerra e o corona &eacute; o inimigo sorrateiro e perigoso...<br /> &nbsp;<br /> <img src="http://www.novoeste.com/uploads/image/img_artigos_tenentedirceu.jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="81" align="left" /> <br /> <br /> Por <i><b>Tenente Dirceu Cardoso Gon&ccedil;alves </b></i>- dirigente da ASPOMIL (Associa&ccedil;&atilde;o de Assist. Social dos Policiais Militares de S&atilde;o Paulo) - aspomilpm@terra.com.br&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;