Autismo, respeito e compreensão

31 de março de 2020 às 16:57

Dr. Clay Brites
No dia 02 de abril &eacute; comemorado o Dia Mundial da Conscientiza&ccedil;&atilde;o do Autismo. Durante todo o abril azul, &eacute; dado destaque para que o preconceito e discrimina&ccedil;&atilde;o pela falta de conhecimento, diminuam.<br /> <br /> Criada pela Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU), a data tamb&eacute;m nos faz refletir sobre o que os autistas e seus familiares mais precisam: compreens&atilde;o e respeito. &Eacute; fundamental que mais pessoas entendam que h&aacute; uma grande complexidade envolvendo o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e que nenhum indiv&iacute;duo &eacute; afetado da mesma forma.<br /> <br /> O TEA &eacute; o transtorno do neurodesenvolvimento cujas caracter&iacute;sticas podem ser observadas ainda na primeira inf&acirc;ncia por meio da consulta a um especialista e de diagn&oacute;stico precoce. O autismo &eacute; uma condi&ccedil;&atilde;o que atualmente &eacute; entendida tamb&eacute;m como uma s&iacute;ndrome comportamental de n&iacute;vel complexo, al&eacute;m disso, o autismo combina fatores gen&eacute;ticos e ambientais.<br /> <br /> Geralmente, os autistas apresentam problemas na intera&ccedil;&atilde;o, na comunica&ccedil;&atilde;o e no comportamento. Por exemplo, na intera&ccedil;&atilde;o social comprometida, o relacionamento com pessoas do mesmo contexto familiar ou et&aacute;rio &eacute; aqu&eacute;m do esperado. Pode haver falta de reciprocidade emocional, pouco uso de meios n&atilde;o verbais para comunica&ccedil;&atilde;o. Podem apresentar tamb&eacute;m comunica&ccedil;&atilde;o deficit&aacute;ria, com aus&ecirc;ncia de linguagem verbal (falada), fala extremamente rebuscada para idade, ecolalias, pron&uacute;ncia sem a cad&ecirc;ncia que as pessoas geralmente utilizam (sem altera&ccedil;&atilde;o de tom) entre outros.<br /> <br /> Al&eacute;m disso, h&aacute; comportamentos marcados por estereotipias, como interesses n&atilde;o usuais em intensidade ou foco, movimentos motores repetitivos, rotinas invariavelmente r&iacute;gidas e n&atilde;o funcionais, preocupa&ccedil;&atilde;o com partes de objetos, etc.<br /> <br /> No entanto, esses fatores variam de caso a caso, ou seja, nenhum autista &eacute; igual ao outro. O autismo &eacute; muito variado, podendo apresentar intensidades severas em alguns pontos e leves em outros. Por isso, o TEA deve ser muito bem avaliado, por meio de escalas diagn&oacute;sticas espec&iacute;ficas e uma bateria de avalia&ccedil;&otilde;es cuidadosas. Isso &eacute; necess&aacute;rio, pois somente dessa forma &eacute; poss&iacute;vel saber a intensidade e as &aacute;reas que devem ser melhor trabalhadas.<br /> <br /> Por todos esses motivos, &eacute; essencial que profissionais das &aacute;reas da sa&uacute;de e da educa&ccedil;&atilde;o possam buscar mais conhecimento e compreender melhor tudo o que envolve o transtorno para tentar, de alguma forma, amenizar as dificuldades provocadas pelo TEA. Assim, conseguiremos tratar essa condi&ccedil;&atilde;o de maneira mais adequada e respons&aacute;vel.<br /> <br /> <i><b><img src="/uploads/image/artigos_dr-clay-brites_pediatra-neurologista-infantil.jpg" alt="" width="60" hspace="3" height="80" align="left" /><br /> <br /> </b></i>Por <i><b>Dr. Clay Brites</b></i> &eacute; pediatra, neurologista infantil, autor de livros sobre autismo e transtornos de aprendizagem, al&eacute;m de ser um dos fundadores do Instituto NeuroSaber<br />